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Com 1 milhão de seguidores, Pri Leite faz sucesso dando aulas de yoga

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Com mais de 1 milhão de seguidores, Pri Leite faz sucesso dando aulas de yoga no YouTube
Reprodução/Instagram
Com mais de 1 milhão de seguidores, Pri Leite faz sucesso dando aulas de yoga no YouTube

Atire a primeira pedra quem não procurou alguma atividade física para se manter em forma ou melhorar a saúde e o bem-estar na pandemia. Ou então quem não buscou na internet alguma maneira de se conectar com o eu interior nos últimos dois anos em casa. Se você não é uma dessas pessoas, provavelmente já ouviu falar de Priscilla Leite, ou como ela mesma prefere ser chamada, Pri Leite — não à toa seus números triplicaram no período.

Hoje, a professora de yoga já soma mais de 1,3 milhão de seguidores no YouTube. Por lá, ela dá aulas gratuitas para quem deseja iniciar na prática ou para quem já é praticante. 

Nascida na cidade de Maracaju, no interior do Mato Grosso do Sul, Pri só ouviu falar do yoga quando tinha 15 anos de idade. Mas foi só em 2010, já morando nos Estados Unidos, que ela teve a sua primeira aula presencial. Foi amor à primeira vista. No país, ela fez seu primeiro curso, antes de mergulhar na prática em uma viagem à Índia.

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Mas se engana quem pensa que Pri Leite começou no YouTube. Ela, que dá aulas presenciais desde 2011, iniciou no universo online quando ministrava aulas online em inglês em uma plataforma americana. Foi a pedido de amigos e parentes brasileiros que ela decidiu ensinar o yoga em português de graça pela internet. E a partir daí não parou mais…

Cientista social pela UFSCAR (Universidade Federal de São Carlos), Pri também é empresária, dona da plataforma Yoga Co, na qual disponibiliza conteúdos exclusivos para assinantes. Neste mês, a plataforma recebeu o programa Yoga Co 365, com aulas inéditas em formato de trilhas. Ao todo, serão 11 trilhas diferentes e 12 aulas ao vivo.

Dezembro marcou outro grande passo na carreira de Pri Leite: o lançamento do podcast “Equilíbrio & Caos”, disponível pelo Spotify e que já alcançou o TOP 1 em podcasts de saúde na plataforma. O segundo episódio da primeira temporada foi lançado no último dia 16 e contou com a participação de Amanda Djehdian, vice-campeã do BBB 15. 

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Direto dos Estados Unidos, onde mora com o marido, Darren, e os dois filhos, Pri Leite conversou com o iG Delas  sobre a sua relação com o yoga e o sucesso na internet.

Confira!

iG DELAS: Pri, você é uma das precursoras da popularização do yoga no Brasil, por meio de aulas e conteúdos gratuitos disponibilizados pela internet. Hoje você é uma das principais influenciadoras de saúde, bem-estar e autocuidado no país e possui um canal que soma mais de 1 milhão de inscritos no YouTube. Como você avalia o seu sucesso? 

Pri Leite: Para mim, sucesso é uma coisa muito pessoal. Cada um define o que é sucesso para si, né? É muito importante para mim que o meu trabalho tenha um impacto positivo na vida das pessoas, seja ele qual for, seja qual for o meio (online ou presencial). E eu acredito que o meu trabalho dentro do yoga no Brasil tem tido um impacto positivo muito grande, transformador na vida das pessoas e na vida do próprio yoga no país. Então, eu fico muito satisfeita de ver que eu abri portas para outras pessoas, para fazer o yoga crescer no Brasil. E eu espero e desejo que ele continue crescendo e chegando a mais pessoas. Então, eu me sinto lisonjeada pelas pessoas confiarem no meu trabalho, pelas pessoas me receberem na casa delas, porque é sem dúvida um fruto de muito trabalho, muito foco e muita dedicação. E eu acredito que as pessoas sentem isso, então acaba reverberando nesses números.

Como começou a sua relação com o yoga? 

Nossa, muito tempo atrás, muito tempo atrás mesmo (risos). Eu devia ter uns 15, 16 anos quando eu escutei a palavra “yoga” pela primeira vez. E naquela época, eu não tinha condições financeiras para praticar em um estúdio. Na realidade, nem era um estúdio que tinha na minha cidade, era uma casa em que um professor dava aulas. E com o tempo eu fui buscando mais informação. Yoga sempre me intrigou. Na época, eu lembro que eu busquei por livros na biblioteca da faculdade. Muito mais de 20 anos atrás, não tinha Instagram, não tinha canal do YouTube (risos). Quando eu cheguei nos Estados Unidos, eu encontrei alguns DVDs e comecei a praticar também. Então, assim, o meu caminho com yoga foi bem devagar, bem difícil, para falar a verdade. Eu fui ter aulas com um professor assim, presencialmente mesmo, só em 2010, nos Estados Unidos. Mas a filosofia, a respiração, as posturas sempre me intrigaram. E é engraçado porque eu primeiro li livros sobre yoga, primeiro aprendi respirações de yoga para depois estar fazendo uma aula presencial em um estúdio de yoga. E eu acredito que hoje acontece o contrário com a grande maioria das pessoas. Elas chegam no yoga através de uma aula presencial ou online, e depois vão buscar as técnicas de respiração e a filosofia.

