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No Brasil, 72% das famílias mais pobres perderam refeição

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A pandemia de Covid-19 fez com que crianças de 72% das famílias mais pobres do Brasil passassem fome, de acordo com estudo inédito realizado pela Unicef e divulgado nesta quinta-feira (16/12). Esse é o percentual de crianças, em famílias beneficiadas pelo programa Bolsa Família, que perderam alguma refeição do dia ou que não comeram quantidade suficiente de comida por falta de dinheiro.

 

A pesquisa mostra como a pandemia do coronavírus deixou com fome crianças de até 5 anos e 11 meses por uma combinação de inflação, escassez de alimentos, perda de renda e de outros problemas agravados pela doença em escala global.

 

Antes da pandemia, a situação já era desafiadora, quando 54% das famílias beneficiadas pelo Bolsa Família tiveram alguma criança de casa, com até 5 anos e 11 meses, sem condição de fazer alguma refeição no dia ou sem alimentação em quantidade suficiente por falta de dinheiro.

 

“Essa pesquisa corrobora com outras realizadas no sentido de enfatizar a insegurança alimentar que afeta o Brasil e de mostrar a gravidade disso na vida dessas famílias”, afirmou Stephanie Amaral, oficial de Saúde da Unicef.

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A pandemia deixou, proporcionalmente, mais crianças com fome em áreas rurais e na Amazônia Legal, onde respectivamente 76% e 74% das famílias entrevistadas relataram que alguma criança de casa ficou sem refeição ou sem comida suficiente.

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Mas o impacto da pandemia foi brutal para tirar comida da mesa de crianças em todas as regiões pesquisadas, a despeito do Bolsa Família, prejudicando 71% das famílias do semiárido, das capitais e de áreas urbanas.

 

O estudo também revela que a alimentação de crianças piorou durante a pandemia. Isso porque 52% das famílias entrevistadas relataram essa perda de qualidade, por motivos como queda no poder de compra e as dificuldades adicionais de encontrar alimentos depois da pandemia.

 

Alimentação insuficiente

Como resultado dessa piora na alimentação, o estudo identificou que mais de um terço (35%) das crianças, em famílias beneficiadas pelo Bolsa Família, não ingeriu a quantidade necessária de ferro para a idade e que quase metade (46%) não ingeriu vitamina A de maneira suficiente.

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O levantamento explica que parte dessa ingestão insuficiente de nutrientes é também agravada pelo excesso de consumo de alimentos ultraprocessados, pois um quarto das famílias acredita erroneamente que esse tipo de alimento serve de fonte para vitaminas e minerais.

 

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De maneira equivocada, 47% das famílias avaliavam que pão de forma era um alimento saudável, enquanto essa mesma impressão incorreta sobre achocolatados e cereais era compartilhada por 35% das famílias.

 

“Ficou perceptível a falta de acesso à informação adequada, pois 54% das famílias têm percepção errônea do que é um alimento saudável”, afirmou a oficial de Saúde da Unicef.

 

O estudo “Alimentação na Primeira Infância”, da Unicef, entrevistou 1.343 beneficiários do programa Bolsa Família que vivem nas regiões mais vulneráveis do país; com entrevistas na Amazônia Legal, no Semiárido, e em 10 capitais (Manaus, Belém, São Luís, Fortaleza, Recife, Maceió, Salvador, Vitória, Rio de Janeiro e São Paulo).

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Lucas do Rio Verde

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