Moto aquática, aeronave, R$ 1 milhão e carros de luxo foram apreendidos na operação deflagrada pela Polícia Civil de Alagoas em 17 estados nesta quinta-feira (1º) para combater duas organizações criminosas que atuavam com tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. Ao todo, 54 pessoas foram presas.
Em Mato Grosso, a operação cumpriu 10 mandados de busca e apreensão e três de prisão nas cidades de Cuiabá, Várzea Grande, Vila Bela da Santíssima Trindade e Chapada dos Guimarães. O único mandado de prisão cumprido foi contra o empresário do ramo de mineração José Clóvis Pezin de Almeida, conhecido como Marlon Pezzin, que deve ser recambiado para Alagoas.
Os outros dois alvos com prisão preventiva no Estado não foram localizados. Existe a suspeita de que ambos fugiram para fora do país.
Os alvos da operação batizada de Hades levavam vida de luxo, segundo a Polícia Civil. A moto aquática e diversos carros foram apreendidos em Alagoas, segundo balanço da Secretaria de Segurança Pública (SSP-AL).
Veja abaixo o que foi apreendido na operação:
40 veículos de luxo
5 armas de grosso calibre
relógios e joias
smartphones, notebooks, tablets e outros aparelhos eletrônicos
um cofre
milhares em cédulas de reais e pesos colombianos
uma embarcação e uma moto aquática
mais de 110 kg de drogas
uma aeronave
A aeronave apreendida pertence a uma empresa de táxi aéreo do Amazonas.
Além de Alagoas, a operação foi deflagrada simultaneamente nos estados no Amazonas, Bahia, Ceará, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Roraima, Santa Catarina e São Paulo. As investigações iniciadas em março de 2021 identificaram movimentações financeiras de mais de R$ 300 milhões em contas bancárias e muitos dos membros das duas organizações criminosas investigadas ostentavam um elevado padrão de vida.
Foram identificados fornecedores de drogas que abasteciam o mercado alagoano com entorpecentes provenientes do Mato Grosso do Sul, estado que faz fronteira com Paraguai e Bolívia, que são grandes produtores de drogas. Em Maceió, a droga era vendida em bairros da área nobre de Maceió, como Ponta Verde, Jatiúca, Pajuçara, Mangabeiras e Jacarecica.
Para o chefe-geral de Inteligência da SSP, delegado Gustavo Henrique, a operação integrada ataca o poderio financeiro dos infratores, descapitaliza e desmonetiza a atuação delinquente. “Só assim eles vão ter uma ideia de que o crime não compensa. Eles acabam perdendo o patrimônio adquirido de forma ilícita e esse é um dos principais objetivos de toda a ação, que começou lá atrás. A partir do acompanhamento dos dois casais, que coordenavam o tráfico especialmente em bairros de Maceió, nós conseguimos chegar aos distribuidores de drogas em estados como São Paulo e Pará e aos fornecedores que são de regiões fronteiriças com os maiores produtores de drogas do mundo”, disse.
O delegado Gustavo Henrique também afirmou que todos os bens apreendidos já foram sequestrados através de decisão judicial. “E com a conclusão das investigações também iremos pedir a perda definitiva dos materiais possivelmente adquiridos de forma ilícita”, completou.