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Ex marido de Raquel Cattani e irmão são participantes do homicídio cruel que chocou Nova Mutum

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A Polícia Civil esclareceu na noite desta quarta-feira (23), o assassinato da produtora rural Raquel Maziero Cattani, ocorrido na semana passada na comunidade Pontal do Marape, em Nova Mutum/MT. O mandante e o executor do crime foram presos em flagrante pelo homicídio qualificado e estão sendo encaminhados à Delegacia de Nova Mutum.

As inúmeras diligências investigativas, análise de evidências e oitivas de dezenas de pessoas auxiliaram as equipes investigativas das Delegacias de Nova Mutum a chegar aos autores do crime.

“Desde o trágico crime, as equipes das delegacias do município não mediram esforços até esclarecer o crime e prender os responsáveis”, salientou o delegado regional, João Romano.

Foram identificados como autores o ex-marido de Raquel, que planejou o crime; e o irmão dele, que matou a vítima e montou a cena na residência para que fizesse parecer que seria um crime patrimonial.

Diligências;

Foram diversas diligências ininterruptas realizadas desde que a Polícia Civil foi acionada na manhã da última sexta-feira, 19 de julho, no assentamento Pontal do Marape, a 150 quilômetros da cidade de Nova Mutum, onde a vítima residia e trabalhava.

“Analisamos todas as imagens do comércio da vila, das cidades vizinhas como São José do Rio Claro e Tapurah. As equipes investigativas entrevistaram centenas de pessoas, desde vizinhos, moradores do assentamento e trabalhadores. Foram mais de 150 pessoas entrevistas pelas equipes da Polícia Civil ao longo desses seis dias”, explicou o delegado responsável pela investigação, Guilherme Pompeo.

Durante a análise no local do crime, apesar da aglomeração no local, um investigador notou que a janela do quarto dos filhos da vítima havia sido arrombada. Diante dessa evidência, foi solicitada a extração de eventuais impressões digitais, que foi realizada pela Perícia Oficial e Identificação Técnica de Mato Grosso (Politec).

A equipe da Polícia Civil, ainda no local, apreendeu um televisor que continha também algumas pegadas. “Questionamos o porquê alguém tentaria levar uma televisão em uma motocicleta. Tal evidência sugeriu que aquele televisor foi deixado de forma proposital para fora da casa com o intuito de complicar a investigação”, acrescentou o delegado.

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As diligências prosseguiram e, diante da desconfiança de uma cena que poderia ter sido armada,a atenção foi voltado ao ex-marido, Romero Xavier, que mantinha comportamento possessivo e não aceitava o término da relação com a vítima.

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Em novos levantamentos, a Polícia Civil descobriu que o irmão de Romero, o suspeito Rodrigo Xavier, tinha diversas passagens por furtos e outros crimes, além de ter sido usuário de entorpecentes no passado.

O delegado assinalou que um dos pontos investigados foi que Romero, até antes do término da relação, se mantinha distante do irmão. Contudo, após o fim do casamento, ambos passaram a se encontrar e trocar mensagens.

Na sequência das diligências, o delegado de Nova Mutum, Edmundo Félix, tentou contato com Rodrigo, para este fosse ouvido pela Polícia Civil, mas o suspeito se esquivou por várias vezes e apresentou inconsistências em sua versão, dizendo que estava morando em uma fazenda. Na terça-feira (23), ele atualizou uma rede social sua como morador de “Cuiabá”.

Confissão e prisão

Nesta quarta-feira (24), equipes da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos e da Regional de Nova Mutum se dirigiu até o endereço de Rodrigo, na cidade de Lucas do Rio Verde. Após horas de vigilância, ele chegou na residência e ao ser entrevistado, apresentou muito nervosismo com a presença dos policiais.

Da porta que estava aberta, as equipes observaram um frasco de perfume feminino, em cima de uma bancada. Diante da evidente suspeita, ele confessou o homicídio de Raquel Cattani.

Na casa foram encontrados frascos de perfume, um aparelho de som, um cinto, um porta-celular e uma faca, todos os objetos pertencentes à vítima.

Durante a entrevista, a equipe investigativa reuniu informações que esclareceram que Rodrigo praticou o crime a mando do irmão, Romero. E levou alguns objetos da casa para simular um latrocínio e embaraçar as investigações da Polícia Civil.

O delegado Guilherme Pompeo destacou ainda que durante a sua prisão de Rodrigo foi verificada que a bota que ele utilizava no momento possuía total semelhança com a pegada encontrada na televisão na casa da vítima.

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“Portanto, a dinâmica do crime a ser confirmada com outros elementos de informação, aponta que Romero se encontrou com Rodrigo em Lucas do Rio Verde, na manhã do dia 18 de julho. Como Romero foi o autor intelectual do crime, ele já havia planejado alguns atos”, pontuou Pompeo.

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Simulou comoção

O autor intelectual do homicídio de Raquel trouxe o irmão no próprio carro e o deixou escondido nas proximidades do sítio PH, de propriedade de Raquel Cattani. Ao longo do dia, Romero almoçou com o ex-sogro e, inclusive, chorou na frente dos familiares da vítima. Após almoçar com o sogro, levou os filhos do casal para Tapurah a fim de criar o álibi e afastá-los do crime planejado.

Durante a tarde do dia 18 de julho, ele chamou algumas pessoas com quem nem tinha muita convivência para bebera assar carne. No período da noite, foi a três boates em Tapurah para reforçar o álibi de que estaria da cidade e, assim, não seria considerado o principal suspeito.

Por outro lado, Rodrigo ficou à espreita da vítima até ela chegar ao sítio. Romero sabia da rotina de Raquel e de forma planejada havia retirado o casal de filhos da residência anteriormente.

Ao chegar no sítio por volta de 20 horas da quinta-feira, a vítima foi atacada com uma faca e foi a óbito no local. Em seguida, Rodrigou subtraiu alguns objetos da casa, quebrou a televisão na parte de fora da casa e levou a moto da vítima com o destino a Lucas do Rio Verde.

O executor do crime jogou a motocicleta, o celular e a faca do crime em um rio da região. Nesta quinta-feira (25), a Polícia Civil solicitará ao Corpo de Bombeiros para realizar buscas no local.

Ainda nesta quarta-feira, uma equipe policial coordenada pelo delegado Edmundo Félix seguiu até o assentamento Pontal do Marape para conduzir o autor intelectual do homicídio e trazê-lo até a delegacia de Nova Mutum.

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