O promotor Antonio Alceste de Castro, da promotoria especial de defesa da pessoa idosa e com deficiência, informou que nesse período de pandemia houve aumento dos casos de violência contra os idosos, e que tem sido recorrente os casos de abandono nos hospitais durante o período de pandemia.
Foram pelo menos três casos em que as pessoas abandonaram os idosos a própria sorte no hospital. Um dos idosos foi levado para o Lar Vicentino, e os outros foram encontrados familiares que foram conscientizados a ir buscar os idosos, contou o promotor.
O idoso que foi para abrigo é um homem de 70 anos que estava internado no Instituto de Traumatologia e Ortopedia do Acre (Into-AC) e foi abandonado pelos filhos.
Ele deu entrada no hospital no dia 24 de maio, no início de junho testou positivo para a doença. Foi curado e chegou a ficar 15 dias no hospital sem que ninguém da família fosse buscar.
Quando vimos que nenhum parente queria o idoso nem ex-mulher, nem filho, nenhum parente, a única solução foi abrigar ele, acrescentou o promotor.
Os outros dois casos, o promotor informou que os idosos foram deixados na Unidade de Pronto Atendimento (UPA).
A assistência social da UPA entrou em contato com o Ministério Público e a gente passou a fazer essa investigação, seja para localizar outros familiares que se responsabilizem ou para responsabilizar criminalmente quem abandonou o idoso e proteger o direito da pessoa idosa, pontuou.
Após o abandono, Castro disse que os idosos foram assistidos pela assistência social do hospital que também procurou o órgão para fazer a denúncia.
Você imagina deixar o idoso lá sem alimento, sem água e quem teve que se virar foi a assistência social do hospital e depois comunicaram o Ministério Público. Nunca tinha acontecido de abandonar idosos em hospital, pelo menos que eu tenha investigado a frente da promotoria, contou o promotor.
O promotor ainda disse que nos outros dois casos, foi feita uma busca por familiares que se responsabilizaram por eles. Teve que ser uma busca rápida para tirar o idoso do ambiente de contágio que é o hospital.
Os familiares que estavam diretamente responsáveis e que abandonaram os idosos são alvo de investigação do Ministério Público e podem responder criminalmente. O promotor ressaltou que as investigações ainda estão em andamento.
TEXTO: G1 Acre