SAÚDE

Grávida tem bebê prematura e as duas morrem por complicações da Covid

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Mais uma família do interior de São Paulo teve os planos interrompidos por conta da pandemia de coronavírus. O analista de sistemas Renato Serrano,,morador de Marília (SP), perdeu a noiva e sua filha recém-nascida no mês de maio.

 “Impossível pensar em planos agora. A gente só queria ter a nossa filha, cuidar dela, reformar nosso apartamento, a gente só queria viver. A gente tinha vontade de fazer viagens, mas infelizmente foi tudo interrompido.”

 

Natália Siqueira, de 30 anos e sem comorbidades, foi diagnosticada com Covid-19 depois que o pai dela, que fazia tratamento contra um câncer de próstata e de garganta, contraiu a doença.

“Nesses últimos meses, ele ficou muito internado na Santa Casa de Marília. Eu acho que foi aí que ele começou a ficar mais debilitado e nesse meio tempo ele pegou Covid, nesse vai e volta para casa”, conta Renato.

O pai de Natália não resistiu às complicações da doença e morreu no dia 7 de abril. Segundo Renato, no dia do enterro, a família inteira já estava contaminada, por isso a cerimônia foi feita com caixão lacrado, em 20 minutos e sem a presença de pessoas de fora da família.

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No dia seguinte ao sepultamento, Renato contou que Natália, que já estava diagnosticada com coronavírus, começou a ter uma crise de tosse. Ela foi levada ao Pronto Atendimento e liberada após receber oxigênio.

“Na sexta, ela continuou ruim e voltei com ela ao PA. Ela foi internada no dia 9 de abril e, no dia 11, teve que ser intubada porque estava muito nervosa”, lembra o noivo.

“Foi mais de um mês nessa luta. A gente ficava angustiado, aguardando notícias. Quando vinha notícia boa, dava uma aliviada, mas de repente vinha notícia ruim de novo. Foi uma verdadeira montanha russa”, continua Renato.

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Complicações

Ainda segundo o noivo, depois de um tempo internada, Natália apresentou uma melhora no quadro de saúde e foi considerada curada da Covid-19. No entanto, a paciente contraiu uma bactéria hospitalar e teve uma parada cardiorrespiratória na manhã do dia 15 de maio.

Neste momento, os médicos fizeram o parto da bebê Olívia, que nasceu de seis meses de gestação. No entanto, devido à prematuridade, a criança teve complicações e também morreu.

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“Ela nasceu com aproximadamente 640 gramas e a médica informou que o ‘pulmãozinho’ dela não estava 100% formado”, conta Renato.

Como Natália não estava mais com Covid-19, segundo a família, foi possível realizar um velório com caixão aberto para ela e a filha, que foram enterradas juntas.

Para Renato, que estava com Natália desde 2018, a morte das duas interrompeu os planos da família, que tinha comprado um apartamento recentemente e estava esperando a conclusão da obra.

 “Eu nem consigo pensar nos meus próximos minutos de vida, porque eu tinha moldado a minha vida para elas duas, e agora eu não sei mais o que fazer. Eu não queria que elas tivessem passado por isso”, desabafa o noivo.

 

“A família toda está muito abalada, a mãe principalmente que perdeu todo mundo. Ela tinha um carisma enorme, todo mundo gostava dela. Foi um elo mesmo que foi quebrado”, completa Renato.

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