Moradores e comerciantes do bairro São João Del Rey, em Cuiabá, estão insatisfeitos com a interdição de parte da avenida Manoel José da Silva feita pelo comando da unidade local da Polícia Militar. Reclamam de transtornos causados no trânsito e, também, do fato de terem de circular na contramão, pela falta de opção de acesso a outros bairros circunvizinhos.
Já o comandante do 24º Batalhão da PM, tenente-coronel Ottoni Cesar Castro Soares, justifica a medida tomada de forma unilateral por questões de segurança à corporação, que vinha sofrendo ameaças. A 2º Companhia de Polícia Militar, que ganhou status de Batalhão recentemente, usa o trecho fechado bem em frente à base para estacionamento de diversas viaturas. Com medo de represálias, apesar da insatisfação, uma comerciante das imediações prefere não de se identificar, porém, alega que o movimento do seu estabelecimento está prejudicado com o fechamento de parte da rua.
Destaca que por várias vezes se viu obrigada a dirigir pela contramão, por não ter outra opção. Diz que os moradores sabem ‘se virar’, porque conhecem bem a região, mas confirma que já viu condutores de fora confusos, por virem de outros bairros e não entenderem o sentido das vias no Del Rey, ampliando os riscos de acidentes, sobretudo com pedestres.
Outro comerciante da avenida, indignado, relata que já realizou várias reclamações ao poder público por conta do fechamento da rua, mas, segundo ele, não obteve retorno nenhum, inclusive por parte da Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (Semob). Conta que no bairro, tanto moradores, quanto empresários do trecho estão descontentes com a situação, pois em sua concepção, a polícia não deveria ter essa ‘autoridade’ de cercar o entorno do Batalhão apenas para estacionamento.
Outro morador das imediações, que se identificou como Pedro, alega ter reclamado por inúmeras vezes da situação e que acredita que a ‘gota d’água’ para o fechamento da rua foi um acidente ocorrido há menos de um mês, em que um caminhão teria abalroado várias viaturas que estavam na frente da Companhia de Polícia. “Acho que ficaram com raiva porque o caminhão passou acertando tudo pela frente”, relata o homem.
A insatisfação com o fluxo na via é unanimidade entre moradores e empresários, que ficaram reticentes em se identificar, mas dizem acreditar numa solução melhor para a comunidade, sem a necessidade de fechamento da avenida.
Fonte: FOLHA MAX