POLÍCIA

Filho de ex-governador é levado para presídio de VG

Publicado em

Carlos Alberto Gomes Bezerra, de 58 anos, filho do ex-deputado federal Carlos Bezerra (MDB), preso na manhã desta quarta-feira (28), em Cuiabá, por descumprir prisão domiciliar e fazer diversos deslocamentos não autorizados pela Justiça, passou por audiência durante a tarde e foi levado à penitenciária Ahmenon Lemos Dantas, em Várzea Grande, região metropolitana da capital.

 

Ele é acusado de premeditar e assassinar a ex-mulher dele, Thays Machado, de 44 anos, e o namorado dela, Willian César Moreno, de 30 anos, em janeiro de 2023.

 

A defesa alegou que o Carlos tem problemas de saúde que podem se agravar na penitenciária e vai recorrer da decisão. Volta para prisão

 

Carlos conseguiu na Justiça o direito à prisão domiciliar em novembro do ano passado, após a apresentação de um laudo médico. A defesa do empresário alegou que ele tem problemas de saúde e, por isso, a necessidade do tratamento realizado em casa.

 

No entanto, na tarde de quarta (28), ele voltou para prisão. De acordo com a Justiça, Carlos saiu de casa várias vezes para ir a supermercados da capital, rodeado por seguranças. A decisão é da juíza Ana Graziela Vaz de Campos Alves Correa, e teve como base a denúncia feita pelo Ministério Público Estadual.

Anúncio

 

“Pelo conjunto probatório acostado aos autos, que o comportamento do requerido, desrespeitando a cautelar de recolhimento domiciliar, externa seu completo desprezo pelas decisões deste Juízo, demonstrando que as medidas cautelares deferidas, são inócuas para conter seu espírito transgressor”, diz trecho da decisão.

Leia Também:  URGENTE: Homem que arrancou cabeça de bandido na frente do pai é preso

 

Segundo o MP, isso representa “uma afronta à justiça e à sociedade, e uma ameaça aos familiares e testemunhas do processo”.

 

Em outro requerimento, o MP pediu novamente a prisão do réu. No pedido, o promotor Jaime Romaquelli cita que o laudo médico apresentado pela defesa de Carlos é de “confiança duvidosa”, já que os exames não dizem respeito à condição médica do acusado antes do crime e nem sobre o quadro de diabetes alegada.

 

Na época do crime, a defesa de Bezerra alegou que ele estava passando por uma “neuropatia diabética”, o que provocava um “descompasso emocional”. Na decisão, a juíza esclareceu que esse sintoma é anterior ao crime.

 

“Além disso, a neuropatia diabética não gera agressividade, descontrole e nem violência capaz de levar a prática de feminicídio e homicídio qualificado”, disse. Thays e Willian foram assassinados em janeiro de 2023, em Cuiabá, no Bairro Alvorada. Na manhã anterior ao crime, Thays teria feito um boletim de ocorrência contra o principal suspeito, o ex- namorado Carlos Alberto Gomes Bezerra, filho do deputado federal por Mato Grosso Carlos Bezerra (MDB).

Anúncio

 

O crime aconteceu quando ela estava no prédio para devolver o carro que havia emprestado da mãe para buscar o namorado no aeroporto. Câmeras de segurança registraram as vítimas caminhando juntas momentos antes de serem assassinadas. De acordo com o delegado Marcel, o acusado premeditou o assassinato e agiu por ciúmes, sendo motivado pela “emoção de vê-la se relacionando com outro homem”. A polícia descobriu que Thays Machado era monitorada pelo ex-namorado por meio de uma ‘central de controle’, com informações detalhadas do dia a dia da vítima. Na casa do investigado, foram encontrados 71 prints de localizações dos lugares que a mulher frequentava. Carlos fazia o download no celular dele e, depois, imprimia a geolocalização. O investigado instalou os programas quando ainda se relacionava com a vítima.

Leia Também:  Capivara é vista passeando em lago de Lucas do Rio Verde

 

Os investigadores encontraram ainda um caderno onde tinha as anotações com datas e locais que os aparelhos foram instalados. Assim, ele poderia saber até quanto tempo de bateria duraria os aparelhos de monitoramento. De acordo com o delegado, familiares de Thays foram ouvidos e afirmaram que o suspeito era “extremamente ciumento e possessivo”. Ele e a vítima mantinham um relacionamento há alguns anos, entre idas e vindas. O término mais recente ocorreu há cerca de 45 dias e ela estava com o novo namorado há menos de um mês. Após empreender fuga, Carlos foi detido pela polícia em flagrante. Ele passou por audiência de custódia, na qual teve a prisão convertida para preventiva e, em seguida, foi encaminhado para a Penitenciária Central do Estado (PCE), na capital.

COMENTE ABAIXO:
Anúncio

Lucas do Rio Verde

MAIS LIDAS DA SEMANA