O ministro da Fazenda, Fernando Haddad , afirmou nesta quinta-feira (12) que o pacote de medidas é uma “carta ao Banco Central”, em que afirma estar comprometido com a melhoria das contas públicas e da arrecadação federal.
O ministro espera que as medidas, que visam aumentar as receitas, sejam lidas pelo BC como uma tentativa de mitigar os riscos fiscais e atenuar o déficit público, projetado em mais de R$ 200 bilhões no Orçamento proposto pelo último governo.
Haddad espera que a autoridade monetária possa reduzir os juros, que estão em 13,75% ao ano, por conta do pacote que tem capacidade de elevar as contas em até R$ 242,7 bilhões.
O ministro lembrou que agora o Banco Central é autônomo e que o atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, fica no cargo até 2024.
“Antigamente não existia independência do Banco Central, agora existe, precisamos entender. Do mesmo jeito que estamos fazendo uma leitura da carta do Banco Central, o Banco Central vai fazer uma leitura da nossa carta. Isso é uma carta para o Banco Central, vamos trocando cartas até o dia em que a gente celebra um entendimento maior”, disse Haddad.
Segundo o ministro, a “carta” é uma resposta às justificativas do BC ao estouro da meta de inflação. O ministro destacou, porém, que não cabe a ele fazer uma avaliação do desempenho do BC.
“Eu não tenho de estar satisfeito ou insatisfeito com o Banco Central, tenho de respeitar a institucionalidade, respeitar a independência que foi aprovada e buscar os caminhos para harmonizar as políticas. A desarmonia não vai produzir os melhores resultados”, disse.
Anúncio
Na carta do BC a Haddad, a autoridade monetária informou que iria acompanhar “com especial atenção” a política fiscal do novo governo e seus efeitos sobre os preços e sobre a inflação. Essa mensagem foi escrita no contexto da aprovação da “PEC da Transição”, que ampliou os gastos públicos em R$ 169 bilhões neste ano.