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Morre a segunda paciente que recebeu rim de porco nos EUA

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Lisa Pisano, a segunda pessoa a receber um transplante de rim de porco, morreu no último domingo, nos Estados Unidos. A informação foi confirmada pelo centro médico Langone Health, na Universidade de Nova York, onde ela fez a cirurgia. A paciente foi a primeira pessoa com suporte circulatório mecânico — que ajuda o coração a bombear sangue pelo corpo — a realizar o procedimento.

Lisa, que tinha 54 anos, recebeu o transplante do órgão genéticamente modificado em 12 de abril, apenas oito dias após ter instalado a bomba cardíaca mecânica. No entanto, o rim falhou e precisou ser removido em 29 de maio. Ela estava em estado terminal devido às insuficiências cardíaca e renal. Antes, Lisa precisava passar por diálises rotineiras, com uma expectativa de vida de “dias ou, no máximo, semanas”.

O primeiro transplante de um rim de porco em um humano foi feito em março deste ano, por um médico brasileiro, nos Estados Unidos.

Caso raro

Seu caso foi o primeiro de transplante de órgão em uma pessoa com suporte circulatório mecânico, e o segundo transplante de um rim de porco geneticamente modificado, sendo o primeiro contendo a glândula timo do animal — que participa da regulação da defesa imunológica do organismo.

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Segundo Robert Montgomery, médico diretor do Instituto de Transplantes de Langone, “Pisano foi corajosa e altruísta”, conforme o médico disse em comunicado divulgado nesta terça-feira. “As contribuições de Lisa para a medicina, cirurgias e xenotransplante não podem ser exageradas… Lisa nos ajudou ao nos aproximar de um futuro em que uma pessoa não precisa morrer para que outra pessoa sobreviva”, completou o médico.

Em coletiva de imprensa logo após o procedimento médico, na época, Lisa disse que mesmo que o transplante não funcionasse para ela, poderia funcionar para a próxima pessoa. “Pelo menos alguém vai ter benefício com isso”, falou.

Devido à insuficiência cardíaca e à sua doença renal em fase terminal, Lisa não pôde fazer um procedimento padrão. Antes do xenotransplante, Pisano disse que “havia tentado de tudo”, e, com a cirurgia, esperava que teria mais tempo para passar com seus netos.

O rim de porco que ela recebeu foi geneticamente alterado para escapar dos anticorpos humanos, que tipicamente detectam e atacam corpos estranhos. A glândula timo do porco, que desempenha um papel chave na imunidade, também foi transplantado para ajudar o corpo a aceitar o órgão. No entanto, o rim foi removido em maio, após ter sido determinado que “não estava mais contribuindo o suficiente para justificar a continuação do regime de imunossupressão”.

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“A coragem de Pisano deu esperança para milhares de pessoas que vivem com insuficiência renal ou cardíaca em estágio terminal e que em breve poderão se beneficiar de um fornecimento alternativo de órgãos. Seu legado como pioneira viverá e ela sempre será lembrada por sua coragem e boa natureza,” reafirmou Montgomery em comunicado.

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