Uma proposta do Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos (Sincofarma) quer reduzir o salário para os farmacêuticos recém-formados em Mato Grosso. Conforme a ideia, as pessoas formadas na área há menos de cinco anos devem ganhar 60% do piso.
Atualmente, o valor pago a um farmacêutico é R$ 4.299, por 44 horas semanais. Caso a proposta do sindicato seja aceita, os novatos passam a ganhar R$ 2.579.
Outro ponto proposto pelas empresas é a utilização do banco de horas. Nesse caso, todas as horas extras feitas pelos farmacêuticos durante o mês poderão ser compensadas em seis meses, com reduções de jornadas ou folgas compensatórias.
O presidente do Sindicato dos Profissionais Farmacêuticos (Sinfar), Devanil Roza Fernandes, afirmou que os profissionais são contra as alterações de salário e banco de horas e que espera um novo acordo.
Em nota, o Sincofarma justifica que o salário abaixo do piso dos profissionais recém-formados é que “até que este profissional decida o que quer da vida, e qual sua aptidão profissional, tenha uma remuneração menor que aquele que já se decidiu e que tem expertise na profissão, pois o recém-formado está em estágio probatório/treinamento”.
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O último acordo coletivo entre empresas profissionais venceu no doa 30 de junho deste ano. O Sincofarma e o Sinfar-MT já se reuniram, mas não chegaram a um acordo.
“Para o farmacêutico iniciante na profissão é assegurado, nos primeiros cinco anos, de labor e aprendizagem, uma remuneração mínima mensal correspondente a 60% do salário da categoria, previsto nesta convenção de acordo com a respectiva carga horária estabelecida neste instrumento”, diz trecho do ofício do sindicato.
Outra mudança no regime de trabalho nos finais de semana. “Nas atividades que por sua natureza determinem o trabalho aos domingos, independente de gênero, será garantido aos empregados o repouso em, pelo menos, um domingo a cada dois trabalhados”, consta no ofício.
As alterações no modelo de trabalho propostas pelo Sincofarma geraram grande repercussão entre os profissionais do estado e entidades nacionais que defendem os direitos da categoria.
A Federação Nacional dos Farmacêuticos (Fenafar) se manifestou e disse que repudia “as propostas que foram apresentadas e que representam um atraso nas conquistas da categoria”.
O Coletivo de Profissionais Farmacêuticos do Brasil também publicou uma nota afirmando que o ofício é considerado “desrespeitoso à categoria farmacêutica e revela uma falta de conhecimento do presidente do Sincofarma/MT sobre o verdadeiro papel e importância do farmacêutico na dispensação de medicamentos”.
O Sincofarma disse que as negociações vão continuar na Delegacia Regional do Trabalho, ligada à Superintendência Regional do Trabalho e Emprego em Mato Grosso. O presidente do Sinfar informou que esperando se reunir com um representante do sindicato das farmácias para tomar uma decisão. As medidas de continuidade das negações devem ser providas nesta semana.