ECONOMIA

‘FMI tem de falar menos besteira e trabalhar mais’, dispara Guedes

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Ministro da Economia, Paulo Guedes
Alan Santos/Presidência da República
Ministro da Economia, Paulo Guedes

O ministro da Economia, Paulo Guedes, criticou nesta quarta-feira (12) o  FMI (Fundo Monetário Internacional)  por uma análise da entidade alegando que o gasto social do Brasil durante a pandemia de Covid-19 poderia ser menor. Para Guedes, o órgão “precisa falar menos besteira”.

No relatório, o  Fundo aponta preocupação com o aumento da pobreza e da insegurança alimentar no país e exalta a importância do Auxílio Emergencial – rebatizado de Auxílio Brasil pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), de olho na tentativa de se reeleger.

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“Há seis meses, estava todo mundo dizendo que os brasileiros estão passando fome. Aí o FMI diz que o gasto podia ser menor. Isso que eu falo: o FMI tem que falar menos besteira e trabalhar um pouco mais pra alertar os americanos, os europeus”, disse Guedes, que está em Washington para reunião do FMI.

“Enquanto eles estão puxando a nossa orelha, o Brasil está crescendo mais, a inflação está mais baixa. Não acredito que o FMI esteja de má vontade com o Brasil, acho que é erro técnico mesmo”, disse o ministro.

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A inflação brasileira está em 7,17% no acumulado em 12 meses, acima do teto da meta, que é de 5%. As quedas recentes vêm sendo puxadas pelos preços controlados pelo governo, como os dos combustíveis, por exemplo. 

Guedes afirmou ainda ter “muito orgulho” da implementação do Auxílio Emergencial. 

“Nós criamos na urgência do combate ao Covid e acabou virando o Auxílio Brasil permanente agora, e o nosso programa social saiu de 0,4% do PIB pra 1,5% do PIB. É 3x maior, é o maior programa de combate à pobreza e de inclusão social que o país já fez. Se o FMI está achando que a gente gastou muito com programa social, ele não entendeu nada porque nós vamos continuar gastando esse dinheiro com o social”, declarou.

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O governo propôs inicialmente a parcela do benefício a R$ 200, mas o Congresso Nacional elevou o benefício pra R$ 600.

Críticas aos EUA e à Europa

O ministro da Economia também alfinetou alguns países desenvolvidos por conta da valorização do real frente ao dólar e ao euro, além da queda do desemprego no cenário nacional. 

“Em relação aos Estados Unidos e à Europa, é a terceira ou quarta reunião que tivemos em que alertei que eles estão bem atrasados, estão dormindo no volante. É incrível porque geralmente as reuniões do FMI são usadas para alertar as economias emergentes para fazer o dever de casa. Acho que eles deveriam se olhar no espelho porque não estão fazendo um bom trabalho, estão bem atrasados ​​no fiscal, na política monetária. O efeito é que a inflação está disparando”, analisou.

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Europa e Estados Unidos enfrentam inflação elevada por conta de custos relativos à guerra na Ucrânia. Nos EUA, em 12 meses até agosto, os preços ao consumidor saltaram 8,3% no país.

Com isso, o Federal Reserve (Fed), banco central americano, aumentou pela quinta vez no ano as taxas de juros, no fim de setembro, para uma faixa de 3% a 3,25%.

A zona do euro registrou inflação recorde de 10% em 112 meses até setembro.

No caso da Europa não foi diferente, para controlar a alta nos preços, o Banco Central Europeu intensificou sua política monetária com o aumento de 0,75 ponto percentual nas taxas básicas de juros.

Guedes também disse que as instituições internacionais deveriam “parar” a guerra a fim de, entre outras coisas, diminuir a inflação sobre alimentos e energia.

Fonte: IG ECONOMIA

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