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Câncer de mama: “Receber a notícia foi como uma sentença de morte”

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Mirela Janotti superou a doença e hoje escreve livros voltados para ajudar mulheres que estão lutando contra o câncer
Arquivo pesssoal
Mirela Janotti superou a doença e hoje escreve livros voltados para ajudar mulheres que estão lutando contra o câncer

“Eu soube que eu estava com câncer de mama em 2006. Durante o banho, passando sabonete, eu senti um nó no seio, achei aquilo estranho e fui fazer alguns exames. O médico me pediu para fazer uma biópsia e ela deu negativa, por isso achamos que era algo benigno. 

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Naquele momento eu estava planejando sair de São Paulo e me mudar para o nordeste, por isso eu decidi tirar logo o nódulo, antes de fazer a mudança. O médico me garantiu que esse seria um procedimento muito simples. Entretanto, após os resultados dos exames pré-operatórios a situação mudou. Agora, em vez de eu ter apenas um nódulo, eu já tinha quatro nódulos, que estavam aumentando de tamanho. 

Eu estava ao lado da minha mãe quando recebi essa notícia no consultório médico e esse foi o momento mais difícil da minha vida.  Mais difícil ainda do que fazer duas mastectomias, do que as duas cirurgias nos seios que eu fiz e ainda mais difícil do que ter feito todo o tratamento. 


O baque daquele momento foi um clichê, eu senti como se o chão tivesse se aberto sob os meus pés e eu estivesse caindo em um abismo. Eu me desesperei, chorei muito, mas depois desses primeiros sentimentos, parece que uma grande coragem brotou em mim. 

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Quando eu recebi o diagnóstico, a minha vida já estava um caos. Tinha acabado de me separar, o meu marido estava com outra mulher e eu fiquei sozinha com a minha filha de 12 anos. Além disso, eu também perdi um ótimo emprego e mais para frente naquele ano a minha avó acabou falecendo. 

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Ela era muito importante para mim e um mês depois de sua morte eu recebi o diagnóstico do câncer, era como se fosse a última pá de terra para me enterrar. O meu emocional estava muito abalado e eu me questionava como tanta coisa ruim poderia acontecer de uma única vez. 

Em 2006, o tratamento do câncer de mama não era igual ao dos dias de hoje, com milhares de exemplos de mulheres sobreviventes, especialmente para pessoas que tinham quatro tumores como eu. O meu médico mesmo estava bastante preocupado. Receber a notícia foi como uma sentença de morte.

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Contudo, a minha mãe me deu muito apoio, ela me disse que eu ia me salvar e dar a volta por cima. Mas eu achei que ela estava completamente louca, como eu poderia conseguir um emprego e um namorado, enquanto fazia quimioterapia? Quem se relacionaria com uma mulher doente e careca? 

No entanto, com o incentivo da minha mãe, eu me agarrei a todas os santos,  com toda a minha fé e enfrentei aquela situação. E por incrível que pareça tudo deu certo, consegui um novo emprego, após fazer a minha primeira quimioterapia, e arranjei até mesmo um novo namorado, que é o meu esposo até hoje. 

A minha primeira cirurgia foi uma mastectomia. Tirei o seio esquerdo e alguns linfonodos, para saber se havia uma metástase e depois dessa primeira cirurgia eu soube que tinha sim, um pouco de metástase e que o adequado seria tirar um pouco do seio direito por precaução também.

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Há quinze anos não se fazia muito a mastectomia e o meu médico, muito competente na época,  decidiu arriscar e  fazer essa cirurgia. Felizmente o procedimento foi um completo sucesso e após eu ter feito nos dois seios a parte estética também ficou mais agradável. É claro, o tratamento não acabou com a cirurgia, eu passei mais dez anos tomando medicamentos.   

Decisão de começar a escrever o livro

Durante o tratamento do câncer, eu comecei a escrever algumas coisas, especialmente para a minha filha, porque eu realmente achava que poderia morrer. O meu primeiro livro era como um diário e após ir a uma exposição de uma amiga minha e ela me apresentar um conhecido que trabalhava em uma editora, eu tive um estalo e decidi publicar um livro sobre o câncer. 

Na época, a maioria dos livros sobre câncer era apenas focada no lado médico e eu queria fazer algo focado nas pessoas com câncer, algo bem-humorado e otimista, mostrando que é possível virar o jogo. Por esse motivo eu lancei o ‘Força na Peruca’. 

Depois dele veio outro livro chamado ‘Mulheres de Peito’, um livro que gerou até um documentário na TV, que passou no GNT e na TV Cultura. E agora esse mais recente livro, que é o ‘Caixinha Vamos Falar de Câncer de Mama’.

Há três anos, o meu editor, que eu conheci durante a exposição da minha amiga, me deu ideia de fazer um livro no formato caixinha. Nesse modelo, o livro é literalmente uma caixinha, com cartõezinhos com perguntas. 

Fazer esse novo projeto foi uma delícia para mim, eu pude ouvir a história de diversas mulheres que conseguiram superar o câncer de mama. Ele é um alento no coração para quem está vivenciando esse momento tão difícil e também ajuda as pessoas que estão entorno da pessoa com câncer a tratar a doença com mais leveza”. 

Fonte: IG Mulher

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