Lidiane Gerlach, 41, que se trata de um câncer no Hospital São Mateus, realizou seu sonho de se casar com a companheira Adriene Duarte da Silva, 31. Elas estão juntas há oito anos, mas têm adiado o casamento por conta da doença.
Lidiane é uma paciente paliativa do setor de oncologia do Hospital São Mateus e está internada há 13 dias. Em sua companhia, Lidiane se dedica para garantir que a companheira tenha momentos de tranquilidade enquanto enfrenta a doença.
A diretora-geral do Hospital, Marilda Venzel, explica que o São Mateus conta com o Comitê de Experiência do Paciente, que promove ações para concretizar sonhos de pacientes.
“O casamento da Lidiane e da Adriene é um momento muito especial para todos nós, porque acima de tudo, acreditamos no poder da vida, e que a realização de sonhos tão especiais é fundamental para proporcionar saúde”, diz.
O desejo de Lidiane se casar então foi cumprido. E na segunda-feira (20), o hospital realizou o casamento civil, que contou com a presença de um tabelião que esteve no apartamento onde Lidiane está internada.
E na terça-feira (21), elas também receberam a bênção ministrada por um líder religioso, que fez uma celebração Inter denominacional.
Adriene conta que há três anos elas decidiram se casar, mas depois que descobriram a doença, a prioridade passou a ser a saúde da companheira.
“O fato de selarmos o casamento nos traz muita felicidade. Não era nestas condições que a gente queria, com ela hospitalizada, mas com a benção de Deus conseguimos fazer isso. Mas o que quero é que ela se recupere o quanto antes, a gente volte para casa, e aí podermos fazer a celebração com a família”, relata Adriene.
Ela reforçou a importância do amor durante o tratamento. “Você se dá por inteiro para a outra pessoa. Eu não me vejo cansada, porque quero ficar o tempo todo com ela. Porque eu sei que todos os momentos são preciosos nesta fase. É nesses momentos que a gente aprende o que é o amor, que é dar sem receber nada em troca e não desistir”.
A psicóloga do Hospital, Amanda Meireles de Almeida, que foi uma das responsáveis pela organização do casamento, explica que atender os desejos dos pacientes é importante por fazer parte do cuidado.
“A paciente expôs o desejo de formalizar a união com a companheira, e nós, prontamente, começamos a ajustar tudo para conseguir realizar o sonho dela. Com isso, a internação além do cuidado físico, passa também a ser um momento de acolhimento emocional e espiritual e garante a integralidade do cuidado”, pontua.