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Novo parque brasileiro abrigará a maior árvore da América Latina

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Os hormônios vegetais desempenham funções essenciais no metabolismo vegetal, controlando processos fisiológicos como germinação de sementes, crescimento vegetativo, floração, frutificação, a senescência foliar.

Considerando a influência dos hormônios vegetais sobre a fisiologia da planta, muitos desses hormônios vêm sendo empregados na agricultura como biorreguladores/estimulantes, regulando processos fisiológicos em pról de mitigar estresses abióticos e/ou aumentar a produtividade.

Estudos científicos comprovam que, sob condições adequadas de posicionamento, alguns hormônios vegetais, em especial, Citocininas, Giberelinas e Auxinas, podem atuar no aumento da produtividade da soja, quando inseridos no programa de manejo como biorreguladores.

Conforme observado por Carvalho et al. (2013), o uso de biorreguladores em soja contribui significativamente para o aumento de parâmetros produtivos da planta, como peso de mil grãos e produtividade propriamente dita. Corroborando os resultados obtidos por Carvalho et al. (2013), um estudo desenvolvido por Barbosa et al. (2023) observou que a produtividade da soja é beneficiada pelo uso de biorreguladores, em especial os que combinam em sua formulação, Citocinina, Giberelina e Auxina (Cinetina+GA3+AIB).

Conforme observado Barbosa et al. (2023), quando aplicados em V7, em cultivares de tipo de crescimento determinado, a formulação contendo Cinetina+GA3+AIB, demonstra potencial para atuar no aumento da produtividade da soja (figura 1), possibilitando inclusive a melhoria de componentes de produtividade como número de grãos por planta e número de vagens por planta.

Figura 1. Produtividade de grãos de soja (kg ha-1) com uso de reguladores vegetais (GA3; ethephon; Cinetina+GA3+AIB; lactofen; e  2,4-D), submetidas a diferentes concentrações de cada produto aplicado em V7.
Fonte: Barbosa et al. (2023)
Principais funções dos biorreguladores vegetais

Dentre os principais hormônios vegetais, podemos destacar as Auxinas, as Giberelinas (Ácido giberélico), as Citocininas, o Etileno e o Ácido abscísico. Grande parte dos hormônios vegetais atuam como promotores do crescimento vegetal, entretanto, em períodos determinados por estímulos fisiológicos e/ou ambientais, podem exercer mais funções (tabela 1).

Tabela 1. Principais funções dos hormônios vegetais nas plantas.

Além de apresentar diferentes funções, no decorrer do desenvolvimento vegetal, os níveis hormonais variam em função da necessidade fisiológica da planta (figura 2).

Figura 2. Níveis Hormonais da planta em função da etapa de desenvolvimento.
Fonte: Rafael Rosolen T. Zafred
Principais efeitos das Auxinas

As Auxinas estimulam o alongamento celular (crescimento em altura) e também a divisão celular nos meristemas apicais e no câmbio vascular. Induzem a diferenciação de tecidos vasculares junto às Citocininas e estimulam o enraizamento, bem como atuam no controle da dominância apical de caules e ramos. As auxinas também são responsáveis pelas respostas de fototropismo, curvatura de coleóptilos e caules causada quando esses órgãos recebem luz aplicada lateralmente (Paulilo et al., 2025).

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Principais efeitos das Giberelinas

As Giberelinas agem juntamente com as Auxinas no alongamento celular, além de induzir o crescimento de frutos. A Giberelina também, está associada à quebra de dormência fisiológica de sementes, possibilitando o crescimento e desenvolvimento do embrião e, como consequência, a germinação e emergência da plântula (Mortele et al., 2011).

Principais efeitos das Citocininas

Induzem a formação de gemas foliares em calos obtidos em culturas de tecido, além disso, as Citocininas são conhecidas por retardar o processo de envelhecimento foliar (senescência foliar). Com efeito contrário às Auxinas, as Citocininas induzem o brotamento de gemas axilares quando aplicadas exogenamente. Em frutos, as Citocininas contribuem para o crescimento, especialmente quando associadas as Giberelinas. A associação entre esses hormônios é comum na fruticultura, principalmente na produção de maçã.

