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Gustavo Scat: entenda se ter fetiche em fezes é normal

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Segundo terapeuta sexual, o 'scat' é uma prática inusitada, mas não problemática
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Segundo terapeuta sexual, o ‘scat’ é uma prática inusitada, mas não problemática


O ator Fernando Mais, de 29 anos, causou polêmica na internet no último sábado (08) após assumir ser dono de um perfil no Twitter que aborda fetiches escatológicos.

A discussão se iniciou quando a autoria da antiga página ‘Quero Scat’, que continha vídeos e imagens sexuais explícitas com urina e fezes, foi atribuída a Mais. Na comunidade fetichista, Fernando é conhecido pelo pseudônimo ‘Gustavo Scat’.

O fetiche escatológico de ‘Gustavo’ envolve o desejo sexual pelo cheiro, sensação, visão ou gosto de excrementos.

Depois de assumir ser o dono do conteúdo, o ator desabafou que a recepção de seu fetiche não foi positiva. “Tô bem da cabeça? Não tô! Não vou mentir não, não tô legal. Está acontecendo o maior medo da minha vida, sabe? E eu não fiz nada de errado. Não fiz nada ilegal”, contou em seu Instagram.

Nas redes, internautas ficaram chocados com o gosto de Mais. “Para gostar disso, tem que ser maluco”, comentou um internauta. “Não sei como uma pessoa com esse gosto acha isso normal”, comentou outro.

Mas, como atestam profissionais consultados pelo Delas , ter um fetiche como o de Fernando não é um problema.

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O que são fetiches?

“Ter um fetiche é absolutamente natural”, contou para o Delas, em maio, o sexólogo Jeová Batista. “O fetiche está associado a uma atração erótica muito forte por algumas peças, algumas partes do corpo ou algumas ações, como uma pegada ou um puxão de cabelo, por exemplo.”

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Se para algumas pessoas praticar sexo anal ou usar uma fantasia de látex é suficiente para um sexo agradável, outras preferem exercer a sexualidade de uma forma um pouco mais exótica.

“São parafilias” explica Dani Fontinele, sexóloga clínica e membro da Associação Brasileira dos Profissionais de Saúde, Educação e Terapia Sexual (ABRASEX). “São interesses sexuais intensos, excitação ou práticas sexuais que são consideradas não convencionais ou fora do padrão socialmente aceito como “normal” pela sociedade.’’

Segundo Dani, essas práticas sexuais podem envolver elementos que vão além do comum quando se fala de sexo, como toques nos genitais e penetração. Qualquer tipo de atividade ou interesse sexual que seja significativamente diferente desses padrões pode ser classificado como uma parafilia.

Scat

No caso de Fernando e o blog ‘Quero Scat’, é o desejo por fluidos do corpo humano. “Nessas cenas, a excitação pode surgir do ato de ser humilhado por outra pessoa, o que pode incluir a pessoa defecando durante a atividade sexual ou até mesmo sendo forçada a consumir fezes. Essa dinâmica de dominação e submissão pode ser um elemento excitante tanto para a pessoa sendo humilhada quanto para aquela que está humilhando.”

Embora a escatologia não seja um fetiche extremamente raro, ela não é algo comumente compartilhada ou discutida como outros fetiches. Fontinele conta que até entre a comunidade fetichista, gostar de excrementos é considerado um tabu.

“Isso ocorre porque o cocô é algo que normalmente tentamos manter longe de nós mesmos. Há uma associação com nojo e vergonha quando se trata de fezes. O interesse ou fetiche por algo relacionado ao cocô é considerado nojento e gera repulsa.”

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Mas se o Scat é um fetiche que te interessa, os especialistas garantem que não é necessário ter vergonha. Atualmente, existem medidas preventivas para evitar infecções durante e após a relação sexual que envolva excrementos.

O uso de luvas descartáveis e plástico filme durante as atividades que envolvem contato direto com fezes são alternativas para reduzir o risco de transmissão de bactérias e outros patógenos. Tomar banho antes e depois da relação também é indispensável.

Para o ativista e organizador do Projeto Luxúria Heitor Werneck, a única regra dos fetiches é que eles devem ser realizados dentro dos limites de segurança e consentimento mútuo. Se uma pessoa é adepta a fetiches como o scat, ela o pratica com a permissão da outra pessoa envolvida, sem forçá-la a participar.

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“Não devemos julgar alguém pela forma como eles exercem sua sexualidade e sensualidade, desde que haja consentimento mútuo entre os envolvidos. É desonesto julgar alguém com base em suas práticas sexuais, e é errado agir sem levar em consideração os sentimentos da outra pessoa”, completa

Dani complementa essa ideia: “essas práticas são pessoais e quando realizadas dentro de um contexto de respeito e consciência mútua, não há nada de inusitado. O que devemos combater é o preconceito e o julgamento.”

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Fonte: Mulher

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