AMEAÇAS PESADAS

Estudante diz ter sido ameaçado com mensagens homofóbicas escritas em sala de aula e em banheiro 

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Ofensas começaram em outubro de 2022 e se intensificaram na última semana dentro da União das Faculdades Católicas de Mato Grosso (Unifacc). Até agora, o autor das ameaças não foi identificado.

Um estudante de 33 anos afirma ter encontrado frases homofóbicas e com ameaças de morte ao entrar na sala de aula da União das Faculdades Católicas de Mato Grosso (Unifacc), em Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá. Ele também afirma que outras ameaças também foram encontradas dentro do banheiro da unidade.

O g1 procurou a Unifacc, mas até a última atualização desta reportagem, não houve retorno. A polícia também foi procurada, mas não respondeu até o momento.

O aluno afirma que as ameaças começaram em outubro de 2022 e as ofensas seguiram ocorrendo no semestre letivo deste ano.

O estudante diz ter registrado três boletins de ocorrência contra as injúrias na terça (13), na quinta (15) e na segunda-feira (19). De acordo com as imagens que o aluno enviou ao g1, as frases foram escritas no quadro da sala de aula, na cadeira onde a vítima se senta e na porta do banheiro da instituição.

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Segundo um dos boletins de ocorrência, ele alega que foi convidado a mudar de instituição, que foi impedido de exercer plenamente as atividades acadêmicas e que está sendo perseguido de forma injusta. Ele também disse à polícia que teve a condição de saúde exposta sem autorização.

Ao g1, o estudante contou que está com medo do que pode encontrar quando chega na universidade.

“Estou totalmente desesperado nesse lugar. É um sentimento de impotência imenso. Eu saio de casa para ir estudar e já entro em desespero, com medo do que vou encontrar na faculdade quando chegar”, contou.

Ele veio da cidade de São Paulo para estudar direito e diz que não tem ninguém da família em Mato Grosso. O estudante relatou que essa situação se repetiu durante todo o semestre na universidade.

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Em um dos boletins de ocorrência, ele ainda afirmou que a instituição não tem dado apoio para promover mais segurança e identificar o autor das injúrias.

“Não tem absolutamente nenhum motivo justificável para me segregarem, me perseguirem, não permitirem ter acesso às atividades acadêmicas, me negligenciar, a não ser o fato de serem coniventes [universidade] com a homofobia que sofri, passarem a me discriminar pela minha orientação sexual e ainda me discriminar pela minha questão de saúde mental”, afirmou.

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Primeiras ameaças

Em outubro de 2022, o estudante diz ter recebido as primeiras ameaças quando o caderno e um livro didática foram furtados e, poucos dias depois, apareceram na mesa dele repletos de injúrias, além de um texto impresso ofensivo.

O texto, segundo o homem, dizia que homossexuais seriam uma raça a ser extinta, um por um, e que ele seria um “petista vagabundo”. Logo no início do texto, está escrito: “aqui, gente assim tem que morrer e é o que vai acontecer com você”. Depois de inúmeras ofensas, o texto termina dizendo “se mate, antes, e faça um favor para todos, mas, se não fizer, faremos por você. O aviso está dado”.

Crimes

A criminalização da homofobia e da transfobia é crime e atos passaram a ser enquadrados como racismo. A pena varia de um a três anos de prisão, além de multa.

Já o crime de ameaça, previsto no Código Penas, tem pena prevista de um a seis meses ou pagamento de multa.

 

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