Uma jovem de 24 anos e uma mulher de 55 foram presas, em Goiânia, suspeitas de extorquir mais de R$ 400 mil de um idoso sob o pretexto de um suposto aborto. Segundo a polícia, a jovem mantinha um relacionamento amoroso com a vítima, de 72 anos, desde 2018. Já a outra mulher, apontada na investigação como diarista da jovem, ajudava nas extorsões, fingindo ser uma cuidadora da patroa durante o tratamento médico alegado.
O namorado da jovem, um homem de 38 anos, também aparece na investigação. Ele é suspeito de mandar mensagens com ameaças ao idoso e também de receber dinheiro em sua conta pessoal. O homem foi interrogado na delegacia, mas não foi preso por não ser uma situação de flagrante.
A reportagem não localizou as defesas para que se manifestem sobre as prisões das mulheres suspeitas de extorsão e do envolvimento do namorado de uma delas.
De acordo com a Polícia Civil, as duas foram presas no apartamento da jovem, no Setor Cândida de Morais, na ultima segunda-feira (31), no momento em que extorquiam novamente a vítima, exigindo dois cheques – um de R$ 7 mil e outro de R$ 4 mil.
As prisões em flagrante foram convertidas em preventiva pela Justiça de Goiás, após audiência de custódia. Com isso, as investigadas foram encaminhadas à Casa de Prisão Provisória (CPP), segundo a polícia.
A Polícia Civil analisou o celular da jovem e identificou que ela mantém diversos relacionamentos com homens – geralmente mais velhos – sempre alegando, em algum momento da conversa, que estava grávida, com o intuito de utilizar o suposto aborto como meio de extorsão.
Intimidação com perfil falso
Segundo a investigação, a jovem conheceu o idoso em um bar de Goiânia, em 2018, quando iniciou com ele um relacionamento. Em outubro daquele ano, informou à vítima que estava grávida e que havia feito um aborto.
Na ocasião, a suspeita disse que precisava de dinheiro para custear o tratamento médico e, caso não fosse pago, levaria o idoso às autoridades por ter consentido no falso aborto. Amedrontada, a vítima começou a repassar constantemente dinheiro para a jovem.
A Polícia Civil diz que, para aumentar a intimidação, a jovem criou um novo perfil em uma rede social de mensagens se apresentado como sendo “Divino”, um fictício capitão da Polícia Militar, que seria seu tio.
Extorsão pagava artigos de luxo
Os episódios de extorsão permaneceram por cerca de dois anos e passou a ser o meio de vida da jovem, que não possui nenhum tipo de ocupação.
As mensagens de ameaças eram enviadas diariamente em busca de dinheiro, sendo os pagamentos feitos através de cheques, transferências bancárias, depósitos e em espécie. O dinheiro do suposto golpe mantinha uma vida confortável para a jovem, em um apartamento, além de ser utilizado em cirurgias plásticas, tratamentos cosméticos, compra de eletrônicos, celulares caros, bolsas e sapatos.
Ao longo deste histórico, a diarista da jovem passou a participar do esquema, segundo a polícia, em 2019. Ela se apresentava às vítimas como a pessoa que estava cuidando da mulher por conta do suposto tratamento médico e passava a exigir dinheiro para custear o tratamento, sob pena de autorizar “Divino” a matar ou prender o alvo da extorsão.
Fonte: G1
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