Você é formada em Ciências Sociais pela UFSCAR (Universidade Federal de São Carlos), quando foi que você decidiu largar a profissão e se tornar professora? Você sente que a sua formação também auxilia de alguma forma no seu trabalho atual?

Olha, eu acredito que tudo o que a gente estuda e que molda a nossa forma de pensar influencia naquilo que a gente faz. Nós somos seres complexos, imensos, repletos de ideias e de questionamentos e histórias. Nós somos feitos das nossas histórias. Então, a UFSCar e o curso de Ciências Sociais fazem parte da minha história. E esse olhar analítico e crítico também faz parte de quem eu sou. E eu acredito que isso tem muito a ver com o yoga: o questionar, o prestar atenção, o observar, o querer acordar, despertar de alguma maneira, para viver uma vida bem vivida, como eu costumo dizer, fora do piloto automático. Quem busca autoconhecimento, autocuidado também precisa ter um senso crítico, né? ‘Poxa, será que eu estou vivendo a minha vida da maneira que eu gostaria viver de viver? Ou será que, de repente, eu estou vivendo algo que a minha família, o meu vizinho, a sociedade esperam de mim?’ Então, eu acredito que essa constante observação, essa reflexão faz parte também da prática de yoga, como faz das Ciências Sociais.

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Por que você decidiu criar conteúdo para o YouTube? Hoje você também dá aulas presenciais?

Eu dou aulas presenciais desde 2011. Eu dei muita aula presencial antes mesmo de ir pro online. E muitas pessoas acham que eu fui para o online com o YouTube, isso não é verdadeiro. As minhas primeiras aulas de yoga online foram em inglês, em uma plataforma americana. Eu cheguei no YouTube meio que sem querer, acho que como muitos youtubers, né? (risos). Eu trabalhava para essa plataforma americana oferecendo aulas de yoga em inglês e alguns conhecidos do Brasil viram eu postando sobre isso e falaram: ‘Poxa Pri, eu queria tanto fazer uma aula de yoga, mas você está dando aulas em inglês. Não tem como você dar uma aula em português?’. Eu pensei ‘Poxa, isso é verdade!’. Eu fui buscar aulas em português para dar de referência pra eles e eu vi que não tinha nada. Eu brinco que eu cheguei no YouTube e era tudo mato. Realmente não tinha oito anos atrás uma aula de yoga em português e quiçá uma aula de yoga em português de qualidade. E quando eu digo de qualidade, não é da qualidade do vídeo, da qualidade do som, mas do conhecimento de como estar passando aquela informação online para a pessoa que está praticando em casa.

Então, eu decidi fazer uma aula online em português e colocar no YouTube, porque não ia me dar dinheiro, mas também eu não ia gastar dinheiro (risos). Por muito tempo, o YouTube foi uma maneira que eu encontrei de contribuir com o mundo, digamos assim. Eu tinha a minha vida ali na Califórnia como professora presencial de yoga e dava as minhas aulas online em inglês pagas. Eu tinha a minha carreira muito bem estabelecida como professora de yoga em Los Angeles e, por muito tempo, o YouTube foi realmente só essa maneira de oferecer genuinamente a prática de yoga para quem quisesse praticar yoga em casa ou que, de repente, não tivesse condições para ir a um estúdio, tivesse vergonha para tal. Hoje, eu só dou aulas presenciais em circustâncias extraordinárias e em eventos especiais.

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Além desse sucesso todo que a gente já comentou, como a prática mudou a sua vida? Quem era a Pri Leite antes do yoga e quem ela é agora?

Eu acredito que o que mais mudou a minha vida através do yoga foi ter descoberto o poder da minha respiração e, com isso, eu me senti uma pessoa muito mais centrada, capaz, confiante e também muito mais tranquila e dona de si. Eu sei que parece meio vasto e genérico (risos), mas é uma grande transformação a gente poder controlar e entender a nossa respiração, isso ajuda a gente a equilibrar o nosso sistema nervoso. E a gente percebe que a gente não é os nossos pensamentos, as nossas emoções. Então a gente começa a se conectar com uma versão mais profunda de quem a gente é e automaticamente a gente se sente mais confiante e tranquilo, independente do que esteja acontecendo do lado de fora.

