Em entrevista coletiva, três secretários municipais de Lucas do Rio Verde, no Mato Grosso, apresentaram ações estratégicas para enfrentar os desafios do período chuvoso, marcado pelo aumento expressivo nos casos de dengue. Até o momento, mais de 300 casos já foram registrados, gerando preocupação sobre a possibilidade de agravamento nos próximos meses.
A secretária de Saúde, médica Fernanda Heldt Ventura, destacou que, embora a vacinação contra a dengue esteja disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) para crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, apenas 50% deste público recebeu a primeira dose. “A vacina é uma aliada importante para prevenir casos graves, mas ainda enfrentamos resistência, seja por falta de informação ou por questões logísticas das famílias”, explicou a segurança.
Além disso, a secretária de Saúde reforçou a importância de medidas preventivas, como a eliminação de focos do mosquito Aedes aegypti. Ela recomenda que os moradores dediquem 10 minutos semanais para funcionar nas quintas e removam qualquer recipiente que possa acumular água parada. A secretaria já está preparada para lidar com um possível surto, disponibilizando testes rápidos e reorganizando o estoque de medicamentos.
Terrenos baldios e responsabilidade compartilhada
O secretário de Agricultura e Meio Ambiente, Felipe Palis, chamou a atenção para o problema dos lotes baldios na cidade, que somam cerca de 9.500 terrenos sem construção. A alta paisagem nesses espaços é um ambiente propício ao desenvolvimento do mosquito transmissor da dengue e à presença de animais peçonhentos.
“A limpeza desses lotes é de responsabilidade dos proprietários, e estamos intensificando a fiscalização. Em casos de negligência, aplicamos multas e taxas. No entanto, incentivamos o plantio de grama nesses terrenos, uma solução prática que também pode render descontos no IPTU”, destacou Palis.
Organização na coleta de resíduos
Já o secretário de Obras, Marcelo Bresolin, explicou que a recolha de entulhos e resíduos urbanos segue um cronograma previsto para os bairros. Ele ressaltou que é essencial que a população colabore, organizando seus descartes conforme os dados previstos, evitando o acúmulo de lixo.
Bresolin também esclareceu que os mutirões de limpeza deviam realizar uma rotina regular de coleta, mais eficiente e adequada. “Apenas pequenos volumes de resíduos vegetais e domésticos são coletados pela coleta municipal. Resíduos de construção civil ou grandes volumes de poda são de responsabilidade do morador ou do contratante do serviço”, afirmou o secretário.
Ações comunitárias e alerta geral
Os gestores reforçaram que, diante dos desafios apresentados, é fundamental que a população se envolva na manutenção de seus espaços e no diálogo com os vizinhos para manter os bairros limpos e livres de criadores de mosquitos.
“A limpeza de lotes, a eliminação de focos e a adesão à vacinação são fundamentais para evitar uma crise maior. A luta contra a dengue é uma responsabilidade compartilhada entre o poder público e a comunidade”, concluiu Dra. Fernanda.
As ações conjuntas visam proteger a saúde dos moradores de Lucas do Rio Verde e evitar um aumento significativo nos casos de dengue, especialmente durante o período chuvoso, quando o risco de prescrição do transmissor do mosquito ainda é maior.