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Assentamento para deficientes em MT tem problemas de infraestrutura e moradores dizem que quando chove ficam ilhados

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Uma chuva registrada no domingo (6) deixou as vias de acesso ao Assentamento Conquista, em Cuiabá, intransitáveis, segundo os moradores. A situação é recorrente. Os assentados relatam que, praticamente todas as vezes que chove, as estradas de terra ficam cobertas de lama e não tem como sair de casa.

O assentamento é habitado por Pessoas com Deficiência (PDCs). Foi criado há 12 anos e abriga cerca de 28 famílias.

A cadeirante Maria José de Campos, de 55 anos, moradora do local há 12 anos, contou ao G1 que a chuva abriu muitos buracos nas ruas. Segundo ela, isso acontece todas as vezes que chove, mas, devido à força da última chuva, o problema se agravou.

“Já prometeram (poder público) asfalto, mas até agora nada. É difícil até para os carros passarem e imagina para a gente que é deficiente e depende da cadeira de rodas? Preciso ir ao médico, mas não consigo sair de casa, pois tem muita lama e pedras na frente da minha casa”, reclamou.

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Em nota, a Secretaria de Obras Públicas de Cuiabá informou que realizou o patrolamento nas estradas vicinais do assentamento há 40 dias e que uma nova ação deve ser feita em breve no local.

A pasta disse ainda que aguarda a liberação de R$ 4,7 milhões, oriundos de uma emenda parlamentar federal, para a execução das obras de drenagem e pavimentação do assentamento.

“A prefeitura entrará ainda com uma contrapartida, totalizando R$ 5 milhões a ser investidos em melhoria na infraestrutura dos assentamentos rurais Conquista, Gamaliel e Colina Verde”, diz trecho da nota.

Maria José contou que o marido dela tentou tirar um pouco das pedras e entulhos que ficaram em frente a casa deles após as chuvas, mas, devido a deficiência no braço, não conseguiu terminar o trabalho.

De acordo com a presidente do assentamento, Simone de Sá, os próprios deficientes se uniram para fazer aterros e tapar os buracos, em busca de amenizar a situação.

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“O problema é que quando chove todo o trabalho é perdido. Os cadeirantes ficam ilhados. Muitos moradores fazem acompanhamento médico e são levados às clínicas por uma van, mas os veículos não conseguem entrar no assentamento”, contou.

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O transporte

Outro problema enfrentado pelos moradores é a falta do transporte público, necessário, principalmente, para levar as crianças às escolas.

Com as estradas precárias, os ônibus precisam fazer desvios e acabam deixando moradores para trás.

“Sempre quando chove, fazemos outros caminhos, mas agora todas as ruas estão ruins. Alguns alunos nem estão indo na aula. Já foi feito um convênio para o asfalto, está em fase de licitação, mas o processo não anda”, disse a presidente do assentamento.

A moradora Maria José afirmou que o ônibus também é precário e passa a cada duas horas. Além disso, não há cobertura nos pontos de ônibus e nem banco e, quando chove, fica quase impossível para eles pegarem o transporte.

“É difícil passar ônibus aqui e quando passa acaba quebrando no caminho. O ponto de ônibus é longe. Meu marido sempre carrega uma cadeira para esperar o ônibus”, relatou.

G1 MT

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