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Gestação sem embrião: do diagnóstico ao aborto

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Por meio deste exame, é possível identificar a falta do embrião
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Por meio deste exame, é possível identificar a falta do embrião

A gestação anembrionada (GA), também conhecida como “ovo cego”, ocorre quando um óvulo fertilizado se implanta no útero, mas não se desenvolve (ou para de se desenvolver), é reabsorvido pelo organismo da mãe e deixa o saco gestacional vazio. Ou seja, uma gravidez sem bebê.

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“Muitas vezes, ocorre tão cedo que a mulher nem chega a saber que estava grávida”, afirma Carlos Moraes, ginecologista e obstetra pela Santa Casa/SP, membro da FEBRASGO e especialista em Perinatologia pelo Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Albert Einstein.

O que ocorre na gestação anembrionada

Quando uma mulher engravida, o óvulo fertilizado se liga à parede uterina. Ao redor de cinco ou seis semanas de gravidez, um embrião deve estar presente. Nesse momento, o saco gestacional (onde o feto se desenvolve) tem cerca de 18 milímetros de largura. Na GA, o saco gestacional se forma e cresce, mas o embrião não se desenvolve.

No entanto, a gestante tem os mesmos sinais e sintomas de uma gravidez normal: teste de gravidez positivo, atraso na menstruação, náuseas, sonolência, vômitos, entre outros.

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“Isso acontece porque há produção do HGC (gonadotrofina coriônica), hormônio produzido pela placenta após a implantação. A placenta pode crescer por um breve período de tempo, mesmo quando um embrião não está presente”, frisa Carlos Moraes, que também é especialista em Infertilidade e Ultrassom em Ginecologia e Obstetrícia pela FEBRASGO, e médico nos hospitais Albert Einstein, São Luiz e Pro Matre.

O que causa a gestação anembrionada

Não há uma causa específica para a GA, embora alguns fatores podem contribuir para a condição: alterações cromossômicas do óvulo fertilizado, baixa qualidade do esperma ou do óvulo, divisão celular anormal e causas genéticas. Em um determinado momento, o corpo reconhece essa anormalidade e interrompe a gravidez.

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Sintomas

Quando a produção de HCG é interrompida, a gestante pode apresentar sinais de abortamento:

– Cólicas abdominais moderadas a intensas

– Sangramento vaginal de leve a moderado

– Interrupção dos sintomas gestacionais (náuseas, tontura, sonolência)

Segundo o Colégio Americano de Obstetrícia e Ginecologia, 20% dos abortos espontâneos estão associados à gestação anembrionada. “Vale lembrar que nem todo sangramento no primeiro trimestre termina em aborto. Portanto, não deixe de consultar o seu médico imediatamente se tiver algum destes sinais”, alerta Carlos Moraes.

Diagnóstico e procedimentos

A gravidez anembrionada é diagnosticada logo nas primeiras semanas de gestação, no início do pré-natal, quando é solicitado o ultrassom transvaginal. Por meio deste exame, é possível identificar a falta do embrião e da vesícula vitelínica no interior do saco gestacional.

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O ultrassom transvaginal é normalmente realizado a partir da 7ª semana de gestação. Em caso de suspeita da GA, o exame deve ser repetido após 7 ou 10 dias para confirmar o diagnóstico.

O procedimento deve sempre ser discutido entre paciente e médico. “Algumas mulheres optam por realizar a dilatação do colo uterino e posterior curetagem ou a aspiração a vácuo (remoção do conteúdo uterino), com eficácia próxima a 100%. A complicação mais frequente é a infecção, que pode estar presente em até 10% dos casos”, explica Carlos Moraes.

Segundo o ginecologista, há também a opção de uso do misoprostol. No entanto, o medicamento pode levar vários dias para o corpo expulsar todo o tecido gestacional, além de causar mais sangramento e efeitos colaterais, como dores abdominais intensas.

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“Há ainda quem prefira optar pela conduta expectante, quando o corpo expulsa o tecido por si só. Após o aborto, o médico pode recomendar que você espere, pelo menos, de um a três ciclos menstruais antes de tentar engravidar novamente, dependendo do procedimento escolhido na GA. Por fim, é importante a mulher entender que não fez nada de errado para causar esse aborto e, provavelmente, não poderia ter evitado”, finaliza Carlos Moraes.

Fonte: Mulher

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Lucas do Rio Verde

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