AGRONEGÓCIO

Estudo avaliou a associação de fungicidas químicos e biológicos no controle de doenças foliares da soja, na safra 23/24 – MAIS SOJA

Publicado em

estudo-avaliou-a-associacao-de-fungicidas-quimicos-e-biologicos-no-controle-de-doencas-foliares-da-soja,-na-safra-23/24-–-mais-soja

O controle de doenças foliares em soja é cada vez mais desafiador. Condições climáticas adversas atreladas a elevada pressão de patógenos, tornam cada vez mais comum a presença de doenças na cultura da soja, mesmo se tratando de cultivares como maior tolerância, até em sistemas cuja rotação de culturas é realizada.

Dentre das principais doenças foliares que acometem a soja, podemos destacar algumas com maior expressão econômica, como a ferrugem-asiática (Phakopsora pachyrhizi), o complexo de doenças de final de ciclo (DFCs) e a mancha-alvo (Corynespora cassiicola).


Veja mais: Eficiência de fungicidas no controle de DFCs em soja, safra 2023/24


Normalmente o programa de manejo fitossanitário da cultura é focado no controle de doenças foliares da soja. Para tanto, os fungicidas químicos são as principais ferramentas empregadas no controle dessas doenças, contudo, estudos mais recentes têm demonstrado que o controle biológico de doenças em soja, por meio do emprego de microrganismos, especialmente de forma associada a fungicidas químicos, tem contribuído para o aumento da eficiência do controle de doenças em soja.

Conforme destacado por Meyer et al. (2024), em função da maior compatibilidade para associação ao controle químico, os fungicidas biológicos disponíveis para manejo de doenças foliares da soja são formulações compostas por bactérias do gênero Bacillus ou metabólitos microbianos.

Estudo

Ensaios realizador durante a safra 2023/24 analisaram o efeito da associação de fungicidas químicos e biológicos no controle de doenças foliares da soja. As aplicações dos fungicidas biológicos iniciaram em estádio V4 da soja, em mistura com glifosato e, a segunda aplicação, aos 40 dias após a emergência (DAE), em mistura com fungicida químico (tabela 1).

Leia Também:  Nova rodada de instabilidades traz possibilidade de granizo
Foi estabelecido um programa de fungicidas químicos, iniciando aos 40 DAE, constituído por três pulverizações a intervalos de 18 dias, sendo a primeira aplicação de picoxistrobina (60 g/ha) & benzovindiflupir (30 g/ha) (Vessaria® 0,6 L p.c./ha), a segunda aplicação de azoxistrobina (94 g/ha) & tebuconazol (112 g/ha) & mancozebe (1.194 g/ha) (Tridium® 2,0 L p.c./ha) + adjuvante Strides® (0,25 % v/v), e a terceira aplicação de difenoconazol (75 g/ha) & ciproconazol (45 g/ha) (Cypress® 0,3 L p.c./ ha) + clorotalonil (1.080 g/ha) (Bravonil® 1,5 L p.c./ ha) (Meyer et al., 2024).
Tabela 1. Tratamentos combinando fungicidas biológicos e químicos para controle de doenças foliares da soja dos ensaios cooperativos, realizados na safra 2023/2024.
Fonte: Meyer et al. (2024)
Resultados

Conforme resultados observados no ensaios, para o controle das DFCs em soja, os tratamentos com biofungicidas não diferiram dos tratamentos somente com o controle químico. Tanto para mancha-alvo quando para a ferrugem-asiática, foi observada maior severidade na testemunha (T1), os demais tratamentos apresentaram controle significativo, entretanto não diferiram entre si.

Quando a produtividade da soja, todos os tratamentos resultaram em aumento na produtividade em comparação a testemunha, entretanto, não houve efeito da adição do tratamento químico em V4 (T3) ou qualquer dos produtos biológicos no programa de fungicidas proposto (Meyer et al., 2024).

Leia Também:  O Boletim do Suíno de abril está disponível no site!
Tabela 2. Estimativa metanalítica da média de severidade de doenças de final de ciclo (DFC), mancha-alvo (M. Alvo), ferrugem-asiática (Ferrugem) e respectivos percentuais de controle em relação ao tratamento T2 (C2) e ao tratamento T1 (C1), produtividade (Prod.) e percentual de redução de produtividade (RP) em relação ao tratamento com a maior produtividade. Média de 20 locais para severidade de DFC, 10 locais para mancha-alvo, seis locais para ferrugem-asiática e 20 locais para produtividade. Safra 2023/2024 (Meyer et al., 2024).
Fonte: Meyer et al. (2024)

Com base nos aspectos observados, os autores concluem que não foi possível observar incremento no controle das doenças foliares avaliadas com a associação de fungicidas biológicos ao programa de fungicidas químicos utilizado, nos experimentos da safra 2023/2024.

Confira o conteúdo completo clicando aqui!

Você fica com dúvida no posicionamento de fungicidas? Quer discutir o manejo com um especialista? Clique no Banner abaixo e garanta sua vaga na Mentoria em Fungicidas com Marcelo Madalosso.

Referências:

Anúncio

MEYER, M. C. et al. AVALIAÇÃO DA ASSOCIAÇÃO DE FUNGICIDAS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS NO CONTROLE DE DOENÇAS FOLIARES DA SOJA, SAFRA 2023/2024: RESULTADOS SUMARIZADOS DA REDE DE EXPERIMENTOS COOPERATIVOS. Embrapa, Circular Técnica, n. 208, 2024. Disponível em: < https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/doc/1166563/1/Circ-Tec-208.pdf >, acesso em: 30/08/2024.

COMENTE ABAIXO:
Anúncio

Lucas do Rio Verde

MAIS LIDAS DA SEMANA