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Economia é a principal preocupação dos caminhoneiros, diz Fretebras

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Economia é a principal preocupação dos caminhoneiros no próximo mandato presidencial, diz Fretebras
Antonio Cruz/Agência Brasil
Economia é a principal preocupação dos caminhoneiros no próximo mandato presidencial, diz Fretebras

A Fretebras, plataforma do transporte rodoviário de cargas da América Latina, realizou uma pesquisa com mais de mil motoristas de todo o Brasil para entender qual tema relacionado ao setor eles consideram como a principal preocupação para o próximo mandato presidencial. Na pesquisa, os participantes foram convidados a escolher entre as seguintes opções: Aumento da Segurança, Redução da burocracia, Economia mais estável, Melhorias na infraestrutura e Mais suporte para a saúde.

A primeira surpresa da pesquisa foi que não houve nenhuma opção que se destacou muito acima das demais, ou seja, todas ficaram com porcentagens muito próximas, demonstrando uma preocupação geral da categoria com diversos problemas que impactam no seu dia a dia.

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Entretanto, o estudo da Fretebras revela que a busca por uma Economia mais estável (21,73%) aparece no topo das preocupações dos caminhoneiros. Afinal, o setor ainda enfrenta dificuldades, como a alta inflação, as incertezas econômicas em decorrência dos conflitos internacionais, como a guerra da Ucrânia, e o valor do diesel que, apesar das recentes reduções nos preços, ficou 30% mais caro em outubro deste ano em comparação com o do ano passado.

“Em agosto deste ano, conversamos com dezenas de motoristas e descobrimos que o simples ato de negociar o preço do frete pode aumentar o valor para o caminhoneiro em até 20%. Porém, em uma outra enquete que fizemos com mais de 2 mil motoristas parceiros, descobrimos que um terço deles negocia somente ‘às vezes’. Além da negociação, acreditamos que o controle do custo na ponta do lápis e o acesso a mais fretes ajudam a driblar a instabilidade econômica”, explica Bruno Hacad, diretor de operações da Fretebras.

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Em segundo lugar, mas bem próximo da liderança, está o Aumento da segurança (21,25%). Essa preocupação também já foi destacada pela NTC & Logística, pois o número total de registros de roubo de cargas cresceu 1,7%, passando de 14.150 casos, em 2020, para 14.400, no ano passado.

Sobre o tema, Hacad comenta que “a insegurança é um problema sistêmico no Brasil, infelizmente, então não surpreende essa preocupação. Na Fretebras, investimos em dois anos quase R$ 80 milhões no nosso programa de anti-fraude, o Frete Seguro, justamente pela preocupação com o tema. Nós criamos um robô de avaliação de risco dos fretes publicados na nossa plataforma, passamos a fazer o monitoramento biométrico de quem usa o nosso aplicativo, triplicamos o time de prevenção à fraude. O resultado foi uma redução de 67% nos golpes contra caminhoneiros e uma taxa de segurança acima de 99%. Ainda não estamos satisfeitos.”

Na terceira posição entre as prioridades está a Melhoria na infraestrutura (21,05%). Atualmente, de um total de 1.720.700 km de rodovias, apenas 12,4% são pavimentadas. Segundo a CNT (Confederação Nacional do Transporte), o investimento necessário para recuperar os trechos pavimentados é de R$ 72 bilhões, porém o orçamento do Ministério da Infraestrutura não supera R$ 12 bilhões. Sobre isso, um dos respondentes da pesquisa, que não quis se identificar, disse que “a estrada está ligada a manutenção e gasto que temos com o veículo, por isso precisamos de boas vias para trafegar”. Outros respondentes destacaram dificuldades com pontos de descanso, alimentação, banho e segurança geral das vias como fatores preocupantes.

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Nas últimas posições de prioridades presidenciais em um novo mandato fictício, os caminhoneiros participantes da pesquisa listaram o Maior suporte com a saúde (20,27%) e a Redução da burocracia (15,70%).

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Sobre a saúde, os comentários mais frequentes dos participantes giram em torno da dificuldade de encontrar postos de atendimento à saúde nas estradas. Já a respeito da redução na burocracia, os respondentes destacam que os autônomos têm dificuldades de concorrer com grandes empresas, por conta da exigência excessiva de documentação, que acabam gerando longas filas de espera nos postos de checagem e nas balanças.

O Documento Eletrônico de Transporte (DT-e), instituído pela Lei nº 14.206 de 27 de setembro de 2021, teve como objetivo endereçar essa preocupação dos caminhoneiros autônomos, já que ele unifica, reduz e simplifica dados sobre cadastros, registros, licenças e outras informações de identificação do transporte.

O estudo feito pela Fretebras permitiu, ainda, um olhar nos diferentes Estados. Os que tiveram maior volume de respostas foram São Paulo (31,4%), Minas Gerais (14,3%) e Paraná (11%). O Rio Grande do Sul (6,8%), Santa Catarina (5,7%), Goiás (4,9%), Rio de Janeiro (4,7%) e Bahia (4,3%) completam os mais participativos na pesquisa.

Metodologia

O estudo foi realizado no dia 25 de outubro, com 1.026 caminhoneiros parceiros da Fretebras, de maneira digital. Dentre os cinco temas selecionados que envolvem o transporte rodoviário, os participantes foram convidados a dizer qual pensam ser o mais importante para focar no próximo mandato presidencial. As opções foram: Aumento da Segurança, Redução da burocracia, Economia mais estável, Melhorias na infraestrutura e Mais suporte para a saúde. Os caminhoneiros também podiam deixar comentários sobre os motivos de sua escolha.

Fonte: IG ECONOMIA

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