POLÍCIA

Homem diz que filha contou que mãe tinha outro: “Perdi a cabeça”

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Georileis Cardoso da Silva, 52 anos, acusado pelo homicídio brutal da esposa Francinete Silva dos Santos, 32 anos, a golpes de marreta e tijoladas, tentou justificar crime apontando, suposta, traição da vítima denunciada pela filha de 8 anos do casal.

 

O crime aconteceu na última sexta-feira (09) na casa do casal no bairro Montreal Park, em Sinop (500 km da Capital), onde os dois teriam bebido antes da briga. O acusado preso nessa quarta-feira (14), numa lanchonete no Assentamento 12 de Outubro, cerca de 60 km do perímetro urbano de Sinop (500 km da Capital).

 

Segundo entrevista coletiva à imprensa local, na manhã desta quinta-feira (15), o delegado Sérgio Ribeiro Araújo, da Delegacia Especializada de Defesa da Mulher, Criança, Adolescente e Idoso (DEDMCI), revelou partes do depoimento de Georileis sobre o dia dos fatos.

“O assassino disse que teria chegado em casa por volta das 15h, e a sua filha menor teria dito a ele que sua mãe estaria tendo relacionamento com outra pessoa. Acriança teria ainda contado como aconteciam os fatos. Ele (Georileis) ficou remoendo aquilo durante o dia, chegou à noite, por volta das 20h, após ingestão de bebida alcoólica, quando começou a discussão, e em posse de uma marreta começou a espancar a vítima”, contou o delegado.

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Sobre a ‘cova’ encontrada no quintal, o assassino disse que não cavou para enterrar a mulher, mas que a ideia era fazer um jardim no local.

 

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No entanto, a explicação não teria convencido os investigadores, já que o buraco demonstra uma premeditação do feminicídio e, consequentemente, agravante no crime.

 

Outro ponto descoberto durante as investigações é que Georileis teria dito a amigos de trabalho que Francinete ‘viajaria’ no final de semana.

 

“Os companheiros contaram que ele [Georileis] já havia avisado isso na obra, dando a entender que possivelmente ele tinha premeditado esse caso. Porém, ele relatou que perdeu a cabeça a partir do momento que iniciou a discussão, tentando reafirmar que não houve premeditação”.

 

Além da filha de 8 anos, o casal teria outra de 14 anos com problemas psicológicos. O acusado disse que as duas presenciaram a violência, no entanto, declarou que a mais velha não conseguia entender o que acontecia.

 

O fato de ter espancado Francinete na frente das crianças é mais um agravante no crime.

 

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“Independente dela ter ou não um relacionamento extraconjugal, isso não é desculpa, não justifica ninguém tirar a vida de ninguém, ainda mais com uma extrema violência, a marretadas. Ele praticou o crime de feminicídio, agravado pelo meio cruel, contra uma pessoa que não tinha como se defender naquele momento, haja visto que havia ingerido bebida alcoólica”, emendou Araújo.

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Georileis foi conduzido à Delegacia Especializada de Defesa da Mulher, Criança e Idoso (DEDMCI), onde foram tomadas as providências cabíveis e, posteriormente, colocado à disposição da Justiça.

 

Histórico de violência

 

A mãe de Francinete, que mora no Pará, mas está em Sinop devido o homicídio da filha, relatou que a vítima estava casada com Georileis há sete anos e que o relacionamento sempre foi conturbado, marcados por violência e ciúmes e que o ‘genro’ sempre foi muito violento.

 

A testemunha relatou que em uma das vezes que o casal estava separado Georileis convidou Francinete para jantar, na intenção de reatar o casamento. Porém, após o encontro, no caminho de casa, o acusado entrou por uma estrada deserta, pegou uma faca no baú da moto e ameaçou matar a mulher. Só não consumou o atentado porque um rapaz passou pelo local, viu o que estava acontecendo e chamou a polícia, então o agressor fugiu.

 

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Ainda assim, depois os dois se ‘entenderam e voltaram com o relacionamento e apesar das recorrentes agressões em casa, apenas em abril de 2020 Francinete registrou um boletim de ocorrência denunciando a violência. Mas continuou com ele e agora teve esse fim trágico.

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