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Núbia Nappi: histórias de desafios e oportunidades para engenheiras

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Histórias reais de desafios e oportunidades para engenheiras
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Histórias reais de desafios e oportunidades para engenheiras

Hoje, 23 de junho, é comemorado o Dia Internacional da Engenheira, data estipulada pela UNESCO para reconhecer a inclusão das mulheres neste campo, ainda dominado por uma maioria masculina. Um relatório global da ONU Mulheres mostrou que a porcentagem de mulheres em STEM (sigla em inglês para Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática) é de 29,3%. Elas são minoria em muitos campos da ciência, assim como sub-representadas nos níveis mais altos da profissão, o que comprova que o caminho para reduzir a diferença de gênero ainda é longo.

Para algumas empresas do setor de tecnologia financeira também tem sido um desafio e uma aposta encontrar e desenvolver talentos femininos nesta área. E o que essas profissionais sentem? Como as engenheiras que fazem parte desses ambientes de trabalho veem esse desafio hoje? Quatro engenheiras da Bitso deram seus depoimentos sobre isso:

Ludmily Silva, brasileira e Engenheira de Software na Bitso:

Diversidade e equidade de gênero nas empresas e no setor

Quando Ludmily começou a estudar, existia o estigma de que a engenharia era um ramo para homens e de que apenas eles podiam programar. De fato, sua experiência na sala de aula não era diferente: eram apenas três mulheres para cada 15 homens, o que de alguma forma ajudava a perpetuar essa ideia. Para ajudar a reverter esse cenário, ao longo de sua trajetória profissional, Ludmily notou mudanças substanciais na forma em que as empresas passaram a abordar os temas de equidade de gênero. De acordo com dados da Pesquisa Global de Diversidade, Equidade e Inclusão publicado pela AON, 72% das empresas entrevistadas na América Latina já trabalhavam em ações concretas com perspectiva de gênero, e 70% dos empregados entrevistados (homens e mulheres) se consideram alinhados e a favor destas ações, o que demonstra que as iniciativas para fomentar a equidade de gênero contribuem diretamente para um melhor clima organizacional e ambiente de trabalho. Ludmily, com a sua experiência como engenheira de software na Bitso, reforça a cultura de equidade e representatividade. Embora seja comum que no time tenha mais homens, ela se sente orgulhosa de estar entre as mulheres que estão construindo uma nova realidade. E que, ainda que haja desafios, antes, como mulher às vezes ela pensava que era a única, a verdade é que agora as comunidades são cada vez maiores.

Andrea González Arteaga, mexicana e Gerente de Engenharia na Bitso:

O teto de vidro, uma realidade latente

A carreira de Andrea foi ascendente mas não foi tradicional, ela não começou como engenheira. Foi a vida que a levou à engenharia graças ao seu gosto e talento para a ciência e tecnologia, área onde apenas 3 em 10 profissionais são mulheres, no México. Para ela, embora atualmente já existam maiores oportunidades e visibilidade para mulheres em cargos de liderança, é muito importante que isso continue evoluindo para atrair mais mulheres deste perfil para o setor. A participação de mulheres em comitês executivos de empresas na América Latina é de apenas 19% segundo o Banco Mundial, realidade que reflete o chamado “teto de vidro”, uma barreira invisível que dificulta o acesso de mulheres a cargos de gestão e de liderança. Nesse sentido, para Andrea existe uma grande oportunidade de construir redes de apoio entre pessoas que já ocupam cargos de liderança no setor, além de criar espaços para identificar e abrir portas para outras mulheres que hoje possuem competências para assumir cargos de gestão. Assim, quem está chegando pode ter certeza e confiança de que há oportunidades e espaços para ir longe na carreira.

