O caso começou a ser investigado pela direção da UPA no último domingo (23), após pacientes terem pedidos de remédio negados na farmácia por não ter sido identificado o número de registro do farsante no Conselho Regional de Medicina.
A reportagem não conseguiu contato com Aleksandro Gueivara.
Médicas com mesmo registro em MG e SP
De acordo com o Conselho Federal de Medicina, há duas médicas com o mesmo número do CRM usado por Aleksandro, uma em São Paulo e outra em Minas Gerais.
“Verificando no nosso site, o número [do falso médico] não consta nos registros dessa autarquia, portanto a pessoa não está autorizada a exercer a medicina”, diz o presidente do Cremerj, Walter Palis.
Funcionários afirmam que o caso aconteceu porque a Viva Rio está recrutando médicos às pressas. O pagamento do plantão, segundo eles, é de R$ 1,6 mil.
“Em momento nenhum se questionou o CRM desse médico. Ele apresentou documentos, conta bancária, mas não apresentou a carteirinha do CRM. Falou que não estava com ele naquele momento. E mesmo assim foi admitido para fazer aquele plantão. Então, não há investigação nenhuma, basta dizer que é médico que consegue dar um plantão nas unidades da Viva Rio”, afirmou uma pessoa que não quis ser identificada.
Uma paciente que chegou a ser atendida pelo falso médico e recebeu prescrição errada fez um desabafo.
“Se fosse pra eu operar, o que seria? Um médico falso me operando. E se eu tivesse algum problema a mais do que meu machucado e não soubesse de nada? E a medicação que ele passasse não fizesse bem pra minha saúde?”, questionou a paciente, que não quis ser identificada.
Falso médico preso em Realengo
Há uma semana, um outro homem que se passava por médico foi preso. Itamberg Saldanha dava plantão na UPA de Realengo usando o carimbo de um médico. Há denúncias de que Itamberg trabalhou em pelo menos doze unidades de saúde do Rio.
“Estamos preocupados, particularmente nas últimas semanas, com esse número de denúncias em relação a falsos médicos. Reiteremos a necessidade das autoridades de checarem de forma bastante objetiva, através do nosso site, que é público, a veracidade das informações”, disse o presidente do Cremerj.