POLÍCIA

Senti que eu não era importante, diz joven agredido na rodoviária por “serva de deus” em Lucas do Rio Verde-MT

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O vendedor de passagens de um dos guichês da rodoviária de Lucas do Rio Verde (a 330 km de Cuiabá), João Victor da Silva Pedroso, de 22 anos, afirma que chegou a sentir que não era “importante para o mundo”, enquanto era agredido fisicamente e verbalmente por uma mulher que alegava ser uma “serva de deus”. Durante o expediente, ele foi chamado de “viado”. Insultado, afirma que vai processar.

João relata que pretende entrar na Justiça contra a mulher, R.R.T., 42, que alega ter transtornos psicológicos. “Não sei o processo vai ser direcionado a ela ou a quem tenha a guarda dela, mas quero justiça. Não quero dinheiro. Se alguém tem a guarda, como deixou sair? Não deu remédio? Então vou levar adiante sim”.

O jovem lembra que tentou pensar em momentos felizes e nas pessoas que o amavam enquanto a mulher o ofendia por conta da sua orientação sexual. No entanto, conforme João, as agressões verbais ainda foram mais pesadas no trajeto enquanto estavam na delegacia.

Ele conta que a mulher chegou a dizer aos policiais que era João quem deveria estar algemado e que ele deveria ser preso. O jovem também alega ter se sentido “preso e inseguro”, já que no momento das agressões ninguém se prontificou a oferecer ajuda.

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“Tinha muita gente, umas 50 pessoas, mas ninguém em nenhum momento tentou segurar ela. Não tive ajuda de ninguém, somente da polícia”, desabafa.

João conta que ficou com dois arranhões no pescoço causados por agressora, que ainda usou um objeto para bater nele e quebrar itens da rodoviária. De acordo com ele, a mulher chegou no balcão pedindo uma passagem para Peixoto de Azevedo.

Ele chegou a perceber que ela estava “agitada” e, como ela estava muito perto do balcão, João acabou pedindo para que ela se afastasse. “Foi então que ela falou que era uma serva de deus, que não tinha medo do coronavírus, que não morreria e não tinha o vírus para me passar”.

Ainda segundo o jovem, ela estava com dinheiro e documentos. Na delegacia, enquanto estava algemada, a mulher contou que pretendia ir para o município ver a mãe sem o consentimento da filha. A mulher foi detida e encaminhada para o hospital.

João conta que foi a primeira vez que passou por episódio de homofobia em 22 anos. Apesar do vídeo ter viralisado no Brasil, ele afirma que acredita que algumas pessoas estão cegas pelo preconceito. “Ela não se desculpou em nenhum momento, não se arrependeu. Ninguém da família dela falou comigo, me olharam na delegacia, mas não disseram nada”.

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Nas redes sociais, a filha da agressora publicou um texto em seu perfil no Facebook e marcou a mãe. Em um dos trechos ela afirma que não vai explicar para desconhecidos o que “se passa” com a mãe. “O restante que são estranhos pouco me importa”, escreveu. Também explicou que vai tomar medidas judiciais contra aqueles que fizeram comentários ofendendo a mãe e a família nas redes sociais. “Não esperem mais nenhuma resposta minha, pois não me rebaixo a certos tipos de comentários”, finalizou. O post

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Texto: RD NEWS

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