Chegou o momento. Vocês estão juntos, a tensão subiu, os beijos rolaram, as roupas foram ao chão e os hormônios estão à flor da pele. A hora H chegou… mas, pelo menos para ele, durou menos de um minuto.
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É claro que ninguém quer assumir que já passou por essa experiência, mesmo que ela seja extremamente comum. A ejaculação precoce é uma disfunção sexual masculina que atinge, segundo a Sociedade Brasileira de Urologia, 1 em cada 4 homens durante a vida.
Essa disfunção é caracterizada por qualquer homem que, com pouco ou até nenhum estímulo sexual, chega ao orgasmo.
Existem diferentes categorizações para esse problema. A ejaculação precoce primária, por exemplo, é quando o homem sente dificuldade em controlar o orgasmo desde o início da vida sexual. A adquirida, por sua vez, se inicia em algum momento específico da vida e está relacionada à disfunção erétil. Na medicina, também se menciona a ejaculação precoce subjetiva, que é quando a duração do sexo é considerada insuficiente para o homem, independente do tempo.
Em entrevista ao iG Delas, Danilo Galante, médico pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) com especialização em Urologia pela UNESP explica mais sobre esses termos.
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“Antigamente, a ejaculação precoce era definida como uma relação de até 5 minutos. Depois, baixou para até 3 minutos. Hoje em dia, falamos que é uma relação que dura menos do que o satisfatório para o parceiro”, revela o médico. Segundo ele, o tempo de uma ejaculação precoce é subjetivo, já que existem casais em que “dois minutos pode ser o suficiente para o orgasmo, enquanto outros demoram 30 minutos, talvez nunca cheguem.”
É essencial relatar que não existe um tempo específico ou determinado para uma relação sexual. É o que atesta a terapeuta sexual Shellen Munique: “a relação sexual vai além da penetração. Todo o envolvimento, as preliminares e as outras diversas formas de relação sexual que não envolvem apenas a penetração contam como uma relação sexual.”
Mas porque a ejaculação precoce acontece, independente da duração? De acordo com os especialistas, ela tem causas multifatoriais e não pode ser resumida a uma só origem.
Entre os fatores biológicos, estão os níveis anormais de hormônios, doenças cardiovasculares, problemas na próstata, diabetes e fatores genéticos gerais.
Já entre os psicológicos, estão a ansiedade, estresse, condicionamento, traumas sexuais e baixa autoestima. “Tais problemas psicológicos são considerados hoje como a principal causa para ejaculação precoce”, afirma Shellen.
Se o problema não for tratado, ele pode agravar as questões de origem psicológica, além de aumentar a chance de transtornos como depressão, desordens de personalidade, rejeição ao sexo, diminuição da libido e até causar danos aos relacionamentos pessoais do paciente.
“Uma vez que isso aconteceu durante uma relação, na próxima relação o homem pode ficar com ansiedade, com medo daquilo se reproduzir. E novamente aquilo se reproduz, e isso se torna um ciclo vicioso”, conta a psicóloga e terapeuta sexual Ana Dias.
Galante concorda com a afirmação de Dias. “A ejaculação precoce afeta praticamente todos os homens com ela. Afeta não só a questão psicológica desse paciente, quanto também a autoestima e a autoimagem desse paciente. Ele se cobra demais, tem problemas com o relacionamento atual e com novos relacionamentos porque fica preocupado e ansioso se terá uma boa performance.”
A boa notícia é que, mesmo não sendo, de fato, uma doença, a ejaculação precoce pode ser tratada. E não, esse tratamento não é feito apenas por médicos: é na terapia sexual que o homem pode entender mais sobre o próprio desempenho.
No tratamento médico, os casos mais complexos são tratados com medicamentos. “As medicações, como a paroxetina ou antidepressivos, podem ser utilizadas em diferentes doses. Essas medicações diminuem um pouco a libido dos pacientes e como efeito colateral aumentam o tempo entre começar a ereção e ejacular.”
Quando a origem do problema é psicológica, o tratamento é realizado na terapia. “Primeiro, nós identificamos quais são os fatores que podem estar levando esse paciente à ejaculação precoce”, relata Ana. “A terapia sexual é fundamental para que você possa entender onde reside a ansiedade desse paciente. É importante investigar a história dele desde o início da sua vida sexual até hoje, para que possamos identificar o que levou a essa situação e promover a mudança do pensamento.”
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O papel das parceiras ou parceiros também é essencial nesse momento. Com a compreensão e a paciência dos cônjuges ou parceiros sexuais, os homens podem se libertar de tabus, traumas e medos.