A Polícia Federal deflagrou nesta quarta-feira a Operação Ankara, no cumprimento de oito mandados de busca e apreensão nas cidades de Aripuanã (MT), Espigão D’Oeste (RO) e Tocantins (MG) com o objetivo de combater a prática de extração clandestina de madeira da Terra Indígena Aripuanã. Está sendo cumprido também o sequestro judicial de bens dos envolvidos, até o valor de R$ 1.256.826,97, que engloba valores estimados até o momento pelas investigações para a recuperação de áreas degradadas, rendimentos ilícitos auferidos pelo grupo e movimentações financeiras suspeitas de lavagem de capitais.
As investigações se iniciaram após a realização de fiscalização conjunta da Polícia Federal e do Ibama, em julho de 2022, próximo à Aldeia Paralelo 10, em um ramal que dá acesso à Terra Indígena Aripuanã. Na oportunidade, foi realizada a abordagem da pessoa que se autointitula “Turco”, que conduzia uma caminhonete bandeirante branca, vindo da saída da Terra Indígena.
Com ele, foram encontradas ferramentas destinadas à manutenção de maquinário pesado, assim como folhas e documentos de registros contábeis e de logísticas destinados a conferência de metragem e valores de espécies de madeira (romaneio de toras). Consta, ainda, que foi destacada equipe policial para o interior das áreas de exploração, percebendo-se várias toras de madeira aguardando serem retiradas, assim como máquina trator esteira dirigida à extração/corte de madeiras.
Com o aprofundamento da investigação foi identificada a existência de uma organização criminosa voltada a prática de desmatamento ilegal, extração e comercialização ilegal de madeira em Terra Indígena (com o apoio de indígenas para essa finalidade), visando, ainda, à inserção de dados falsos no sistema Sisflora, conferindo-se ares de legalidade à transação e transporte da madeira, com a sua respectiva comercialização no mercado interno. A operação Ankara faz alusão à capital da Turquia (Ancara), considerando que o principal alvo se autodenomina “Turco”.