Engenheiros, arquitetos, estudantes, trabalhadores da construção civil e morador ou proprietário de imóvel no centro histórico de Cuiabá serão capacitados sobre técnicas construtivas em obras de preservação e recuperação. Ao todo, são 150 vagas em cinco oficinas gratuitas que abordam desde a fabricação de tijolos de adobe até a pintura da edificação. As atividades começam neste sábado (18.03) e seguem até junho deste ano, e o projeto foi contemplado no edital MT Preservar, da Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer (Secel-MT).
De acordo com o superintendente de Preservação do Patrimônio Histórico e Museológico da Secel-MT, Robinson Araújo, o projeto surgiu como uma resposta à dificuldade de profissionais com conhecimento específico para atuar em obras de restauração no Estado. “Em Mato Grosso há inúmeros imóveis públicos, privados, tombados ou de interesse histórico e cultural que necessitam ser restaurados, mas preservando as características originais da edificação. E para que essas obras atendam à legislação e as técnicas construtivas de preservação, é necessário capacitar a mão de obra”.
As oficinas serão realizadas em um prédio localizado na Rua Pedro Celestino, próximo à Praça da Mandioca, no centro histórico de Cuiabá, e o material produzido será aproveitado na obra de recuperação. A edificação é de propriedade da Fundação Abrigo Bom Jesus e está na região onde foram instalados os primeiros núcleos de moradia da Capital, no final do século 18. O imóvel sofreu um desabamento em 2020 e parte da estrutura construída com tijolos de adobe se perdeu.
A primeira oficina será realizada neste sábado (18.03), e será com foco na fabricação de tijolos de adobe. A próxima ocorre no dia 25 de março com o mesmo tema. Ainda neste mês serão realizados quatro mutirões de produção de tijolos com alunos da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e do Instituto Federal Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso (IFMT). Os próximos módulos serão sobre assentamento de tijolos de adobe, revestimento de alvenaria de adobe e pintura.
O projeto, aprovado em edital da Secel, é executado pela empresa Memora Arquitetura e Restauro com apoio da UFMT, do IFMT, Instituto Casa das Pretas e Casa Silva Freire.