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Luciana Sonck: Menos de 2% das meninas acham Internet um lugar seguro

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Menos de 2% das meninas consideram a internet um lugar seguro
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Menos de 2% das meninas consideram a internet um lugar seguro

O tema internacionalmente pautado pela ONU para o 8 de março, Dia internacional da Mulher deste ano, em sincronia com a 67ª sessão da Comissão da ONU sobre a Situação das Mulheres (CSW), foi “Por um mundo digital inclusivo: inovação e tecnologia para a igualdade de gênero”. Porém, a internet pode ser considerada uma ferramenta em prol da igualdade e inclusão de gênero?

O mundo globalizado permite que meninas e mulheres possam se expressar e buscar locais de reconhecimento de gênero dentro de diferentes redes, mas ainda está longe de ser um ambiente saudável e sem hostilidade. Em 2021, a Pesquisa Por Ser Menina, da Plan International Brasil realizada com o apoio técnico da Tewá 225, ouviu 2.589 meninas de todas as regiões do Brasil e mapeou percepções importantes sobre qual o sentimento que elas têm ao utilizarem a internet.

Na pesquisa foi constatado que as meninas têm domínio e proximidade com o mundo digital, muito mais que os meninos: 76,9% das respondentes afirmaram que navegar na internet é a sua atividade realizada com maior frequência durante o dia (contra 61,3% dos meninos), e que é um ambiente onde sentem sua opinião valorizada, onde podem ser elas mesmas.

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Porém, o estudo evidenciou que é consenso geral entre as entrevistadas que, na internet, meninas são mais assediadas que meninos, sendo o ambiente digital muito semelhante à como elas se sentem na rua: vulneráveis as diversas formas de assédio.

Como comenta uma entrevistada a pesquisa, de 16 anos, de São Paulo: “A internet tem essa parte de mulheres sendo julgadas e insultadas, mas também somos induzidas a isso, tem muita sexualização, comentário de homens mais velhos, temos que se policiar e medir as palavras”.

Casos como hipersexualização, julgamento, bullying, assédio no ambiente inbox/privado (inclusive por homens adultos e de diferentes países), são alguns dos relatos. No ambiente de games virtuais, elas também sofrem violência de gênero, tendo muitas vezes que se passar por perfis de meninos para poderem jogar: apenas 18,5% das meninas tem como atividades cotidianas jogar jogos eletrônicos, contra 48,5% dos meninos.

De acordo com a ONU Mulheres, “os espaços online proporcionam novos locais para a violência contra as mulheres, oferecendo aos perpetradores um aumento do anonimato e da impunidade”. A questão da impunidade dos agressores é um tema ainda pouco pautado pelas políticas de regulamentação da internet e isso não é um problema exclusivo do Brasil, apesar de que, segundo a Plan International Brasil, 77% das brasileiras já foram assediadas na internet contraponto 58% da média mundial (PIB, 2020).

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No entanto, mesmo não estando no foco das políticas públicas de segurança na internet, de acordo com estudo realizado pelo Instituto AVON em parceria com com a empresa digital Decode, a consequência do assédio virtual impacta diretamente a vida das vítimas, onde 35% afirmam que desenvolveram medo de sair de casa, 30% apresentaram medo de contato social e ideação suicida e 21% acabam excluindo suas redes sociais. O cenário evidenciado pelas pesquisas é triste, mas também deve ser considerado motor para a elaboração de políticas públicas que foquem e preservem e protejam as mulheres do futuro, somente assim conseguiremos vislumbrar um mundo digital inclusivo a todos.

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Fonte: Mulher

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