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A geração Z tem usado cada vez menos sutiã. Especialista comenta

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A geração Z tem usado cada vez menos sutiã
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A geração Z tem usado cada vez menos sutiã

É tendência e parece um caminho sem volta. A geração Z não quer mais saber de usar sutiã. No TikTok a hashtag NoBra tem mais de 660 milhões de visualizações e a tag #NoBraChalenge possui 9.8 milhões de visualizações. Vale dizer que 40% dos jovens entre 18 e 24 anos já utilizam essa rede social como site de buscas.

Nos vídeos, jovens relatam como estão felizes em não usar a peça de roupa. Esta nova trend também está ajudando as mulheres a se sentirem à vontade com o próprio corpo. Em um vídeo, uma influencer francesa opinou sobre o uso do sutiã.

“A maioria das roupas não permite que você use um sutiã. Honestamente, é melhor não usar sutiã do que ter ele aparente. Em segundo lugar, nenhuma mulher precisa usar sutiã, não é uma obrigação”, falou.

Ao “New York Post”, a psicóloga Carly Dober, disse que essa é uma grande tendência. “Acho que qualquer coisa que permita que as pessoas se apresentem ao mundo da maneira que gostariam é benéfica. Pode ser empoderador e libertador ficar sem sutiã – então, se a Geração Z está explorando o que os sutiãs significam para eles, eu digo para continuar explorando”, falou, segundo a CNN.

Wendell Uguetto, cirurgião plastico da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e do Hospital Albert Einstein, avalia que uma coisa que se tem falado há muito tempo é sobre o empoderamento feminino. E o sutiã se tornou símbolo dessa luta.

“As feministas falam acerca do fato de você largar o sutiã ou de você usá-lo, mas não por uma pressão da sociedade e sim se você bem quiser. Com o passar do tempo, as desigualdades entre homens e mulheres diminuiram bastante, a mulher ganhou seu espaço, tanto no mercado de trabalho, como na sociedade, houve maior liberdade sexual. E hoje com as redes sociais dominando a mídia, ao invés de rádio e televisão, mas hoje as redes sociais são até mais importantes do que as outras mídias, esse empoderamento feminino ganhou muito mais poder”, analisa o médico.

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Então, diz Uguetto, deve-se levar em consideração, nesse tópico, dois aspectos. “Um, o papel das redes sociais, da estética e outro, o papel do sutiã. Vou falar primeiro da questão do sutiã, em relação às mamas cederem ou não. Ele basicamente duas funções. Uma delas é esconder a mama, para que não fique visível, proeminente, protuberante nas roupas e outra coisa é dar sustentação às mamas. Em relação ao fato de esconder, do ponto de vista médico, isso não faz diferença alguma. Mas do ponto de vista de sustentação, alguns médicos acreditam que se você tem um sutiã de sustentação, essa mama vai ceder menos. Principalmente quando as mamas são maiores, são grandes, volumosas, em momento de amamentação ou mesmo em pós-operatório”, diz o médico.

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Cai ou não cai a mama?

Uguetto ressalta que não existe nenhum trabalho científico que fale, “olha, mama sem sutiã cai mais do que mama com”. “Mas isso é uma percepção que nós, médicos, temos. Então, eu sou partidário de que um sutiã segurando a mama, esta cederá menos. Então, isso é um ponto a ser levado em consideração. O outro ponto é a pressão das redes sociais para autoestima e para aparência. Há muito tempo atrás, 40, 20, 30 anos, a gente também se espelhava em artistas, em modelos, e em atores. Hoje, a gente se inspira mais em digitais influencers do que, basicamente, nesses atores, atrizes e modelos. E aí, uma gama de pessoas que antes não tinham a voz, começou a ter a voz. E a gente consegue explorar a nossa opinião de forma muito mais exacerbada. E aí tem um problema, né?”, analisa.

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Uguetto observa que a rede social se impõe, com um monte de modificação de inteligência artificial, com filtro, e a gente acaba mudando a nossa própria aparência. “Então qual é o problema da rede social? É que todo mundo acaba postando só o lado bom, ninguém posta o lado ruim. Então ninguém se posta de pijama, sem maquiagem. A grande maioria se posta com filtro, num dia bonito, num restaurante que está fazendo uma boa refeição, né? Ninguém mostra o perrengue da vida. Só que aí, o telespectador, o observador, quando vê isso, vai fazer a comparação com a sua rotina, com seu dia-a-dia e vai achar isso ruim”, diz.

A mesma coisa ocorre com a aparência. “Se eu tô vendo todo mundo com uma boa aparência, eu me olho no espelho, eu não tô com filtro, eu não tô com maquiagem, a minha auto-imagem vai ser de uma pessoa que é um derrotado, um perdedor,. Isso pode levar a uma insatisfação conosco mesmo, levando a depressão. E a mesma coisa em relação ao TikTok. A inteligência artificial do TikTok é impressionante. Porque você olha três, quatro vídeos que te agradam, ela só passa a te mostrar isso. Então a mulher que é contra o sutiã e vai assistir um tópico falando mal deste, ela só vai ter tópicos de feministas falando mal do sutiã. Da mesma maneira que uma outra mulher, vai falar tópicos falando bem do sutiã ela só vai ter isso. Então a gente acaba tendo verdades que são verdades para aquela pessoa, mas que não são absolutas Então a gente tem muitas verdades relativas. O perfil da rede social no TikTok, como meio de informação, é péssimo. É péssimo, porque a sua visão da pessoa, a visão da pessoa é cada vez mais enviesada. E isso é ruim”, finaliza o médico.

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Fonte: Mulher

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