Na sua casa, seu marido e seus filhos também fazem yoga?

Sim, o meu esposo pratica yoga há muito tempo, desde quando a gente se conheceu, e os meus filhos praticam também. Não é forçado, viu (rsisos)? Eles me veem praticando, eu interajo com eles e aí eles acabam se inspirando. Eles veem e repetem. Então é pelo exemplo e pela própria vontade e interesse deles que eles acabam repetindo as posturas, as respirações e assim por diante.

O que eu preciso para começar a praticar yoga? O que você diria para quem quer começar agora?

Olha, eu acho que antes de mais nada é preciso querer experimentar algo novo. É isso. Pode usar a roupa que tiver em casa, coloca uma roupa confortável. Você não precisa de um tapete. Pode praticar no chão, em uma toalha, em uma coberta. O que você tiver em casa você pode usar para praticar. Mas o importante é que você esteja disposto a dedicar um tempo do seu dia, nem que seja 20 minutos, nem que seja duas vezes na semana. E aí, tendo esse tempo, você estará aberto a ir mais fundo dentro de você. É com a própria experiência que eu sinto que a maioria das pessoas se surpreendem. Elas vêm para a prática de yoga com uma ideia do que vai ser e saem da aula com uma sensação totalmente diferente do que acharam que iria ser. Então, experimente! Sem julgamentos, sem pressão, só com aquilo que você tem. E o seu investimento vai ser o seu tempo.

Para quem está começando agora, eu diria que o mais importante é você não se cobrar. Tenha a mentalidade de iniciante, é tão delicioso isso porque a gente só faz uma coisa pela primeira vez uma vez. Então aproveite essa experiência de estar praticando algo novo, de estar experimentando algo novo. Então, se sua mente vier com pensamentos do tipo ‘Não sou forte o suficiente’, ‘Não sou flexível o suficiente’, ‘É mais difícil do que eu achava’, ‘É mais fácil do que eu achava’, saiba que isso é muito comum, mas o importante é a jornada. Yoga é para quem quiser praticar yoga. E lembrando que não é algo competitivo. Não é, por exemplo, ‘Ah, mas a professora ou a fulana é mais isso, menos isso do que eu’. O yoga é um convite para você olhar para dentro, para você olhar para você, para você focar em você, na sua prática, sem comparação, sem competição. E isso é muito delicioso e muito libertador. Então, assim, se em algum momento, o seu crítico interior quiser aparecer, pode falar ‘Nananinanão, a Pri falou que não tem competição, que aqui é eu comigo mesma e que o meu melhor é mais do que suficiente’ (risos). E aproveite e faça dessa jornada, dessa experiência algo prazeroso, algo divertido.

Na pandemia, você recebeu um boom de inscritos no canal. O isolamento social mudou a rotina de todo mundo, e as pessoas falavam bastante sobre a necessidade de olhar para si mesmo e para o outro. Por que você acha que elas escolheram o yoga para isso?

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Eu acredito que a prática de yoga é uma prática acolhedora, e durante a pandemia a gente precisava muito desse acolhimento, né? E a prática de yoga ajuda a gente a se acolher, a se abraçar e também a ter uma visão um pouco mais leve, um pouco mais tranquila diante das diversidades e do caos do mundo e da pandemia. Então, eu acredito que as pessoas encontraram na prática de yoga um conforto muito grande, um acalento para o corpo físico, que precisa se movimentar, que precisa de flexibilidade, de saúde, mas também para a própria mente. O yoga é uma prática que vem para te acolher como você é no momento que você está, sem julgamentos.

O Brasil é o país mais ansioso do mundo, com 18,6 milhões de brasileiros que sofrem com o transtorno (9,3% da população), segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). O yoga é uma atividade física, mas que também trabalha a parte mental, com o controle da respiração e do foco. Como você vê essa integração na prática?

A prática de yoga é fundamental para equilibrar o nosso sistema nervoso. A gente vive muito no nosso sistema nervoso simpático, que é aquela sensação de fuga ou luta, né? É quase como se tivesse um tigre ou um leão invisível correndo atrás da gente. E por mais que a gente esteja muitas vezes sentado na frente do computador em um escritório, a gente continua tendo essa sensação de estar correndo de um leão, estar correndo de um tigre, digamos assim. E ninguém consegue viver com essa sensação o tempo todo. Existe um porquê da gente se sentir assim, ela é importante e tem um papel. Por exemplo, se você está dirigindo um carro e algo acontece, você precisa ter uma direção preventiva. O seu instinto de sobrevivência aparece. Mas não tem como viver assim o tempo todo.