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Principais efeitos do Etileno

Além de influenciar no amadurecimento de frutos e senescência das folhas, o Etileno altera o crescimento de plântulas submetidas a ele, afetando a elongação do caule, o crescimento lateral e o entumecimento do caule e hipocótilos. No entanto, o maior destaque para o Etileno em culturas agrícolas anuais está relacionado a abscisão e senescência foliar.

De acordo com Paulilo et al. (2025), uma folha adulta é mantida viva na planta quando seus níveis de Auxinas estão altos. Na fase de indução da abscisão, o nível de Auxinas foliares diminui e o de Etileno aumenta. O Etileno induz a expressão de genes de enzimas hidrolíticas de paredes celulares que irão hidrolisá-las, causando seu amolecimento, separação foliar e abscisão (queda) da folha.

Mais recentemente, um estudo conduzido por Huang et al. (2022) em plantas de arroz, demonstrou que o Etileno inibe o alongamento da raiz em solo compactado por meio de mecanismos mediados por ácido abscísico (ABA) e Auxina, estando esses, ligados a regulação do crescimento das raízes sob condições de solos compactados. De acordo com os autores, em solos compactados as raízes utilizam o etileno para detectar a compactação do solo, uma vez que a restrição do espaço aéreo faz com que este hormônio se acumule em torno das pontas das raízes.

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Principais efeitos do Ácido abscísico (ABA)

Envolvido no processo de fechamento estomático durante o período de estresse hídrico, (quando há escassez de água no ambiente, as raízes sinalizam, havendo o aumento de ABA foliar), o ABA também está envolvido no desenvolvimento de sementes, (induz a síntese de proteínas de reserva nas sementes durante o seu desenvolvimento).Nas sementes, ocorrem picos de ABA ao final de embriogênese e início da maturação. O ABA presente nas sementes no final da embriogênese evita que elas germinem dentro dos frutos. Em sementes dormentes, a saída da dormência está associada à redução da taxa ABA (Paulilo et al., 2025).

Em suma os hormônios vegetais influenciam os processos fisiológicos vegetais e os níveis desses hormônios nas plantas variam de acordo com os estádios do desenvolvimento da planta. Nesse sentido, a adição de hormônios vegetais no programa de manejo de culturas agrícolas como a soja, pode contribuir para mitigar estresses abióticos e/ou aumentar a produtividade das plantas, desde que, sejam posicionados de forma coerente em determinados estádios do desenvolvimento da cultura.


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Referências:

BARBOSA, A. S. et al. EFEITOS DE REGULADORES VEGETAIS NAS CARACTERISTICAS AGRONÔMICAS DE SOJA CULTIVADA EM BAIXA LATITUDE. Revista em Agronegócio e Meio Ambiente – RAMA, 2023. Disponível em: < https://periodicos.unicesumar.edu.br/index.php/rama/article/view/9862/7261 >, acesso em: 04/10/2024.

CARVALHO, J. C.; VIECELLI, C. A.; ALMEIDA, D. K. PRODUTIVIDADE E DESENVOLVIMENTO DA CULTURA DA SOJA PELO USO DE REGULADOR VEGETAL. Acta Iguazu, Cascavel, v.2, n.1, p. 50-60, 2013. Disponível em: < https://e-revista.unioeste.br/index.php/actaiguazu/article/view/8166 >, acesso em: 04/10/2024.

HUANG, G. et al. Ethylene inhibits rice root elongation in compacted soil via ABA- and auxin-mediated mechanisms. PNAS, 2022. Disponível em: < https://www.pnas.org/doi/full/10.1073/pnas.2201072119 >, acesso em: 04/10/2024.

MOTERLE, L. M. et al. EFEITO DE BIORREGULADOR NA GERMINAÇÃO E NO VIGOR DE SEMENTES DE SOJA. Revista Ceres, v. 58, n. 5, p. 651-660, 2011. Disponível em: < https://www.scielo.br/j/rceres/a/CdXw3mpVT6pPD7Q34vTDxXF/?lang=pt >, acesso em: 04/10/2024.

PAULILO, M. T. S.; VIANA, A. M.; RANDI, Á. M. FISIOLOGIA VEGETAL. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA, 2015.

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