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MT: Advogado “superdoador” já doou cerca de 37,8 litros de sangue e salvou 300 vidas

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Doar sangue é um ato de humanidade que salva vidas e, nesta sexta-feira (14) é comemorado o Dia Mundial do Doador de Sangue. Em Mato Grosso, mais de 10 mil pessoas doam sangue por ano, segundo estimativa do Hemocentro, único banco de sangue do estado.

Dentre tantos doadores, um advogado chamou a atenção pelo fato de doar sangue há 21 anos. Rogério Peres Bandeira contou ao g1 que a primeira vez que ajudou alguém através da doação foi aos 20 anos, quando ingressou em um concurso em Mato Grosso.

“Sou doador desde quando assumi o concurso no estado. Comecei a doar na unidade de coleta de transfusão em Colíder e, quando me mudei para Cuiabá, continuei a doar no Hemocentro. Inicialmente, doava sangue total, depois passei a doar plaquetas e massas duplas conforme a necessidade”, disse.

De acordo com o Hemocentro de Mato Grosso, um homem pode doar até quatro bolsas de sangue por ano, sendo retirado 450 ml a cada doação. Como Rogério doa há 21 anos, é estimado que ele já tenha doado mais de 37,8 litros de sangue. Como cada bolsa pode ser distribuída para até quatro pacientes, estima-se que advogado já ajudou a salvar mais de 300 vidas.

Além do sangue, ele também contou sobre a doação de plaquetas para pacientes com quadros crônicos. De acordo com o Hemocentro, a doação de plaquetas é menos invasiva do que a de sangue e ela pode ser realizada até três vezes no mesmo mês.

“Essa doação de plaquetas é exclusiva para um determinado paciente que precisa, que ocorre por meio da Máquina Separadora de Células [Coleta por Aférese]. Sempre é colocado a quantidade de plaquetas que o paciente precisa, então a máquina faz a retirada do sangue, filtra as plaquetas e devolve o sangue para o doador, então ele não tem perca de volume e nem de sangue, por isso ele consegue doar até três vezes no mês”, explicou a biomédica Gessica Burgo.

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Motivação

Rogério relatou que foi a mãe dele que o motivou a doar sangue, já que, como ela é servidora do sistema de saúde, sempre esteve cercada por histórias de superação e por pessoas que precisavam da ajuda.

“Como minha mãe é servidora da saúde, presenciei várias situações de pacientes em estado grave que necessitavam de transfusões. Sempre foi difícil encontrar doadores porque as pessoas geralmente têm medo da agulha. Minha estimulação foi realmente capaz de ajudar de alguma forma quem precisa. Acredito que ajudei a salvar a vida de muitas pessoas”, contou.

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Atualmente, ele é quem motiva outras pessoas a doar, inclusive a própria filha, de 20 anos.

Como doar sangue

Doar sangue é um ato nobre que salva vidas e é mais simples do que muitos imaginam. Segundo a Dra. Gianne Hanna Guimarães, médica do Hemocentro, para fazer a doação, basta agendar um horário no site do MT Hemocentro ou ir diretamente até a unidade, em Cuiabá. No local, o doador passará pelas seguintes etapas:

§  1º O cadastro

Ficha com os dados pessoais;

§  2º Pré-triagem

Que envolve a avaliação dos sinais vitais, como pressão arterial e nível de hemoglobina;

§  3º Triagem clínica

Que é uma entrevista para verificar o estado de saúde da pessoa e garantir que o doador está apto para doar.

Estou apto para doar ou não?

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Os pré-requisitos para doar sangue incluem ter entre 16 e 69 anos (sendo que doadores de 16 anos precisam de autorização dos pais), pesar no mínimo 51 kg, estar em boas condições de saúde, bem alimentado e ter dormido bem na noite anterior.

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Além disso, homens podem doar a cada dois ou três meses, enquanto mulheres podem doar a cada três ou quatro meses. Outras restrições incluem não ingerir bebidas alcoólicas nas 12 horas anteriores, aguardar seis meses após fazer tatuagens ou endoscopias, e algumas medicações podem impedir a doação temporariamente.

Mitos e verdades sobre a doação

É importante desmistificar alguns mitos sobre a doação de sangue. Por exemplo, muitas pessoas acreditam que é necessário estar em jejum para doar, mas na verdade é essencial estar bem alimentado antes da doação. Caso contrário, será solicitado que o doador se alimente antes de proceder.

Além disso, há o mito de que quem tem tatuagens não pode doar sangue. A verdade é que pessoas com tatuagens podem doar, desde que a tatuagem tenha sido feita há mais de seis meses, ou um ano, se o estúdio não tiver alvará.

Outra preocupação comum é que doar sangue pode ser perigoso e fazer mal à saúde, mas, segundo a dra. Gianne, a doação é segura, já todos os materiais utilizados são descartáveis e estéreis, e a quantidade de sangue retirada é rapidamente reposta pelo organismo.

A doutora ainda ressaltou a importância da doação regular: “A regularidade ajuda muito, então se puder vir dentro do prazo de dois a quatro meses, nos ajuda a manter um estoque estável”.

Segundo ela, doadores regulares garantem que os hemocentros estejam sempre prontos para atender emergências e pacientes crônicos que dependem de transfusões constantes.

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Lucas do Rio Verde

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