Qualquer parte do corpo, em especial do rosto, tem uma representação simbólica muito forte para a mulher, devido à relação direta com a feminilidade e autoestima. Após o trauma de ser vítima de uma violenta agressão doméstica, a mulher que teve o rosto cortado e a orelha decepada pelo ex-marido em Sorriso, no dia 29 de junho deste ano, volta a ter momentos de alegria graças ao trabalho realizado gratuitamente pelo conceituado cirurgião plástico Sérgio Evangelista, uma vez que o procedimento cirúrgico para a reconstrução do órgão se torna fundamental para sua saúde emocional.
O primeiro tempo de reconstrução da orelha da vítima ocorreu na última segunda-feira (26). O trabalho minucioso durou cerca de 6 horas, segundo o médico. Ela já recebeu alta e celebra os resultados iniciais da cirurgia que ainda terá uma segunda etapa, prevista para ocorrer daqui a 7 meses.
A evolução da cirurgia, apesar de complexa, é positiva. Ela já ficou muito contente. Nesse intervalo, as preocupações principais foram com o preparo local para se evitar uma infecção da orelha e também os preparos emocional e clínico. Nesse ínterim, muitas pessoas a ajudaram. A Clínica Alliance ofereceu toda parte radiológica. A doutora Dorzelina Araújo Pinto, cardiologista, fez o preparo cardiológico e muitas outras pessoas ajudaram com tudo que essa pessoa sofrida, que tem 28 anos e uma história de vida de muito sofrimento, de muita dificuldade.
Evangelista ressalta que todo o trabalho oferecido à jovem é mais que merecido. Ela mereceu todo esse carinho e respeito em frente a algo traumatizante que é perder um órgão, uma estrutura corporal, além da dor emocional.
O cirurgião explicou que a reconstrução da orelha, neste primeiro tempo, foi feita com material do próprio corpo da jovem. Foram semanas planejando a reconstrução. Nós utilizamos três cartilagens da própria costela e elas foram esculpidas. Então, a cartilagem é moldada na hora da cirurgia. Isso é um tempo longo e então é colocado na região, explicou sumariamente sobre o trabalho de esculpir a cartilagem à mão.
Perguntado sobre como se sente após a execução inicial do difícil trabalho, Evangelista destacou que a cirurgia reparadora foi extremamente gratificante. A principal característica da medicina é cuidar das pessoas. Então, nesse aspecto, eu acho que não tem sensação igual de felicidade. No começo, dos primeiros dias antecedem a cirurgia, a gente fica muito tenso porque a gente se prepara muito para uma cirurgia dessas.
Nessa sexta-feira, foi feito o curativo da jovem e todos celebram os resultados iniciais. Ela está feliz, a família está feliz. E é isso que a gente deseja: ajudar uma pessoa que talvez tivesse dificuldade de conseguir isso em outro lugar, frisou Evangelista.
A previsão é de que um ano após o segundo tempo de modelagem da cartilagem a jovem passe a ter uma orelha com aparência harmoniosa e simétrica.
Portal Sorriso