Não é incomum ver mulheres famosas falando sobre congelamento de óvulos. Seja dizendo como fizeram o procedimento ou por estarem arrependidas por não terem o feito antes, o tema sempre surge hora ou outra. Desta vez, foi a vez da atriz norte-americana Jennifer Aniston, de 53 anos. Ela relatou, em entrevista à revista Allure, ter se arrependido por não ter congelado os óvulos quando era mais jovem.
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Contudo, qual seria a melhor idade para isso? A médica ginecologista Etiene Galvão, professora do curso de Medicina do Centro Universitário de João Pessoa (UNIPÊ), explica que a idade ideal para se fazer o congelamento dos ôvulos é antes dos 35 anos, já que depois desta idade, os óvulos começam a enfraquecer.
“Mulheres com menos de 35 anos têm maior chance de terem filhos saudáveis após o congelamento dos óvulos. Isso porque os óvulos enfraquecem e envelhecem a partir dessa idade, e isso aumenta a chance de o bebê nascer com alguma síndrome ou má-formação”, explica a especialista.
A profissional da saúde também afirma que o procedimento não serve apenas para mulheres com mais de 40 anos terem filhos. Segundo ela, o congelamento de óvulos é indicado principalmente para mulheres que têm predisposição à menopausa precoce.
“O aconselhamento sobre o congelamento é mais focado em mulheres entre 30 e 37 anos de idade, especialmente em mulheres mais jovens. Pacientes com histórico familiar de menopausa prematura ou de câncer de mama também são fortemente indicadas a fazerem o congelamento dos óvulos”, orienta a ginecologista.
Segundo Etiene Galvão, o processo de congelar os óvulos é dividido em quatro etapas:
Mas será que existe algum risco em se submeter ao procedimento? De acordo com Jessica Trafani, ginecologista da clínica Mantelli, não existem grandes contraindicações sobre o congelamento de óvulos. “Os principais riscos são: hiperestimulação ovariano, sangramento ou acidente de punção, mas isso ocorre em menos de 1% dos casos”.
No entanto, apesar dos benefícios que o congelamento de óvulos pode oferecer às mulheres, ele ainda é considerado um procedimento elitizado, sendo disponibilizado no SUS (Sistema Único de Saúde) apenas em casos específicos.
“Não é um procedimento acessível para a maioria das pessoas, por causa do custo. Além dos honorários médicos, existe o preço da medicação e a taxa anual para manter o congelamento. Em um país como o Brasil, torna-se uma ferramenta para poucos. Existem alguns hospitais no SUS que realizam o procedimento em caso de pacientes com câncer que realizarão tratamentos que afetam a fertilidade, mas ainda são poucos”, lamenta Jessica.