Política

Mauro diz que França usa indígenas contra Ferrogrão para frear o agro

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O Governador Mauro Mendes (União) defendeu, mais uma vez, a construção da Ferrogrão, ferrovia que ligará Sinop ao Estado do Pará, e afirmou que indígenas estão sendo usados pela França para para barrar o desenvolvimento e competitividade do agronegócio mato-grossense e brasileiro. Mauro reforçou os benefícios do modal e criticou o fato de outros países “se meterem” nas decisões econômicas e ambientais do Brasil.

“Primeiro temos que desmistificar a Ferrogrão. A ferrovia passa em seus mil quilômetros pegando a cidade de Sinop, em Mato Grosso, chegando até a cidade de Miritituba, no Pará, e, a partir dali, a navegação, com as barcaças, chegar aos portos do Arco Norte. Essa ferrovia passa praticamente 100% do trajeto ao longo na BR-163, não corta nenhuma reserva indígena, isso é um mito, uma mentira que inventaram e que fica sendo contada por alguns especialistas em jogar contra o Brasil e contra o agronegócio”, defendeu Mauro durante entrevista no Programa Roda Viva, da TV Cultura, exibido ontem (29), após ser questionado sobre a polêmica em torno da construção da Ferrogrão.

 

No início deste mês, o gestor chegou a classificar como “programa de índio” os protestos dos indígenas contrários à obra. Em entrevista, a presidente da Federação dos Povos e Organizações Indígenas de MT (Fepoimt), Eliane Xunakalo, criticou a postura do gestor, afirmando que houve desrespeito e que esperava diálogo.

 

O chefe do Paiaguás, por sua vez, é um dos entusiastas do projeto. Para ele, a Ferrogrão, é, talvez, um dos maiores projetos do Brasil e do mundo em descarbonização, visto que milhares de carretas queimando óleo diesel levam praticamente 15 milhões de toneladas para ser exportadas pelo Arco Norte e poderiam sair de circulação. Isso traria um custo menor e uma maior competitividade para os produtores, o que, segundo Mendes, incomoda representantes internacionais.

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“O que está em jogo, no fim, é o seguinte: os Estados Unidos é um competidor para o Brasil, principalmente na venda internacional de alimentos; a Europa, principalmente a França, de alguma forma, financia algumas pessoas aqui dentro do Brasil para falar mal da ferrovia. Um dia desses vimos aqui o presidente Macron da França, sair da reunião com uma liderança indígena, que está a mais de 300 km de onde vai passar a Ferrogrão, e ao final dessa reunião o cacique sai de lá falando mal da Ferrogrão. Ficou muito na cara que ele veio aqui com essa encomenda, de capturar uma liderança indígena para dizer que a Ferrogrão seria ruim”, disparou.

Mauro se referiu ao cacique Raoni Metuktire, que pediu, no fim de março, ao presidente Lula (PT) que o projeto da Ferrogrão não seja aprovado. A solicitação aconteceu após encontro da liderança idígena com o presidente da França, Emmanuel Macron, que estava em visita ao Brasil.

Segundo Mauro, ele já teria entrado em contato com Raoni após essa polêmica. “Já perguntei para ele e ele já mandou recado para mim dizendo que vai se explicar e dizer que é a favor da Ferrogrão”, disse.

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O governador reafirmou os benefícios do modal, criticando os estrangeiros. “Os franceses, nós sabemos, têm uma grande dificuldade em manter sua agricultura à base de subsídios, e é isso que está no final do dia em jogo. Se aumenta a eficiência de um agro que já é muito competitivo no mundo inteiro, vai ser difícil americanos e, principalmente, os nossos amigos franceses, e de alguns outros países produtores na Europa, conseguir competir com o Brasil. Eles criam o tempo todo mecanismos para barrar o aumento da nossa competitividade”, argumentou Mauro.

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Por fim, o governador criticou, mais uma vez, os franceses, e declarou incômodo à postura dos franceses em “se intrometerem” em decisões brasileiras.

“Acho que toda parceria é adequada, não sou contra o capital estrangeiro, sou defensor da livre iniciativa. Entretanto, não podemos abrir mão da nossa soberania, porque nós não vamos lá na França “meter o dedo”. A Europa não faz 20% do que nós fazemos em termo de proteção e quer exigir mais de nós?”, questiona.

Ferrogrão

Criada para escoar as commodities de soja e milho produzidos no Centro-Oeste até os portos da Amazônia,  a ferrovia vai modificar, segundo lideranças indígenas, o traçado de 17 unidades de conservação e afetar seis terras indígenas e três áreas com a presença de povos isolados na Amazônia. O custo estimado será de R$ 21 bilhões, com concessão de uso por 60 anos.

 

 

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