SAÚDE

Filme da Netflix levanta debate sobre lúpus, doença ainda pouco falada

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Cena do filme Depois do Universo, que estreou semana passada na Netflix
Reprodução: Instagram / @giulia
Cena do filme Depois do Universo, que estreou semana passada na Netflix

O filme brasileiro Depois do Universo , que estreou semana passada na Netflix , despertou curiosidade dos espectadores sobre uma doença ainda pouco conhecida pelo grande público: lúpus . O longa estreou no serviço de streaming na semana passada e já se tornou um dos maiores sucessos da plataforma.

A história gira em torno de Nina (interpretada por Giulia Be), que foi diagnosticada com lúpus na infância, e os desafios enfrentados por ela ao longo de sua trajetória. Ela apresenta uma mancha em formato de asa de borboleta no rosto, conhecida como rash malar , dores articulares e acometimento dos rins. Entre os seus maiores medos, estão o medo a morte, de perder a carreira e de se entregar à uma grande paixão.

Segundo a reumatologista Emily Figueiredo, membro da Comissão de Lúpus da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), em entrevista ao iG , o lúpus é uma doença autoimune. Isso significa que a condição faz o corpo produzir anticorpos que atacam a si próprio. Existem dois tipos de lúpus: o lúpus cutâneo, em que o paciente apresenta manifestações apenas na pele; e o lúpus sistêmico, que pode acometer a pele e os órgãos internos.

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“No caso do filme, a protagonista tem lúpus sistêmico. Ela apresenta não só o hash malar , tipo de mancha na pele comum em pacientes com a doença, como também um comprometimento de outros órgãos”, afirma.

Emily explica que fatores genéticos podem levar pessoas a ter predisposição ao desenvolvimento do lúpus. Por isso, é relevante saber se há histórico de doenças autoimunes na família do paciente. Infecções, especialmente virais, também podem desencadear o lúpus em uma pessoa geneticamente suscetível.

No caso do lúpus cutâneo, os sintomas se restringem a manifestações na pele, como manchas vermelhas ou acastanhadas, feridas e cicatrizes em áreas expostas ao sol sem que tenham ocorrido traumas prévios, além de aftas. Já no caso do lúpus sistêmico, todos os órgãos do corpo podem ser acometidos. Os mais afetados são pele, articulações, rins, sangue, coração e pulmão.

“É comum o paciente sentir dor e inchaço, principalmente nas articulações das mãos, punhos e joelhos, limitando as atividades do dia a dia. Também pode ocorrer febre, ínguas aumentadas no pescoço, perda de peso, queda acentuada do cabelo e um cansaço fora do normal. Inchaço nas pernas e no rosto, ao acordar, aumento da pressão e urina com espuma são achados sugestivos de que os rins podem estar acometidos pelo lúpus”, alerta a reumatologista.

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O diagnóstico do lúpus é feito em duas etapas: primeiro, o paciente se submete a exames de sangue, que podem ou não confirmar as alterações clínicas; depois, novos exames que mostram a presença ou ausência de anticorpos, tais como FAN e anti-DNA, geralmente confirmam o diagnóstico. Emiliy ressalta que nem todo paciente que apresenta FAN positivo tem lúpus ou alguma doença autoimune. Às vezes, trata-se apenas de um achado clínico sem grande relevância.

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O lúpus não tem cura, mas tem tratamento. Normalmente, os médicos prescrevem remédios como corticoide (na fase inicial), hidroxicloroquina e imunossupressores para o controle do quadro. A doença costuma responder bem ao tratamento. É importante que os pacientes se protejam ao máximo dos raios solares e evitem o tabagismo.

“Se você foi diagnosticado com lúpus, minha dica é cuide bem da sua doença desde o começo. Se você seguir as orientações médicas adequadamente, sua chance de ficar bem é grande. Cuide do seu físico e do seu emocional, os dois são complementares”, diz a médica.

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Fonte: IG SAÚDE

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