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NASCEU MORTA

‘Fui grávida e voltei sem minha filha’, lamenta mulher que acusa hospital em Mato Grosso de negligência

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Quando passou pela última consulta do pré-natal, na semana passada, a dona de casa Marcielly Arruda, de 25 anos, grávida de 9 meses, ouviu do médico que em até 72 horas ela poderia entrar em trabalho de parto. Ela ouviu o coração da bebê e voltou para casa, que já estava preparada para receber Maytê Liz. Cinco dias depois, nessa segunda-feira (23), ela voltou para casa sem a filha nos braços após uma cesárea de emergência no Hospital São João Batista, em Diamantino (200 km de Cuiabá).

 

 

“Na quarta tive a consulta com o obstetra que estava me acompanhando desde o início. Fomos lá, eu com meu marido, fui examinada, ele ouviu os batimentos da neném, mexeu na barriga, estava tudo ok. Ele deu prazo de 72 horas para o parto, porque falei para ele que estava tendo contrações. Deu prazo de ir para o hospital até sexta, disse que qualquer dorzinha que eu sentisse poderia ir para o hospital”.

 

Como previsto pelo obstetra, as dores aumentaram e Marcielly resolveu procurar a unidade de saúde quando percebeu que estava perdendo líquido na sexta-feira (20). No local, foi orientada a retornar três dias depois, nessa segunda-feira (23), e ouviu de uma das médicas que a gestação estava normal. Marcielly obedeceu a recomendação médica e voltou para casa.

 

“Comecei a sentir cólicas e a neném endurecendo, mas chegando lá, a médica fez o exame de toque e disse que não era perda de líquido, que estava tudo normal. Ela falou que meu colo do útero estava fechado, que marcaria o retorno para segunda. Ela escutou o coração da neném, disse que estava normal”.

 

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No dia marcado pela médica, às 6h, Marcielly voltou ao hospital e foi internada para medicação por volta de 7h30, lembra. No período da internação, enfermeiras tentaram ouvir os batimentos cardíacos de Maytê, que não foram identificados.

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“Mexeram na barriga para lá e para cá, mas não conseguiram. Chamaram a obstetra, mexeu também e não conseguiu achar o batimento. Me levou para a sala de ultrassom com urgência para ver se conseguiam achar, mas não conseguiram. Nessa hora me desesperei”.

 

Marcielly lembra que a obstetra explicou que a bebê estava bem e que uma cesárea de emergência seria marcada. Com as contrações aumentado a todo momento, Marcielly diz que sentia a bebê “endurecendo” em sua barriga.

 

Marido foi impedido de acompanhar parto 

 

Quando foi encaminhada para a sala de parto, o marido de Marcielly foi impedido de entrar no local para acompanhar a cesárea. De acordo com ela, os profissionais de saúde não “entraram em detalhes”, mas negaram a presença do acompanhante dela.

 

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Segundo o artigo 19 da  Lei Federal nº 11.108/2005: “Os serviços de saúde do Sistema Único de Saúde – SUS, da rede própria ou conveniada, ficam obrigados a permitir a presença, junto à parturiente, de 1 (um) acompanhante durante todo o período de trabalho de parto, parto e pós-parto imediato”.

 

 

“Entrei na sala, fizeram os medicamentos em mim e me deram uma anestesia forte para dormir. Antes disso não deixaram meu marido entrar, me levaram direto para a sala de cirurgia e ele não pode entrar. Meu marido não participou da minha cesárea. Só fui acordar na sala de recuperação, sem entender nada”.

 

Só depois de acordar da anestesia que Marcielly foi informada pelo marido sobre a morte da filha. Ela explica que os médicos informaram que Maytê morreu por conta de um problema no coração e que já estava morta há mais de 24 horas.

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No entanto, Marcielly nega que problemas de saúde tenham sido constatados durante o pré-natal da filha. Para ela, a cesárea de emergência deveria ter acontecido na primeira vez que ela procurou o hospital, na sexta-feira (20).

 

“A médica falou que se caso ela sobrevivesse, morreria em três dias por conta do problema do coração, mas é mentira. Para minha família, depois foram falar que a neném estava há mais de 24 horas morta na minha barriga. Então, na sexta, quando fui lá, foi o último dia de vida da minha filha. Minha filha estava machucada”.

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Sonho de ser mãe de menina

 

Há dois dias, Marcielly publicou um vídeo mostrando a barriga de grávida em seu Instagram. Na legenda, ela relatou que estava ansiosa pela chegada da primeira filha. Ela já é mãe de um menino de seis anos, mas conta que sempre sonhou em ser mãe de uma menina.

 

Durante a gestação, ela preparou o enxoval e arrumou a casa para a chegada da filha. Para ela, a dor da morte da filha chega a ser enlouquecedora. Marcielly registrou boletim de ocorrência e o caso está sendo investigado pela Polícia Civil.

 

“Sinceramente, eu estou para ficar louca. É horrível você ir para o hospital achando que ia voltar com sua filha e, de repente, de uma hora para outra, tudo desabe, sabe? Seu sonho acaba em questão de segundos. Nunca me imaginei passar por isso”.

 

 

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Outro lado 

A reportagem tentou entrar em contato com o Hospital São João Batista, mas não foi atendido. O espaço segue aberto para manifestação.

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Lucas do Rio Verde

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