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Então, a respiração permite algo maravilhoso, ao alcance de todas as pessoas que estão vivas, que é a gente focar na nossa inalação e exalação. E quando a gente consegue equilibrar a nossa respiração com técnicas respiratórias, ela realmente ajuda a dizer para o nosso corpo ‘Olha, peraí, o tigre e o leão não estão aqui agora. Vamos dar uma relaxada?’. E a prática de yoga alia a respiração com as posturas, ou seja, ajuda a gente, além da flexibilidade, da força, a equilibrar o nosso sistema hormonal, não ficar ali só na adrenalina. Isso é fundamental para que as pessoas se sintam bem. As posturas, aliadas à respiração, de uma forma não competitiva, focando no momento presente, ajudam a equilibrar o nosso sistema nervoso, ou seja, ajudam a ativar o nosso sistema nervoso parassimpático, que é aquele que fala ‘Está tudo bem, agora você consegue relaxar’. Então, é importante a gente ter um momento de fugir do leão ou do tigre,m as também é importante que a gente tenha um momento de relaxar e saber que está tudo bem.

Pri, recentemente você lançou dentro da plataforma Yoga Co, o programa Yoga Co 365, composto por aulas inéditas todos os meses em formato de trilhas. O que os assinantes podem encontrar por lá? Quais as diferenças dos conteúdos da plataforma para aqueles disponibilizados no canal do YouTube?

A principal diferença é a curadoria. Eu criei um programa para as pessoas seguirem ali, passo a passo, de uma aula para a próxima aula, de uma trilha para a próxima trilha, para observarem o progresso delas dentro e fora do tapete de yoga. As aulas do YouTube são aulas soltas, digamos assim, né? Apesar de a gente ter as playlists, pela própria natureza da plataforma, elas são aulas soltas, não se linkam umas às outras. E o Yoga Co 365 veio para criar aulas online que se conectam umas com as outras, para você realmente poder ver a sua evolução. Por isso, é uma trilha nova todo mês. Então, a pessoa sabe que todo mês vai ter uma nova série de aulas para ir mais a fundo.

Você também lançou o podcast “Equilíbrio & Caos”, que estreou neste mês no Spotify e, inclusive, se tornou TOP 1 em podcasts sobre saúde na plataforma. O que podemos esperar dos episódios?

Você pode esperar muitos episódios francos, honestos sobre a vida de uma yogini moderna, com seus altos e baixos, e com a presença de muitos convidados queridos. E a gente vai ver a prática de yoga fora do tapete de yoga, como ela influencia a nossa vida de uma maneira muito significativa. A proposta é trazer essas conversas, inspirar o nosso público, mostrar que eu sou “gente como a gente”, que os nossos convidados são “gente como a gente”. Nós somos todos humanos e nós temos muito mais em comum e muito mais aquilo que nos conecta do que ao contrário. E conexão é chave no yoga. E eu quero mostrar para as pessoas, através dessas conversas, que elas não estão sozinhas. Muitas vezes, a gente acha que a gente está passando por uma coisa e só a gente passou por aquilo ou teve aquele sentimento, aquela sensação, aquela dúvida. E não, nós não estamos sozinhos. Nós temos muito mais em comum do que a gente imagina.

Por fim, como você concilia o trabalho como criadora de conteúdo e empresária com o casamento e a maternidade? Hoje, você conta com alguma equipe para ajudar nos vídeos?

Olha, eu sinto que eu não concilio nada, eu sinto que minha vida é um caos (risos). Por isso, “Equilíbrio e Caos” é o nome do meu podcast, entendeu? Eu comecei a responder essas perguntas, o meu filho entrou aqui, começou a chorar e aí eu parei tudo, fui lá fora, fiquei com ele um tempo, ai ele se acalmou, eu voltei e vim responder. Então, assim, é um grande gingado, sabe? Eu acredito que, antes de mais nada, eu foco em mim, na minha saúde, no que é importante para me manter centrada, alinhada, satisfeita, coerente com as minhas escolhas, com a minha vida. E a partir dali eu parto para os meus filhos, para o meu esposo, para o meu trabalho. Como eu posso estar sendo uma boa esposa, uma boa mãe? Como eu posso estar aprendendo com eles? A mesma coisa dentro da empresa. A gente tem entre 15 e mais de 30 colaboradores, a depender da época. Hoje nós temos uma rede de apoio bastante robusta para eu poder fazer aquilo que eu faço de uma forma que faz sentido para mim, que é vivendo o yoga e estando presente para mim, para os meus filhos, para os meus alunos, para o meu esposo.

Fonte: IG Mulher

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