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Recém-nascido morre em hospital municipal e pais denunciam ‘supostas’ negligências

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Um caso triste e lamentável foi registrado na cidade de Juína, MT, onde um recém-nascido veio a óbito logo após o nascimento, deixando familiares revoltados com possíveis negligências cometidas pela equipe médica que conduziu o atendimento.

A mãe do recém-nascido, Dayanefer Keny do Santos falou a reportagem do Juína News, e relatou que no dia 13 de agosto deu entrada no Hospital Municipal “Hideo Sakuno”, sentindo fortes dores e contrações, onde sinais indicavam que poderia ser a hora do parto, uma vez que a mesma estava gestante, e foi internada por uma médica, que segundo relatos de Dayanefer dizia que a dor não era nada, porém, passou a medicá-la com remédios que segundo Dayanefer eram muito fortes.

“Eu não estava bem, sentia muitas dores, mas a médica dizia que não era dor, segurando na minha barriga e dizia que não era dor do parto, fazia os toques e dizia que não estava dilatando, mesmo assim eu continuava sentindo muitas dores”, pontuou Dayanefer que disse que somente na quinta-feira é que foi encaminhada para um exame de ultrassonografia onde constou que o bebê já não estava bem.

No dia seguinte a médica que prestava atendimento a Dayanefer, disse que estava tudo bem com a criança.

Durante o período em que Dayanefer ficou internada, seu esposo Josemir Venâncio da Silva foi até o hospital municipal e tentou uma conversa com a médica, onde ambos tiveram os ânimos exaltados e a mesma ameaçou fazer um boletim de ocorrências e impedir a entrada do mesmo no hospital.

Josemir Venâncio explicou que foi até o hospital para convencer a médica e fazer a cesariana em sua esposa, uma vez que o médico que acompanhou todo o pré-natal da mesma já havia encaminhado tudo para que fosse realizado a cesariana, porém a médica o retrucou dizendo que com ela Dayanefer teria que ter o filho através de parto normal, e que caso quisesse cesariana teriam que ser num hospital particular, segundo Josemir.

Somente na segunda-feira dia 19 de agosto, após realizar um novo exame de ultrassonografia o médico que acompanhava o pré-natal de Dayanefer disse que iria fazer a cesariana, pois havia dado alterações no exame, e no mesmo dia a cesariana foi realizada em um centro cirúrgico de um hospital particular, (haja vista que o centro cirúrgico do hospital municipal está passando por reformas),onde as 15:30h foi realizado a cesariana, ao nascer, o médico que fez a cesariana relatou que o bebê deveria ter sido tirado na sexta-feira, e que mesmo com um ‘tapinha’ no bumbum do bebê chorou muito fraquinho, tendo uma parada cardíaca sendo reanimado e levado de volta ao hospital municipal, onde ao chegar no hospital o bebê veio a óbito com o laudo de parada cardíaca que apontava que a criança sofria problemas cardíacos, porém a mãe ressalta que fez nove exames de ultrassonografia e somente no último foi que disseram que a criança estava com problemas no coração.

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Dayanefer disse que está em choque e que não consegue acreditar no aconteceu com seu filho, e que não aceita o que está no laudo da morte do seu filho e sabe que não é a primeira mãe que está passando por isso, e pretende se unir com outras mães que passaram pelo mesmo que ela está passando sendo a dor maior ainda devido a médica ter solicitado autorização da mesma para fazer uso do corpo da criança em óbito para realizar estudos alegando que o garoto tinha “olho de gato” e após os estudos devolveria o corpo da criança para que a família sepultasse.

“Foi um ato desumano e desrespeitoso, não respeitando nossa dor” ressaltou Dayanefer que disse ter confeccionado o boletim de ocorrências, porém não fez a certidão de óbito, uma vez que os médicos poderão colocar a causa morte conforme lhes for favorável, e isso a família não aceita.

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O esposo de Dayanefer relatou que já fizeram um boletim de ocorrências, uma vez que a família tem dúvidas dos procedimentos médicos que foram tomados e espera que a causa morte do filho seja realmente esclarecida.

A avó materna do bebê, senhora Leide Duarte dos Santos, estava muito abalada e mesmo assim falou ao Juína News que o sentimento é de muita tristeza e descaso, e que sua família fez as nove ultrassonografias e estava tudo bem com a criança e que em uma das visitas que fez a filha enquanto estava internada, percebeu que sua filha estava com o rosto inchado e se queixando de dores.

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“Era um neto muito esperado, e quando cheguei no hospital peguei uma criança morta! Queremos justiça pelo amor de Deus! Se a médica não dá conta de exercer o cargo que caia fora” desabafou a avó da criança que disse que seu neto era perfeito sem quaisquer sinais, e terminou clamando por justiça.

Além do boletim de ocorrências, os pais delataram o caso na promotoria de justiça de Juína.

Outro lado

Procurada pela reportagem, a secretária de saúde de Juína, Leda Villaça, disse ao Juína News que conversou com os obstetras do hospital municipal em busca de explicações sobre o ocorrido. Que Dayanefer realmente estava internada e que na última ultrassonografia feita mostrou realmente a criança com problemas cardíacos, e que o médico obstetra optou pela interrupção da gravidez e de fato ele explicou que, quando cortou o cordão umbilical a criança apresentou arritmia cardíaca, e que no parto a criança entrou em sofrimento, mas que havia médicos, como pediatra para o atendimento da criança, mas infelizmente ela não resistiu e morreu.

A secretária Leda informou que a mãe do recém-nascido já vinha sendo acompanhada por um obstetra, porque ela já perdeu outro bebê numa gestação que não evoluiu.

Leda explicou que a cirurgia cesariana é feita em caso de urgência, porque o parto normal é saudável a todos e que o perigo de uma cesariana com data marcada é da criança nascer prematura e que pode não sobreviver por ser prematura.

Leda Villaça admitiu uma única falha neste caso, a falta do diálogo do médico ou dos médicos com a família para dar mais informações sobre os riscos no dia em que a criança nasceu e posteriormente faleceu.

Juína News

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