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Prefeito de Lucas do Rio Verde rebate argumentos de grevistas e afirma estar aberto ao debate

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Em entrevista coletiva concedida esta tarde na sala de reuniões do Paço Municipal, membros do Executivo comentaram a decisão tomada por parte dos professores da rede pública de ensino de optar pela greve a partir da próxima segunda-feira, como noticiado no início desta tarde pelo CenárioMT.

“É evidente que as decisões que são tomadas aqui são políticas, não obstante elas são pautadas sobre critérios técnicos (…) não temos como tirar leite de pedra!”

Dr. Flávio Barra, Procurador Geral de Lucas do Rio Verde

Durante a reunião com a imprensa, foram explicados os cálculos que levaram o Executivo a propor o reajuste de 3,3% para o RGA de 2018, feitas comparações com os reajustes oferecidos a outros municípios do estado e apresentados argumentos contradizendo as alegações citadas pelos grevistas. Outro ponto que foi uníssono entre os representantes do Executivo foi a declaração de que os canais de diálogo e apresentação de propostas sempre estiveram abertos, causando estranheza a deflagração de um movimento de paralização por tempo indeterminado.

“Quero afirmar aos professores, pais, alunos e sociedade em geral que nos últimos três meses estamos calculando, negociando e elaborando a melhor proposta possível de reajuste que atenda a categoria. O SINTEP participou de todo esse movimento, conhece a realidade financeira do município e sabe que os números foram apresentados de forma transparente. Já foi demonstrado em diversas ocasiões que reajuste maior do que o sugerido não é possível para o atual momento e que, mesmo este reajuste de 3,3% contempla ganho real do salário dos profissionais da educação, apesar de todas as dificuldades financeiras pelas quais não somente Lucas do Rio Verde, mas todo o país, atravessa”, comentou a secretária de Educação do município, Cleusa de Marco.

Segundo o procurador do município, Flávio Barra, “a atual gestão está buscando de todas as formas atender as demandas de todos os servidores municipais, não somente os da educação. A maioria dos itens apresentados na pauta do SINTEP já estão em estudo, como, por exemplo, o plano de carreira dos servidores e a mudança da data-base de reajuste salarial da categoria para o início do ano. No tocante ao reajuste, temos que levar em conta que outros órgãos, como o Tribuinal de Contas do Estado, fiscalizam o uso do dinheiro público e os riscos que os municípios correm em extrapolar o que se chama de limite prudencial, que é a barreira de 50% da arrecadação com gastos em folha de pagamento dos seus servidores. É evidente que as decisões que são tomadas aqui são políticas, não obstante elas são pautadas sobre critérios técnicos (…) não temos como tirar leite de pedra!”.

Na mesma linha de raciocínio foram as palavras do gerente-adjunto de Controle Interno, Guilherme de Oliveira Ribeiro, para quem “mesmo que o aumento pleiteado pelos grevistas fosse possível, seria uma irresponsabilidade concedê-lo neste exato momento, pois para cada ponto percentual investido em um setor – seja ele qual for – outros ficarão sem parte dos recursos essenciais: saúde, segurança, assistência social (…) temos que adequar o debate às linhas de realidade que vivemos ou fatalmente estaremos colocando as contas públicas do município em um quadro de calamidade em poucos anos, a exemplo de outras cidades do Brasil, e isso não é desejável por ninguém, acredito”.

Complementando as explicações, Günter Stechert, diretor de Desenvolvimento Humano do município, comentou que o gabinete do prefeito Binotti (PSD) se manterá de portas abertas para que todos os tipos de propostas e debates sejam levados à absoluta exaustão, mas que os interesses da sociedade luverdense serão preservados. “Uma greve intempestiva causa sempre grandes transtornos econômicos e sociais a todos. Não se trata apenas dos professores e alunos ficarem sem ir à escola, mas das consequências que isso acarreta, pois nem todos os pais têm com quem deixar suas crianças enquanto vão trabalhar. Temos hoje mais de 10,5 mil crianças em diversas faixas etárias que são atendidas pela rede municipal de ensino e que, de uma hora para outra, terão todo seu calendário anual modificado por conta de uma decisão tomada às pressas e baseada em interpretações erradas da Lei e sob motivações pouco claras (…) bom senso, nestes casos, nunca é demais”.

Os membros do grupo que recebeu a imprensa esta tarde ainda destacaram que Executivo e Legislativo sentarão para debater, junto com o SINTEP e professores as saídas viáveis para o impasse antes que o movimento grevista amanhã (quinta-feira, 7). O CenárioMT acompanhará o desenrolar dos fatos.

 

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