XEQUE MATE

No Whats, presa em operação pede para líder de bando matar seu marido em MT

Diálogo foi descoberto por investigadores da PC

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Cassiane Reis Mercadante, presa na Operação Xeque-Mate, deflagrada pela Polícia Civil, pediu para o líder da quadrilha, João Nassif Massufero – também preso – matar o seu marido, Mauri Moreira Silva – foragido. A informação consta no inquérito policial que resultou na prisão de sete pessoas no último dia 4 por suspeita de roubo de cargas de grãos e comércio ilegal de agrotóxicos.

 

 

O bando movimentou cerca de R$ 70 milhões no esquema. “Aparentemente a distância da fuga relativizou o amor bandido de Mauri Moreira Silva e Cassiane Reis Mercadante. Durante as investigações foi encontrado um diálogo entre Cassiane Reis Mercadante e João Nassif Massufero Izar em que esta pergunta a João Izar se esse teria coragem de mandar matar seu marido”, diz trecho do documento, que usou um print como prova.

 

 

De acordo com as investigações, tudo indica que Cassiane estava se preparando para fugir, tendo inclusive, colocado a sua casa em Sorriso à venda. Movimentações financeiras analisadas pela Polícia Civil indicaram Cassiane era usada ainda como “laranja” pela associação criminosa para branquear os ativos oriundos do tráfico de drogas. “Cumpre ressaltar que Mauri Moreira da Silva possui vínculo antigo com a associação criminosa, considerando que é conhecido ladrão de cargas de soja na região. Inclusive, no momento, se encontra foragido com mandado de prisão em aberto por crime dessa natureza”, revela o inquérito.

 

 

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Cassiane não possui emprego ou renda declarada e, ainda assim, foi capaz de movimentar em suas contas bancárias a quantia de R$ 6,7 milhões, o que chamou atenção da Polícia Civil. “Dando seguimento ao rastreio do dinheiro ilícito, descobriu-se que grande parte dos ativos ilícitos foi transferida para as contas bancárias de uma empresa de nome Zava Construtora Ltda, inscrita no CNPJ 09.419.308/0001-40, cujos proprietários são o senhor Dione dos Reis Farias, irmão de Cassiane Reis Mercadante e também o senhor Osvanir Zavareze que é padrasto da investigada”, apontou o inquérito.

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Era a família de Cassiane que também gerenciava o prostíbulo em Sorriso, para lavar dinheiro. Segundo as investigações, que no papel dizia ser do ramo de construção civil.

 

 

Porém, quando foram até local encontraram o estabelecimento chamado “American Bar”. “Logo, não há duvidas que se trate de pessoa jurídica inexistente, usada unicamente com intuito de dar aparência lícita aos capitais provenientes dos crimes cometidos pela associação criminosa”. A Polícia Civil segue em busca de Mauri, que é considerado foragido desde a semana passada.

 

 

A operação

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A operação foi deflagrada na última sexta-feira (4), e incluiu mandados com alvos de 10 prisões preventivas e 14 buscas e apreensões domiciliares, além do afastamento de sigilo e sequestro de bens. A apuração realizada pela Delegacia de Sorriso identificou que a associação criminosa armada possuía um líder que agia em diversas frentes, especialmente na receptação qualificada de defensivos agrícolas e de cargas de grãos roubados.

 

 

Além disso, a associação criminosa atuava na lavagem de capitais oriundos de crimes de diversas naturezas. A investigação apurou ainda que os defensivos agrícolas eram comprados de diversas associações criminosas especializadas neste tipo de atividade criminosa que, depois, eram revendidos a outros receptadores, que figuravam como “consumidores finais”. Além do chefe da quadrilha também foram presos o casal Valdelírio Krug e Viviane Menegazzi, que seriam donos da garagem de veículos Motors Veículos, em Sorriso, usada para “lavar” a fortuna dos esquemas. Também foram presos David dos Santos Nascimento, Danilo Pereira Lima, Cassiane Reis Mercadante e Rodrigo Calça. Dos alvos, permanecem foragidos Sandoval de Almeida Júnior, Ângelo Marcosi da Cunha e Mauri Moreira Silva.

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A investigação chegou a um dos integrantes do esquema criminoso, identificado como professor de ensino básico. Conforme a declaração dele à Receita Federal, o rendimento bruto do profissional chegava a quase R$ 10 mil mensais. Contudo, em nome do professor, a investigação constatou que, no período de 38 meses ele, teve creditado em suas contas bancárias a quantia de R$ 6.679.267,51 milhões. Ou seja, o rendimento mensal real seria de, aproximadamente, R$ 175 mil, o que foi comprovado que era oriundo de diversas fontes ilícitas, sendo uma delas o comércio ilegal de defensivos agrícolas roubados.

 

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A investigação da Polícia Civil apurou também que o crime de lavagem de dinheiro da organização criminosa teve como outra fonte a compra e venda de automóveis de luxo, por meio de pessoa jurídica. Um dos investigados trabalhava em uma farmácia e tinha um rendimento mensal declarado o salário de R$ 2.400,00. Porém, ele movimentou em suas contas bancárias a quantia de R$ 1.446.857,12 milhão e reside em um imóvel no valor de R$ 500 mil.

 

 

Outra atividade utilizada pelo grupo criminoso para diluir o dinheiro angariado com as atividades ilícitas era a compra e venda de joias. O pequeno volume e alto valor de joias, relógios e diamantes tornaram atrativa a atividade para esquentar seus ativos. Um dos integrantes da quadrilha fazia, periodicamente, a oferta de joias para venda, especificamente para traficantes. Logo, além do dinheiro faturado pela empresa ser de origem ilícita, ainda existe uma diferença entre faturamento e movimentação financeira no montante de R$ 55 milhões. As investigações comprovaram que uma empresa de comércio de veículos foi criada unicamente para a lavagem de valores da associação criminosa

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Lucas do Rio Verde

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