O pai da aluna diz que o motivo da agressão é que o professor, de 45 anos, assediou a filha, que tem 14 anos, na escola. Por telefone, a adolescente relatou à EPTV, afiliada TV Globo, o assédio.
“Hoje, na nossa sala, a gente estava conversando, entre eu e as meninas e tinha um amigo meu no meio, e aí ele [professor] acabou falando assim, que se não tivesse casado, ele transaria comigo. E aí eu fingi que não tinha ouvido, ele falou de novo. Aí eu fiquei parada, assim, porque eu fiquei em choque, né?”
Segundo ela, não foi a primeira vez que o assédio ocorreu e ela não é a única vítima do professor. “Não é a primeira vez que acontece isso, nem só comigo, mas também com outras meninas, não só da minha sala também. Não de, de ele falar isso, mas de passar a mão em cabelo, ficar apertando na nossa perna, e relar na nossa cintura… tendo uma intimidade que não existe entre ele e as alunas.”
A menina disse que contou o ocorrido para a diretora e para a coordenadora, que teriam conversado com o docente.
“Eu não tava conseguindo ficar na sala, aí eu fui pro banheiro, liguei pra minha mãe chorando, tava desesperada, e ela me ligou, falou com meu pai, meu pai mandou mensagem, eu mandei um áudio pra ele de dentro do banheiro, depois eu fui na sala de novo, pegar minha mochila, e depois fiquei lá no pátio e meu pai chegou”, contou a adolescente.
Já o pai da aluna, que também conversou com a reportagem por telefone, diz que a atitude de agredir não foi correta:
“Mesmo eu ‘tando’ certo, a gente agrediu, perde a razão, né? A agressão, ela se torna um erro. Mas… Como pai… Não sei se você é pai, talvez se você for pai, talvez sua atitude seria a mesma, né? E que a justiça seja feita”, disse o pai.
O professor envolvido não quis falar sobre o caso com a reportagem, mas negou o assédio em depoimento para a Polícia Civil. A direção da escola disse que espera uma posição da Diretoria de Ensino para se pronunciar.
A Polícia Civil abriu inquérito para investigar o caso e pediu ao pai da aluna que apresente mais provas do assédio sofrido pela filha.
O que diz a Secretaria de Educação
A Secretaria Estadual de Educação diz que repudia qualquer tipo de agressão, principalmente dentro do ambiente escolar. Diz, ainda, que vai apurar o ocorrido.
“Todos os lados serão ouvidos e tão logo sejam concluídas as apurações, as providências administrativas serão tomadas.”
A escola também vai colocar à disposição da aluna um apoio psicológico. O professor está afastado por licença médica por sete dias por conta das agressões. Nesse período o estado vai apurar o caso para definir as providências necessárias.