POLÍCIA

Dois advogados foram executados nas mesmas circunstâncias em Cuiabá em menos de 7 meses

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Em menos de sete meses, dois advogados foram assassinados em Cuiabá e as circunstâncias dos crimes são muito parecidas. Assim como Roberto Zampieri, morto em dezembro de 2023, Renato Gomes Nery foi executado em frente ao escritório que trabalhava.

Nas duas ocasiões, as vítimas foram alvo de vários disparos de arma de fogo efetuados por bandidos que estavam de “tocaia”.

Zampieri foi assassinado com 10 tiros, no dia 5 de dezembro, no bairro Bosque da Saúde. Ele estava dentro do carro quando o criminoso chegou e atirou. O bandido usou uma caixa de isopor para esconder a arma e abafar os disparos.

Quinze dias depois, o executor Antônio Gomes da Silva foi preso.

Em janeiro, o coronel do Exército, Etevaldo Luiz Caçadini de Vargas, foi preso, em Belo Horizonte (MG), apontado como financiador da execução. Hedilerson Fialho Martins Barbosa também foi preso por intermediar o crime.

Os mandantes seriam Aníbal e Elenice Laurindo e a principal motivação seria uma disputa judicial por uma fazenda localizada na cidade de Paranatinga e estimada em R$ 100 milhões.

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A investigação apontou que a área está em posse da família há cerca de 20 anos, mas havia um questionamento em relação ao título de propriedade da fazenda.

O casal acreditava que poderia perder as terras em razão de uma suposta proximidade entre o advogado e o magistrado responsável por decidir a questão. Então decidiram mandar executar Zampieri. Eles são os únicos que estão em liberdade por ordem da Justiça, mas são monitorados com tornozeleira eletrônica.

Segunda execução

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Na última sexta-feira (05), o ex-presidente da OAB-MT Renato Gomes Nery foi alvo de sete disparos, entretanto um laudo preliminar diz que apenas um tiro o atingiu.

Ele estava chegando em seu escritório, quando foi surpreendido pelo bandido, que estava de tocaia o esperando, assim como ocorreu com Zampieri.

Nery chegou a ser levado para o hospital, passou por cirurgia, mas no sábado (6) ele morreu.

Menos de 20 dias antes de ser assassinado, Nery denunciou a existência de um suposto “escritório do crime” e protocolou uma representação disciplinar, na Ordem dos Advogados do Brasil de Mato Grosso, contra um colega de profissão que teria descumprido regras disciplinares em processos relativos à disputa por terra, em Mato Grosso.

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Em síntese, Nery acusou um advogado de se apropriar e negociar uma área que ele havia recebido como honorários das ações no qual atuou por mais de 30 anos. Ele também destaca que o representado supostamente atuava por meio de terceiros para intimidá-lo e que frequentemente era advertido sobre a atuação de um desembargador no caso com os termos: “ou faz acordo ou perde tudo”.

Ainda na representação, Nery chegou a relacionar a atuação de um juiz, supostamente integrante de um “gabinete do crime”, com a execução do advogado Roberto Zampieri, morte em 2023, em Cuiabá, no bairro Bosque da Saúde.

Após as denúncias, Renato Nery pediu que fosse instaurado processo administrativo disciplinar contra um advogado na OAB e ainda pediu que ele e outras testemunhas fossem ouvidas.

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Lucas do Rio Verde

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