CRIMES

“Elas que precisam provar que eu cometi crimes”, diz Marcius Melhem sobre acusações de assédio

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Nesta quarta-feira (12/7), Marcius Melhem, que é acusado de assédio sexual por colegas de trabalho, quando era diretor da TV Globo, abriu uma live para falar da mudança que ocorreu no inquérito. A partir de agora, Isabela Jourdan da Cruz Moura vai atuar, especificamente, no caso Melhem. A informação já havia sido dada, com exclusividade, pelo colunista Guilherme Amado. 

Foi ela quem denunciou o ex-deputado Jairinho para o Ministério Público, pelo assassinato do menino Henry. O ex-diretor lembrou que a emissora divulgou uma carta aberta, sobre as investigações pelo departamento de Compliance, relacionadas às denúncias de abuso. 

Na época, em dezembro de 2022, a Vênus Platinada informou que “restou, de fato, constatada a inadequação do artista com seus subordinados, sem que fosse possível comprovar a prática deliberada de assédio sexual, dados os contornos legais que a conduta exige para a sua caracterização”. Confira abaixo as perguntas e a resposta de Melhem: Você disse não encontrar motivos para a nomeação da Doutora Isabela Jordan no caso e acredita que essa decisão possa te prejudicar, já que afirmou que ela irá te tornar réu. Ao seu ver, por que querem tanto te incriminar? O que está faltando, por parte da sua defesa, já que, mesmo com tantas provas, esse caso ainda está se arrastando? 

– Se as minhas provas até hoje não foram suficientes e, por isso, o caso não foi encerrado, é justamente o contrário, porque não virou ação penal, as minhas provas estão no âmbito do Ministério Público ainda e da investigação. Então é o contrário, eles têm que formar convicção para acusar e até hoje não acusaram. Mas entendeu? O arquivamento não acontece por todas as pressões de um caso como esse. 

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Quem é que vai ter coragem de [arquivar]? Tem gente que tem? Eu espero que tenha. Mas imagine a coragem que precisa ter diante de tanta pressão. Até política. A mulheres foram recebidas pela primeira dama da República. Caminham em todos os gabinetes. 

Conseguem reuniões como essa que elas conseguiram. Que estão abraçadas a uma causa nova. Imagina a dor de cabeça de alguém que queira arquivar. O fato é que são elas que precisam provar que eu cometi crimes. E isso até hoje não foi provado. Por quê? Porque as minhas provas combatem cada coisa que elas acusam e aí a a coisa se arrasta pra ver se aparece alguma coisa diferente.

Algo diferente que justifique a acusação, por isso que se arrasta. Porque pelo que está lá, já era pra ter sido arquivado. Está passando de mão em mão e quando se vai arquivar ou algum promotor ameaça arquivar vem um pedido alterar os responsáveis por averiguar o caso. É um jogo daqui pra lá e de lá pra cá. Pra não deixar o caso ser julgado, até que apareça alguém que eles tenham convicção.

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 Que vai me tornar real. É isso. Agora, não é que os meus advogados não produziram provas suficientes pra absolver. Quem me acusa, até hoje, não conseguiu produzir prova pra me acusar, pra tornar real. 

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Então parece uma jogada estranha. Você já apresentou diversas provas a seu favor, na própria matéria da Veja eles chegam a falar de um “conjunto impressionante de provas” pra atestar a sua inocência, o que inclui conversas, áudios, vídeos e testemunhas, como você pontuou. Em algum momento da sua vida, você imaginou que, pela liberdade que você tinha em brincar com as pessoas, isso poderia ser usado contra você e por isso tantas provas? – Sobre a as as brincadeiras, só corrigindo, não só as brincadeiras que eu fazia. As brincadeiras que todos faziam.

 Só que eu me tornei chefe. De colega, virei chefe. Brinquei com todo mundo, porque era assim. E eu não era o único chefe que brincava assim, com todo mundo na casa. E eu já mostrei mil brincadeiras, de lá pra cá. De pessoas que esfregaram o almoço no pênis. E foi filmado por uma das acusadoras. Brincadeiras sexuais eu tenho muitas pra mostrar. Além das que estão nos autos, tá? Se quiserem, eu mostro hoje. Aqui e agora. Brincadeiras sexuais feitas, que não partiram só de mim. Eu não guardei de casao pensado não, imagina. 