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Paula Hurtado, colombiana e Gerente de Produto na Bitso:

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Um panorama das mães de família no trabalho

A história da Paula, “Pola” como a chamam carinhosamente, tem sido de desafios superados. Aos 19 anos foi mãe em sua cidade natal na Colômbia e, para poder continuar seus estudos de engenharia, teve que emigrar para o Brasil, e assim abrir caminho como nova engenheira, mãe solteira e mulher estrangeira. Apesar desses desafios pessoais, Paula menciona que jamais abandonou a convicção de que o único caminho para ela era ter sucesso. De acordo com o estudo Gender and the Economy, é esperado que 90% das mulheres façam uso das políticas de licença maternidade de seus empregadores, contra apenas 12% dos homens que tem tirado ou irá tirar a licença paternidade, perpetuando o papel das mulheres da cuidadora que por sua vez preocupam-se que o rendimento no trabalho seja julgado de forma negativa devido às suas maiores responsabilidades em casa.

Quando Pola começou sua vida profissional, era uma “mãe secreta” porque pensava que isso poderia ser visto como pouco profissional. Contudo, 15 anos depois e em uma posição de liderança, não poderia sentir mais orgulho de tudo que tem conquistado, pois sua filha praticamente cresceu com sua carreira. Pola hoje é uma referência de superação e talento para outras mulheres, tanto na Bitso como na indústria, tendo como compromisso pessoal fomentar times diversos e sendo mentora de meninas jovens para promover as carreiras STEM nas novas gerações.

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Lorena Yacachury, argentina e Gerente de Engenharia na Bitso:

As mulheres líderes querem uma melhor cultura de trabalho

Estudar engenharia foi uma inspiração em seu pai, conta Lorena. Sua carreira de desenvolvimento profissional e de sucesso como engenheira, ela exerce na Argentina, um dos 7 países da América Latina onde se tem alcançado a paridade nas carreiras STEM segundo o último relatório da ONU Mulheres. Ainda assim, a carreira de Lorena não tem estado isenta de desafios para conciliar a sua vida familiar com as exigências do trabalho. Hoje, ela lidera um time na Bitso, onde se sente muito confortável e incluída, com espaços para contribuir, opinar e se sentir ouvida. Mas não foi sempre assim.

Durante a pandemia ela teve que deixar a empresa onde trabalhava, pois sofreu assédio moral e discriminação, o que a obrigou a tomar decisões muito difíceis e acabaram trazendo incertezas sobre sua carreira profissional. Dados do estudo Women in the Workplace da LeanIn.Org and McKinsey & Company apontam que as mulheres em posições de liderança são significativamente mais propensas que seus pares masculinos a deixar seus trabalhos porque querem trabalhar para uma empresa que está mais comprometida com o bem-estar dos empregados, a diversidade, a equidade e a inclusão. Lorena comenta que é fundamental encontrar equilíbrio entre um bom estilo de vida, os compromissos profissionais e fomentar também o bem-estar familiar. E na Bisto ela encontrou essa possibilidade.

Entre as ações que a Bitso implementou para incrementar as oportunidades para os talentos femininos, está a política de licença familiar igualitária em caso de nascimento ou adoção. Essa iniciativa concede igualdade de direitos e tem um impacto positivo na progressão profissional a longo prazo das mulheres. Além disso, dispor de ferramentas como canais anônimos para reportar qualquer incidente; fomentar os Grupos de Recursos para Empregados (ERG) para criar comunidades como a Women at Bitso; e realizar análises por gêneros nas pesquisas de engajamento para identificar áreas de oportunidade na experiência de trabalho das mulheres, também são outros exemplos que contribuem diariamente para aumentar a equidade de oportunidades.

A Bitso comemora o Dia Internacional da Engenheira, compartilhando as histórias de engenheiras e celebrando suas contribuições no campo da tecnologia e a inclusão financeira, pois elas trabalham todos os dias para tornar cripto útil. Para continuar no caminho da igualdade, é possível acessar e aplicar para as vagas disponíveis que a empresa tem neste momento.

Fonte: Mulher

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