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Sustentabilidade portuária nacional é exposta na COP29

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Por: Willian Zancan¹ e Bruno Carvalho²

Uma doença da década de 1970, capaz de reduzir a produção de milho dos Estados Unidos em 16%, o equivalente a cerca de US$ 8 bilhões em termos atuais, tem trazido preocupação ao Brasil. Conhecida como Mancha de Bipolaris, causada tanto pelo fungo Bipolaris maydis quanto pelo Bipolaris zeicola, afeta a cultura do milho em diversas regiões do mundo, mas principalmente em países com condições quentes e úmidas (White, 1999).

Nos últimos anos, o complexo de Bipolaris tem se expandido significativamente no Brasil, afetando diversas regiões e ambientes de produção de grãos, tanto na safra de verão, mas principalmente na safrinha (Figura 3), com perdas que podem superar 70% na produção (Embrapa, 2014). Esse aumento de incidência reflete a adaptação do patógeno às diferentes condições climáticas e práticas agrícolas, tornando-se uma preocupação crescente para os produtores.

A doença se manifesta com manchas em toda extensão da folha de cor palha e clorose nos tecidos infectados, limitando a fotossíntese por redução de área foliar e levando a redução da produtividade. A alta capacidade saprofítica da Mancha de Bipolaris contribui para um nível primário de inóculo mais elevado, principalmente em áreas com ocorrência frequente da doença. No caso de Bipolaris maydis, existem três raças do patógeno: T, O e C. Esta primeira raça “T” foi a responsável pela epidemia nos Estados Unidos, quando foi notado que aproximadamente 85% da área com milho foi plantada com cultivares que continham o citoplasma T (Texas), que confere a condição de macho-esterilidade às plantas (Embrapa, 2014). Enquanto o milho com citoplasma normal mostrou resistência a doença. Já o fungo Bipolaris zeicola, apresenta a raça 1 e 3.

Ambos os fungos (zeicola e maydis) sobrevivem em restos culturais da safra de milho do ano anterior. À medida que o clima esquenta, os esporos (estruturas de reprodução dos fungos), produzidos nos resíduos de milho, são dispersos pelo vento ou respingos de chuva para as folhas das plantas no estágio inicial de desenvolvimento da cultura. Tipicamente, quanto mais cedo ocorre a infecção pela doença, maior é o seu potencial de reduzir a produtividade do milho.

Em condições ambientais favoráveis (25-32°C e umidade relativa do ar inferior a 90%), o desenvolvimento da doença ocorre rapidamente, e seu ciclo ocorre entre 60 e 72 horas. Normalmente, a Mancha de Bipolaris ocorre desde os estádios iniciais de desenvolvimento da cultura, até a maturidade fisiológica do milho.

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Os sintomas da Mancha de Bipolaris são variáveis de acordo com as raças do fungo que estejam presentes na área e infectando a planta, além do genótipo plantado. A raça “O”, mais prevalente no mundo, ataca somente as folhas e causa lesões inicialmente pequenas e ovaladas (Embrapa, 2014). Em cultivares suscetíveis, a raça “O” provoca lesões nas folhas, inicialmente pequenas e ovaladas, que se tornam alongadas quando maduras, com cor palha e delimitadas pelas nervuras (figura 1). Quando a doença é causada pela raça T, as lesões foliares são maiores e podem ocorrer lesões em outros órgãos aéreos, como em espigas.

Em geral, os sintomas causados pelo complexo de Bipolaris assemelham-se aos sintomas da Mancha de Cercospora e até mesmo da Estria Bacteriana, o que exige um exame cuidadoso dos sinais para o correto diagnóstico (figura 2). As lesões da Mancha de Cercospora são retangulares, apresentam os bordos delimitados pela nervura e são mais estreitas e alongadas que aquelas causadas por B. maydis. Já a Estria Bacteriana apresenta sintomas iniciais com pequenas pontuações nas folhas, circundadas por halo de coloração amarelada, e conforme a evolução, pode apresentar lesões estreitas e alongadas que variam com o comprimento.

Manejo e prevenção

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O produtor rural possui algumas opções para manejar a Mancha de Bipolaris, incluindo a seleção de híbridos, práticas culturais e fungicidas. A combinação destas práticas de proteção da cultura proporciona uma boa segurança para o aumento de rendimento e para gerir, de maneira sustentável, as doenças na cultura do milho.

A primeira dica é a escolha de híbridos com boa tolerância genética, que oferece uma defesa eficaz para o problema. Embora nenhum híbrido ofereça resistência a todas as doenças, mesmo a resistência parcial ajuda muito na proteção da produção.

O segundo passo é o monitoramento precoce e frequente, já que a detecção precoce ajuda a minimizar os danos econômicos. Geralmente, os primeiros sintomas são observados nas folhas inferiores das plantas no início de desenvolvimento da cultura.

O terceiro ponto é a rotação de cultura contínua, sendo uma prática bastante sólida para ajudar a diminuir as ameaças, quebrando o ciclo da doença no campo, além de atuar de forma efetiva contra todas as raças do fungo.

Além dessas medidas, o uso de fungicidas foliares registrados em bula, como o Fox Xpro, cuja composição é Bixafem, Protioconazol e Trifloxistrobina é uma opção eficiente para o controle de Mancha de Bipolaris Aplicações antecipadas, em V4, tendem a ser mais eficazes. É importante ressaltar que o manejo químico preventivo é bastante eficaz, pois controla o fungo antes da penetração nos tecidos da planta, proporcionando um período residual mais longo da lavoura. Além disso, essa abordagem é crucial para evitar surtos

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da doença que podem comprometer significativamente a produtividade da lavoura, principalmente em regiões com alta pressão do patógeno. Sempre busque a orientação de um engenheiro agrônomo.

Autor¹: Willian Zancan, Gerente Técnico de Pragas e Doenças – Milho da Bayer

Colaboração e revisão²: Bruno Carvalho, Gerente de Produtos Crop Protection – Milho e Cereais de Inverno da Bayer

Referências:

COSTA, R. V. da; SILVA, D. D. da; COTA, L. V. Mancha-de-Bipolaris-do-Milho. Sete Lagoas:
Embrapa Milho e Sorgo, 2014, 4p. (Embrapa Milho e Sorgo. Circular Técnica, 207). Disponível em: https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/bitstream/doc/1012083/1/circ207.pdf Acesso em 21/09/2024.

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WHITE, D.G., 1999. Compendium of corn diseases. 3rd ed. St. Paul: American Phytopathological Society, 128 p.

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Fonte: Assessoria de Imprensa Bayer



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