Homem caçava passarinho em lavoura de soja para alimentar família pois salário de servente é insuficiente

Relatos de vizinhos e de policiais que atenderam a ocorrência da última segunda-feira (02) de dois homens que foram detidos caçando passarinhos para matar a fome de suas famílias atestam a situação de vulnerabilidade social em que eles se encontravam.

Vindos do Maranhão para trabalhar em Mato Grosso, os dois pais de família caçavam passarinhos em uma área próxima a fazendas de soja, símbolo da riqueza do estado. Eles usavam armas de “chumbinho” antigas e enferrujadas para caçar. Um dos dois homens detido foi preso por posse ilegal de arma de fogo.

“Eles estavam caçando em uma região que faz divisa com fazenda de plantação de soja e dá muito passarinho, né? Para comer as sementes.  Eles estavam com uma espingarda de pressão, bem antigona mesmo, bem velhinha, pra caçar passarinho mesmo”, contou uma testemunha que conversou com o Midiajur, mas pediu para não ser identificada.

Um dos funcionários da fazenda avistou os homens caçando, fotografou e enviou para seu chefe. O funcionário também continuou rondando o local até a chegada da polícia. Com as informações e fotos dos trabalhadores, os policiais fizeram a detenção em um bairro periférico da região.

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Os dois homens são serventes de pedreiro e têm famílias com crianças pequenas dentro de casa. Mesmo recebendo salário, os valores não são o suficiente para manter alimentação diária da família. Relatos indicam que a situação da família é bem “precária e triste”.

“Complicado a situação, nós tivemos em umas das casas lá e doeu o coração, mais infelizmente a gente teve que fazer [a prisão]”, contou um dos policiais que trabalhou no caso.

Os dois homens foram encaminhados para a 1º Delegacia da Polícia Civil de Rondonópolis. Após serem ouvidos pelo delegado, um deles foi liberado, e outro recebeu voz de prisão por posse ilegal de arma.

Os dois homens foram encaminhados para atendimento social no município de Rondonópolis, segundo informações do delegado Thiago Garcia Damasceno.

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A fiança do homem detido, a quem pertencia a arma, foi arbitrada em R$ 600.  A reportagem não recebeu informação de como os dois homens pagaram o valor.