POLÍCIA

Cão que morreu em voo da Gol teve choque cardiogênico causado pelo calor e desidratação

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O laudo da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (USP) concluiu que a causa da morte do cão Joca, o Golden Retriever de 5 anos que não resistiu após erro do serviço de transporte de animais da empresa aérea Gol, foi choque cardiogênico, uma ineficiência do coração em bombardear o sangue para os órgãos.

Joca embarcaria em 22 de abril deste ano de Guarulhos (SP) para Sinop (MT), onde moraria com o tutor João Fantazzini Júnior, mas foi enviado para Fortaleza (CE). O trajeto, que seria de até 2h30min, durou cerca de 8 horas. Uma testemunha disse que a caixa em que ele foi colocado estava solta no porão de bagagens.

A TV Globo teve acesso ao laudo oficial feito a pedido da Polícia Civil para ser anexado no inquérito que investiga o caso. Além do choque cardiogênico, ele também aponta alterações cardíacas em Joca.

A veterinária Fátima Martins analisou o laudo. Ela afirma que o choque cardiogênico foi consequência da hipertermia (elevação da temperatura corporal) que o Joca sofreu e, por isso, houve a parada cardiorrespiratória. Segundo ela, a falência cardíaca foi por desidratação.

“O próprio estresse que ele passou já poderia levar a óbito. E o estresse seguido de desidratação com as comorbidades que ele tinha, e vivia muito bem com elas e não era limitante, ele não teria morrido. Ele tinha alterações cardíacas, porém o agravante foi a hipertermia que levou a desidratação e o choque hipovolêmico”, explicou.

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“Cachorros de raça grande têm normalmente alterações no coração, principalmente em situação de estresse. Mas no Joca as alterações cardíacas não levariam a óbito se ele não tivesse essa desidratação severa. A morte, o choque cardiogênico foi provocado pela hipertermia”, ressaltou a profissional.

O advogado do tutor, Marcello Primo Muccio, disse que entende que o principal motivo do choque cardiogênico foi o estresse e calor.

“Até porque ele foi levado de São Paulo a Fortaleza dentro da caixa totalmente solto sem qualquer equipamento de segurança. Esperamos que com a conclusão do laudo que as investigações aponte o responsável pelos maus-tratos sofrido pelo Joca”.

A reportagem entrou em contato com a empresa aérea Gol, e aguarda retorno.

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O pet deveria ter sido levado do Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, para Sinop (MT), mas foi colocado num avião que embarcou para Fortaleza (CE). O animal acabou sendo mandado de volta para Guarulhos e, quando o tutor chegou para encontrá-lo, o cão estava morto.

Após desembarcar em Sinop, o tutor de Joca, João Fantazzini, aguardava que o cachorro fosse entregue para ele. No entanto, soube que o animal tinha sido levado para o destino errado.

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João Fantazzini disse que o veterinário havia dado um atestado indicando que o animal suportaria uma viagem de 2 horas e meia, mas, com o erro, o cachorro ficou quase 8 horas no avião.

Imagens obtidas pelo Fantástico mostram o cachorro em solo cearense. Depois do pouso do avião, ele passa pelo carrinho dentro da caixa de transporte e está a caminho do outro avião, para voltar para São Paulo.

“Depois o Renato, eu não sei quem é esse Renato, começou a mandar fotos para mim falando que a companhia recebeu o Joca em Fortaleza, que ele estava bem e estava recebendo água”, contou João.

No vídeo, é possível ver uma pessoa interagindo com o cão, dentro da caixa.

“Pronto ó. Cachorrinho, tranquilo, tem água. Menino do papai, bebê. Tá tranquilinho, bonitinho. Tá bom? Vai retornar lá para Guarulhos”, diz uma funcionária que aparece com Joca.

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