POLÍTICA

Bolsonaro e Moro trocaram mensagens sobre queima de maquinário em operações do Ibama

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Ao mostrar seu celular para jornalistas nesta terça-feira (5), o presidente Jair Bolsonaro acabou deixando aparecer uma mensagem em que o ex-ministro da Justiça Sergio Moro ressaltava que a Força Nacional não havia destruído máquinas de desmatadores durante operação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), em abril.

Bolsonaro exibia troca de mensagens entre ele e Moro da época em que o ex-juiz ainda era ministro.

O objetivo era contestar versão apresentada por Moro, segundo a qual Bolsonaro tentou interferir politicamente na Polícia Federal.

Em determinado momento da conversa mostrada pelo presidente, aparece a parte em que o ex-ministro fala sobre a Força Nacional.

Não é possível ver qual foi a mensagem de Bolsonaro que suscitou o assunto.

“Coronel Aginaldo da FN [Força Nacional] também nega envolvimento da FN nas destruições. FN só acompanha Ibama nas operações para segurança dos agentes, mas não participa da destruição de máquinas”, escreveu Moro.

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O site “O Antagonista” exibiu na terça-feira (5) esse trecho das mensagens.

Antônio Aginaldo de Oliveira é o diretor da Força Nacional.

Após se demitir, Moro mostrou mensagens trocadas com Bolsonaro em 22 de abril.

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Ele queria provar que o presidente tentou interfeir na PF.

Pelas imagens mostradas pelo presidente, a conversa sobre a Força Nacional ocorreu também no dia 22.

Na semana anterior, o Ibama, com apoio da Força Nacional, havia feito uma grande operação contra garimpos ilegais e desmatamento no Pará.

Fiscais do Ibama apreenderam dezenas de armas e destruíram mais de 70 tratores e outros equipamentos.

O Fantástico noticiou a operação no dia 12 de abril.

No dia 14, o então diretor de Proteção Ambiental do Ibama Olivaldi Azevedo foi exonerado pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles.

Setores do governo consideraram que Olivaldi não teve força suficiente para frear a atuação dos fiscais contra garimpeiros e madeireiros.

O próprio presidente Bolsonaro já declarou publicamente diversas vezes que é contra a queima de maquinário.

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Em fevereiro, uma outra operação do Ibama na terra indígena Ituna Itata, também no Pará, já tinha desagradado parte do governo por causa da destruição de equipamentos de garimpeiros.

O garimpo em terra indígena conta com o apoio de Bolsonaro.

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Desmatamentos em 2020

Os alertas de desmatamento na floresta Amazônica bateram o recorde histórico para o primeiro trimestre em 2020, se comparado ao mesmo período dos últimos quatro anos, quando começou a série de monitoramento do sistema Deter-B, desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Nos meses de janeiro, fevereiro e março de 2020 foram emitidos alertas para 796,08 km² da Amazônia, aumento de 51,45% em relação ao mesmo período de 2019, quando houve alerta para 525,63 km². Em 2018 foram 685,48 km²; em 2017 foram 233,64 km² e em 2016 foram 643,83 km².

Texto: G1 MT

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