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Milton tem ventos de até 193 km/h e deixa milhões sem energia; vídeo

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O furacão Milton chegou à Flórida nessa quarta-feira (9/10), atingindo a costa oeste do estado perto de Siesta Key, no condado de Sarasota. De acordo com um boletim divulgado às 20h30 pelo horário local pelo NHC (Centro de Furacões dos EUA), o fenômeno deixou mais de 2,5 milhões de casas sem luz e causou vários alagamentos. Ventos de até 193 km/h foram registrados durante a noite e na orla houve ondas de até 2,1 metros.

Milton foi rebaixado nesta quarta para a categoria 3 e, ao provocar ventos de até 144 km/h, passou para a categoria 1 nesta quinta-feira (10/10) de manhã, de acordo com o NHC.

Agora, a maior preocupação das autoridades e da população são as fortes chuvas e o risco de inundações, que já atingem várias cidades. Uma onda de tornados também causa estragos.

Segundo autoridades, foram registradas mortes numa comunidade de aposentados na cidade de Fort Pierce devido à onda de tornados, mas ainda não se sabe o número de vítimas.

De acordo com o jornal The New York Times, equipes de busca e resgate atuam na tentativa de encontrar vítimas no local, mas Tonya Woodworth, porta-voz do Gabinete do Xerife do Condado de St. Lucie, disse ainda não estava claro quantas pessoas morreram.

“A tempestade chegou. Fique em casa e não pegue a estrada”, disse o governador da Flórida, Ron DeSantis, em uma coletiva de imprensa pouco antes da chegada do furacão.

Alerta de Biden

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Milton poderia ser “um dos piores furacões em mais de um século na Flórida”, alertou o presidente americano Joe Biden na noite de quarta.

O ciclone deve cruzar a Flórida de oeste a leste, de acordo com o NHC, passando perto da cidade de Orlando, onde os parques temáticos da Disney World foram fechados ao meio-dia. O tráfego aéreo nos aeroportos de Tampa e Sarasota foi interrompido.

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Tornados também foram observados nas partes central e sul do estado, de acordo com o canal Weather Channel.

Veja vídeo:

População se esconde em abrigos

Os moradores buscaram abrigo em casa ou em centros viabilizados pelo governo. Antes de o furacão atingir Tampa, Randy Prior, 36, disse que estava “nervoso”. “Ainda estamos nos recuperando” do furacão Helene”, que passou há duas semanas, declarou.

Em Fort Myers, outra cidade na costa oeste do estado, a moradora Debbie Edwards disse que todos estavam “ansiosos”. Ela descreveu a ansiedade antes da chegada do fenômeno “como uma síndrome do estresse pós-traumático” causada pela passagem do ciclone Ian, que atingiu a região há dois anos.

No fim de setembro, o furacão Helene atingiu a mesma área, matando pelo menos 236 pessoas no sudeste dos Estados Unidos e pelo menos 15 na Flórida.

A moradora Karelia, que vive em Sarasota, deixou a sua casa e buscou refúgio em Miami. Em entrevista à RFI, ela explicou como os moradores se prepararam para enfrentar o fenômeno: “As pessoas estão colocando sacos de areia na frente das casas para evitar a entrada de água e inundações. Eu coloquei lâminas de metal nas janelas e os móveis em locais mais altos para evitar que se molhem e estraguem. Pretendo voltar para casa logo, mas penso em um dia de cada vez. Hoje estamos todos bem”

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O terceiro estado mais populoso do país atrai muitos turistas e a população está habituada à passagem dos furacões, que se tornaram mais frequentes com o aquecimento global.

As mudanças climáticas aquecem os mares e aumentam o risco de fenômenos meteorológicos mais intensos.

Para o professor John Marsham, especialista em ciências atmosféricas, “muitos aspectos de Helene e Milton correspondem perfeitamente” às consequências das mudanças climáticas previstas pelos cientistas.

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“Os furacões precisam de oceanos quentes para se formar e as temperaturas oceânicas, que batem recordes, alimentam essas tempestades devastadoras. O ar quente retém mais água, gerando mais chuvas e mais inundações”, explica.

Polêmica

Republicanos e democratas questionaram a gestão dos furacões Helene e Milton pelo governo, mas o presidente dos EUA, Joe Biden, denunciou “as mentiras” de Donald Trump.

O ex-presidente acusa os democratas de ter “roubado dinheiro” da FEMA (Federal Emergency Management Agency), a agência americana responsável pela gestão de catástrofes, para “dar aos imigrantes ilegais”.

As declarações foram descritas na quarta-feira como “perigosas” e “inaceitáveis” pela vice-presidente Kamala Harris, que concorre com Trump às eleições presidenciais de 5 de novembro.

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Lucas do Rio Verde

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