POLÍCIA

Gaeco Prende “Barão” acusado de encomendar homicídios para evitar júri em MT

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No último sábado (2), o Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) realizou a prisão de Gilberto Luiz de Rezende em Paranatinga, município localizado a aproximadamente 650 km de Cuiabá. O acusado é apontado como mandante dos homicídios qualificados de Marciana Siqueira da Silva, sua ex-esposa, e Ewandro Carlos Satelis, ocorridos em 1997.

 

A prisão ocorreu em cumprimento a uma decisão da 1ª Vara Criminal de Rondonópolis, que designou o julgamento do réu para esta terça-feira (05) pelo Tribunal do Júri. A operação envolveu dois agentes do Gaeco, oito policiais militares da Força Tática do Comando Regional de Rondonópolis e quatro PMs da Força Tática Regional de Primavera do Leste.

 

Gilberto Luiz de Rezende foi localizado em uma fazenda no Distrito de Santiago do Norte, em Paranatinga, onde tentou fugir pela mata antes de ser capturado. Segundo a denúncia do Ministério Público (MP-MT), os homicídios ocorreram em 28 de agosto de 1997, quando as vítimas foram atingidas por disparos de armas de fogo enquanto estavam no interior de um veículo Pálio.

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A acusação aponta Adeir de Sousa Guedes Filho como executor dos homicídios, contratado por Gilberto Luiz em razão de ciúmes. Adeir, associado ao grupo criminoso conhecido como “A Firma”, já foi julgado e condenado pelo duplo homicídio.

 

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O Ministério Público destaca que os crimes correm risco de prescrição devido a diversas manobras adotadas pela defesa ao longo da ação penal. Desde a marcação da primeira sessão de julgamento em dezembro de 2009, houve redesignações, renúncia da defesa, apresentação de atestados médicos e outros incidentes que impediram a efetivação do julgamento.

 

Apesar de ter sido condenado em setembro de 2016 a 28 anos de reclusão em regime inicial fechado, Gilberto Luiz conseguiu liberdade provisória após apresentação de recursos pela defesa. O réu chegou a ser submetido ao Tribunal do Júri, mas o julgamento foi anulado, dando início a um longo processo de recursos e adiamentos.

 

Após a última prisão preventiva decretada em novembro de 2023, o réu aguardava o novo julgamento, inicialmente marcado para 16 de outubro, mas adiado para 31 de outubro. Durante a sessão, o advogado de defesa se recusou a participar, resultando em multa e prisão preventiva para Gilberto Luiz.

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O julgamento foi novamente redesignado para 21 de novembro de 2023, e, segundo o MPMT, durante esse intervalo, a defesa apresentou habeas corpus para substituir a prisão preventiva por medidas cautelares diversas da prisão. A exceção de suspeição e um atestado médico solicitando a redesignação do Júri foram outras estratégias adotadas pela defesa.

 

Diante dos inúmeros recursos e impasses, a ação penal segue em curso, com o réu novamente preso após o descumprimento das medidas cautelares. O desfecho desse caso emblemático ainda aguarda a decisão do Tribunal do Júri.

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Lucas do Rio Verde

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