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É a coisa mais maluca do mundo, eu não pensei assim, que estava fazendo algo que iria me incriminar, então guardei as provas. Não, era só não fazer. Mas obviamente, isso que eu faço que eu faço, que todo mundo faz, era crime. Era um grupo de amigos trabalhando e brincando sim. Entendeu? Então é absurdo! É só ver os depoimentos das testemunhas. Acusa MP de favorecer Dani Calabresa Marcius Melhem protestou nas redes sociais contra a nomeação de uma nova promotora de Justiça para o caso em que Dani Calabresa o acusa de assédio sexual e moral. O humorista diz que a designação foi feita ao arrepio da lei porque, oficialmente, já existe um promotor responsável pelo caso. 

O inquérito corre na 2ª Promotoria de Investigação Penal Territorial da Área Botafogo e Copacabana, que hoje tem como titular o promotor Sauvei Lai. O caso está lá porque Dani diz ter sido assediada por Melhem durante uma festa em Botafogo. Em 7 de junho, no entanto, o procurador-geral de Justiça do Rio de Janeiro, Luciano Mattos, requisitou à titular de outra promotoria auxílio no inquérito. 

Trata-se de Isabela Jourdan da Cruz Moura, titular da 1ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal de Violência Doméstica da Zona Oeste/Jacarepaguá. Em nota, o Ministério Público diz que Jourdan vai conduzir o inquérito. Na manhã de segunda-feira (10), Melhem usou sua página nas redes sociais para protestar contra a iniciativa, o que ele voltou a fazer na noite desta quarta-feira (12). 

“É curioso que pessoas que se dizem do campo progressista, que até pouco tempo atrás estavam criticando decisões tomadas ao arrepio da normalidade democrática e da lei, agora calem, apoiem ou participem de algo que claramente afronta o direito.” Pela lei, um procurador-geral não pode substituir promotores naturais dos casos. Isso para garantir imparcialidade nas investigações. 

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A hipótese é admitida, porém, quando conta com a anuência do promotor natural, o que aconteceu neste caso. A escolha da promotora aconteceu 57 dias depois de uma reunião virtual entre o procurador-geral, as atrizes e seus advogados. Em nota, a Procuradoria-Geral de Justiça do Rio afirmou que “as vítimas quiseram ser ouvidas pelo procurador-geral para reportar o sofrimento que passam com o longo curso do inquérito”. O Ministério Público diz também que, “a partir do encontro, foi pensado um nome que pudesse se dedicar (não exclusivamente) ao inquérito”. “Toda a sociedade ficou sensibilizada com a situação das vítimas.” 

A instituição, no entanto, diz que “não houve nenhuma preferência ou predileção, mas apenas se quis um promotor, dentre vários possíveis, que pudesse conduzir o inquérito”. Antes disso, o caso Melhem tinha passado pelas mãos de oito promotores. Isso porque o titular foi chamado para assessorar o procurador-geral. Os advogados das atrizes divulgaram uma nota com a condição de que o texto fosse publicado na íntegra. “O caso Marcius Melhem reúne quase duas dezenas de pessoas, homens e mulheres, entre vítimas e testemunhas. 

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Será um grande exemplo da resposta que a Justiça pode dar à sociedade em casos de assédio sexual”, diz a nota. “Entendemos e respeitamos que o processo tem tempo próprio, mas confiamos no Judiciário brasileiro para que, dois anos e meio depois da abertura do inquérito, esta resposta venha logo, à altura do que um caso emblemático como este exige para as vítimas e para a sociedade”, continua a nota, assinada pelos advogados Mayra Cotta, Antonio Carlos de Almeida Castro, Davi Tangerino e Marcelo Turbay. Melhem e Dani protagonizam uma batalha ruidosa na Justiça e na opinião pública há quase três anos. Ela se diz vítima de assédio sexual e moral, e ele, de uma conspiração para o derrubar do cargo de coordenação do núcleo de humor da TV Globo, o que ocorreu em agosto de 2020.

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 O caso veio à tona em outubro de 2020, quando, em entrevista à Folha, a advogada Mayra Cotta acusou Melhem de atuar com violência contra as atrizes. Em 15 de dezembro, a defesa do ator enviou a Dani Calabresa uma notificação extrajudicial para que ela confirmasse ou negasse o teor da reportagem. Em anexo, o humorista apresentou uma troca de mensagens com intuito de comprovar que a dupla mantinha uma relação de intimidade. 

As conversas são um dos principais meios de defesa de Melhem. Essa iniciativa deu início à disputa judicial que se estende desde então. No dia 22 do mesmo mês, Dani Calabresa prestou depoimento na Ouvidoria Nacional do Ministério Público. Seu depoimento e os de outras sete mulheres foram remetidos ao Ministério Público do Rio de Janeiro. 

Em julho de 2021, o inquérito foi instaurado na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher, a Deam, no Rio, onde Melhem é investigado. Quase dois anos depois, houve a mudança que agora é alvo de críticas por Melhem. 

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Lucas do Rio Verde

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